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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Exclusivo: Carta aberta aos Sócios do SL Benfica por Rui Gomes da Silva, Sócio nº 1812

1 comentário


A proximidade da realização de um novo ato eleitoral – num regresso à normalidade temporal, que importa salientar – impôs-me a necessidade de refletir sobre o que devemos querer para o futuro do Sport Lisboa e Benfica.

Um dever em me pronunciar, que contrasta com o silêncio a que voluntariamente me remeti (com apenas 3 exceções, o que só serve para confirmar a regra), desde que, em 2020, me candidatei a Presidente do SLB, com os resultados divulgados (mas nunca aceites)!

E faço-o como sócio, desde que nasci, a 23 de Agosto de 1958, sem condescender nem desistir apesar de, tantas vezes discordar, em absoluto mesmo, dos caminhos percorridos (com o tempo a dar-me, infelizmente para o Benfica, toda a razão do mundo).

As próximas eleições poderão vir a ser as eleições mais participadas da História do nosso Clube.

Os pré-candidatos que, até agora, se apresentaram permitem-nos, à primeira vista, percepcionar uma opção entre a manutenção do “status quo” dos últimos 25 anos ou escolher seguir um caminho novo, em que os protagonistas – todos eles sem nenhuma experiência no Clube – terão que aprender a gerir e liderar uma das maiores instituições do mundo, sem qualquer complacência de quem só nos quer ver perder.

Fui vice-presidente do SL Benfica durante 7 anos e 3 meses (entre julho de 2009 e setembro de 2016), como fui, durante 3 anos (2009/2012) administrador da SAD do futebol, cargos que desempenhei com muito orgulho, e dos quais saí com a plena consciência do dever cumprido (sendo um desses momentos o da defesa e da concretização do processo de arranque do patrocínio da Emirates e do qual guardo uma especial recordação).

Fui solidário quando tive de o ser, mas nunca abdiquei do meu “benfiquismo”, nem dos valores que defendo para o SL Benfica.

Sem temer – mesmo – enfrentar (quase, quase, quase) todos quando defendi (quase, quase, quase) sozinho – na SAD e na Direção – a não renovação do contrato com a Olivedesportos e a independência do Benfica quanto à exploração dos seus direitos televisivos, contra a posição mantida por Luís Filipe Vieira até ao último minuto.

Hoje todos percebem quão importante foi essa decisão para o Benfica (e para o que devíamos defender para o futebol português)!

Assumi-me contra o “aburguesamento da estrutura” (já agora, … um conselho a um “eterno” candidato ao nosso clube … quando citar os outros, não lhe fica mal dizer o nome de quem está a citar), que se tinha acomodado ao êxito, no primeiro ano de Rui Vitória, quando íamos a muitos pontos do líder.

Defendi sempre a aposta na Europa como o grande desígnio do Benfica, com base num raciocínio simples de que uma equipa forte na Europa também o seria naturalmente no campeonato português.
Defendi isso contra tudo e contra todos, … contra o riso de desdém de uns e o sorriso de complacência de outros, o que leva a congratular-me ao ver, hoje, todos os pré-candidatos olharem para esse desígnio como algo de fundamental.

Insurgi-me contra a parceria estratégica com Jorge Mendes (o SL Benfica não pode ser o instrumento pessoal de ninguém) e saí em 2016 ao ver que Luís Filipe Vieira daria prioridade a essa relação e não ao sucesso desportivo, como se viu no ano do Penta falhado.

Um Luís Filipe Vieira que, hoje, na minha humilde opinião, procura, no SL Benfica, o refúgio final de percurso de vida.

Provavelmente para recuperar velhas lealdades e tentar “cavalgar” velhos “carrosséis”, já ferrugentos e cansados de ouvir anunciar novas (velhas) corridas como se os animais de madeira presos ao chão ou pendurados do teto ganhassem autonomia e asas, sem se preocupar com o destino, mas, antes, em tratar de usar o clube como escudo para os seus problemas pessoais, sem perceber o que todos nós já sabemos.

Felizmente, para o Benfica, o tempo de Vieira já passou!!!

Manter tudo igual, ou pior, será também votar João Noronha Lopes.

Além de rodeado de antigos homens de mão de Luís Filipe Vieira e de um conjunto de apoios que não consegue (nem quer … talvez seja melhor escrever) explicar, confunde a candidatura a um clube com a necessidade de legitimar um fação de um partido politico. 
E agora – ao que dizem – com o apoio de uma estação televisiva (depois da morte de um dos seus principais ideólogos e apoiantes). 
O candidato em causa, demonstra, a cada “aparição”, as razões do esvaziamento da sua máquina e a limitação a quem já perdeu tudo e se serve dele para se manter “à tona da água”!

Para além do seu desconhecimento total do que é o mundo do futebol (a não ser que lhe queiramos dar o que nunca aceitamos de bom grado ver em Luís Filipe Vieira), João Noronha Lopes foi o grande responsável pela inexistência da reforma do voto electrónico em 2020 … vá lá saber-se porquê … ou talvez os resultados de 2020 o expliquem muito bem).

Propus – então – uma reforma total desse sistema, como anunciei publicamente, e João Noronha Lopes (ou quem o representava), apesar de anunciar que queria mudanças, boicotou tudo nas reuniões com o Presidente da Assembleia Geral.

Por isso não me surpreende que, em 2025, seja ele, novamente, o principal obstáculo a que todos votem e que exista um sistema fiável, controlado por todos os candidatos e pela MAG, e que dê aos sócios aquilo que ninguém tem legitimidade para lhes negar: o voto.

O mesmo que, em 2025, tal como em 2020, também “apregoa” que quer debater ideias, mas foge a todas as tentativas de debate.

Vendo as suas entrevistas neste período de pré-campanha, entende-se essa fuga ao debate.
Há um sentimento de “vergonha alheia” que nos assalta, ao ver as figuras que faz, do desnorte que de si se apodera, em tantos momentos. Vemos a dependência de papéis para passar uma ideia que seja e da necessidade de “entrevistadores amigos” que lhe permitam debitar o que traz decorado, sem contraditório, sem perguntas que repisem qualquer tema … sem perturbar “aquela cabeça” que se limita a repetir o que a máquina de campanha lhe diz para repetir, sem sequer perceber o que está a afirmar.

E, apesar de ter, agora, como mandatário, o Professor Luís Tadeu (alguém que muito estimo e respeito, e que teria sido, se tivesse vencido as eleições que “perdemos” contra Vale Azevedo, em 1997, um dos melhores Presidente da História do SL Benfica), João Noronha Lopes representa o último esforço de manutenção do poder, no Benfica, das forças que entraram no Clube há alguns anos (e contra as quais saí em 2016) e que insistem em considerar o SL Benfica como sua propriedade.

O futuro … mas mais futuro que o futuro que começa em 2025 … poderá ser de João Diogo Manteigas, que se percebe ser alguém com muitas ideias, com algum conhecimento do Benfica e do mundo do desporto, e que tem o mérito de ter feito o seu caminho a pulso ao longo destes últimos anos, o que não é algo assim tão fácil.

Outro pré-candidato é Cristóvão Carvalho (que foi candidato na lista que encabecei, em 2020. a vice-presidente do SL Benfica), … um homem criativo, enérgico e que sempre teve ideias fortes e incisivas para o nosso Clube como a do Marketplace para as Casas do Benfica. Desejo-lhe, por isso, toda a sorte do mundo, convicto como estou que irá apresentar um projeto e uma equipa que enriquecerão o debate e a opção de decisão dos sócios …para um futuro que poderá não começar, obrigatoriamente, em 2025, mas que um dia começará.

O último pré-candidato é Martim Mayer, neto de um dos melhores – para mim – Presidentes do SLB (e que, sempre o afirmei, gostaria de poder “imitar”, tanto na postura, como no êxito), mas que, ao longo dos anos, não tem sido muito feliz nas suas apostas na vida do Benfica, como nas eleições de 2012, em que apoiou Rui Rangel, ou em 2020, quando aceitou integrar uma lista sem que lhe dessem qualquer relevância que a sua história pessoal mereceria.

Terei eu, como todos os Sócios, de conhecer mais a fundo as ideias de cada um e as equipas para os Corpos Sociais e para a SAD para ter uma opinião mais sustentada sobre cada uma destas candidaturas, sempre numa visão de futuro, que, quem ganhar, poderá tentar buscar, na sua colaboração um a forma de enriquecer e engrandecer o futuro do Benfica.

Deixei para o fim a recandidatura do atual Presidente, Rui Costa!

Estou à vontade para falar dele porque, com o mesmo grau de certeza que anunciei, no dia da minha derrota eleitoral em 2020, que Luis Filipe Vieira não estaria mais de um ano no Benfica (demorou 10 meses a sair), também afirmei no dia da sua eleição em 2021, que Rui Costa não deixaria de se encontrar a braços com uma grande crise interna, no prazo de ano e meio (demorou dois anos).

E disse-o porque, conhecendo bem o Benfica (Sócio desde que nasci, em 1958, Atleta de 1976 a 1980, candidato a Vice-Presidente em 1988 e 1997, Vice-Presidente eleito em 2009 e 2012, até 2016, Administrador da SAD de 2009 a 2012 e candidato derrotada a Presidente, em 2020) e, pese embora as suas fragilidades, cometeu dois erros de palmatória, nessas eleições de 2021.

Ao não ser capaz de se libertar de alguns dos “serviçais” de outros senhores (incluindo, obviamente, de Luis Filipe Vieira, mas não só) e ao incluir na sua equipa alguns “serviçais” de candidatos a novos senhores, não foi consequente com os novos ventos que anunciava e que não o deixaram pensar o Benfica “fora da caixa viciada” pela fidelidade a um empresário e alguns candidatos a novos senhores da Luz, mais preocupados com os seus negócios e os seus financiadores que com o Benfica.

E porque nos tempos de hoje não chegam as intervenções publicitadas no balneário ou as fotos das contratações. A um Presidente do Sport Lisboa e Benfica exige-se muito mais.

E Rui Costa sabe-o bem, como o atestei de tantas conversas, a sós, sem outras testemunhas, em muitos milhares de quilómetros feitos para acompanhar o Benfica, por esse País, … por esse mundo fora.

Rui Costa sabe que não bastará um “mercado” competente, antes será necessário um ano, muitos anos “em grande” para justificar o passado de um mandato cheio de confusões e falhanços e apenas com um título de Campeão Nacional.

Essa é o seu grande desafio, … essa terá de ser a sua grande aposta!!

Para que possamos, em liberdade e em segurança, com o respeito que deve merecer a diferença, decidir o nosso futuro.

A democracia no clube é dos seus valores mais antigos e sempre foi a nossa principal diferença para os outros, quer na Monarquia, quer na Ditadura, quer mesmo já em pleno regime democrático e republicano.

Todos os sócios têm o direito de votar e escolher o futuro do Sport Lisboa e Benfica.

Legitimidade foi o ponto de partida para o exercício dos seus cargos por todos os grandes presidentes da história do SL Benfica!!!

Tivemos dirigentes que recusaram tomar posse por se sentirem pouco legitimados com os resultados, mesmo tendo votos para tal!

Por isso, mais importante que um qualquer apelo ao voto em A ou o não voto em B, é exigir que a democracia e o seu bem mais precioso, o voto, não vos seja subtraído por uma elite que se julga mais importante que os outros.

Não podemos aceitar que um grupo de sócios tente reduzir a participação dos Sócios, pela restrição do voto a apenas alguns, como a única oportunidade de vencer uma eleição.

Os candidatos que sejam aprovados pela Mesa da Assembleia Geral do SL Benfica (e não pré-candidatos como são todos hoje) têm o dever de criar condições para que TODOS OS SÓCIOS possam votar.

Negar o voto é negar a DEMOCRACIA.
Negar a democracia é NEGAR OS VALORES DO SL BENFICA.

Sem desculpas para limitar o voto, mas antes dando todas as condições para que o voto, exercido eletronicamente em todo o mundo, seja sério e auditado, de forma a não deixar dúvidas sobre a sua veracidade (ao contrário do que aconteceu em 2020).

Saúdo por isso o Presidente da Assembleia Geral por querer caminhar nesse sentido, por se assumir como um fator de defesa da Democracia no SLB e da LEGITIMIDADE dos eleitos e defender o direito inalienável dos sócios de poderem VOTAR.

Em 2025, mesmo sem alterações (ou com elas), podemos começar a voltar a construir o futuro que queremos e que o BENFICA merece.

Viva o SPORT LISBOA E BENFICA!!!

Rui Gomes da Silva – sócio nº 1812
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1 comentários

  1. Rita Cunha5/9/25 10:38

    Concordo.

    Tal como RGS também tenho a opinião de que o JNL não tem perfil para presidir ao SLB. Ficaríamos mal servidos. O homem está desgastado e sem ideias.

    O JDM tem sido uma muito agradável surpresa.

    Há muitos benfiquistas com muito valor que deveriam estar na gestão do Benfica

    JDM e Mauro Xavier por exemplo.

    Vamos ver a campanha eleitoral mas posso já afirmar que JDM está na minha área de possível votação

    Voto ELETRONICO fundamental para dar expressão ao mundo benfiquista

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