Tenho gostado ler os comentários dos benfiquistas (ou talvez não) que aqui vêm defender certas posições ou, acima de tudo, criticar o facto de eu discordar da actual estratégia de reforço do plantel em Janeiro. Há de tudo:
- Desde querem convencer-me da obrigação de aceitar tudo o que é feito pela direcção, porque eles merecem por serem de confiança e benfiquistas exemplares.
- Até que é insensato criticar a qualidade ou valor pago por alguns jogadores porque... o Javi Garcia também custou 7M€ e comprovou-se que era bom jogador.
- Passando por não interessar a nacionalidade dos jogadores, desde que venham para sermos campeões.
- E até se chega ao cúmulo de dizer que Yartey, Miguel Rosa ou Nelson Oliveira não têm qualidade.
... e tenho feito questão de publicar todos os comentários, para mais tarde recordar e... recuperar algumas conversas com alguns que têm o cuidado de escrever sob "Anónimos" de modo a que nunca se lhes possa apontar nada. E eis que aprendi (LOL) algumas lições:
Lição nº1
- Querem alguns benfiquistas que o GB passe a aceitar toda e qualquer contratação, mesmo que despropositada financeira ou desportivamente... apenas porque o Presidente achou que as deveria efectuar.
Lição nº2
- Quando as contratações, aparentemente, não fazem sentido, deve o GB percebê-las numa óptica de futuro. Ou seja, um dia irão substituir algum dos bons jogadores do plantel, ainda que estejam a chegar de um país oportunista por tuta e meia (onde os jogadores para sair valem milhões mas para entrar valem tostões).
Lição nº3
- Ainda que nos últimos dois anos os jogadores não tenham feito nada de relevante, o GB deve formar a sua opinião com base nos feitos das equipas ou selecções que integraram ou, especialmente, nos videos do Youtube.
Lição nº4 e prémio criatividade
- Depois do exemplo do "desconhecido" Javi Garcia, que custou 7M€ e se revelou um excelente jogador, deve o GB sempre partir do princípio que isso voltará a acontecer com todas as contratações que fizemos.
Lição nº5 e talvez a mais brilhante
- Todo e qualquer jogador que chegue ao Benfica é, nativamente, um excelente jogador. Só perderá esse estatuto se efectivamente tiver o "azar" de não se adaptar, de não apresentar resultados condizentes com o valor ou aposta feita pelo Clube. Ou seja, o Presidente não erra... os jogadores é que não se adaptam... porque eles eram bons.
Esta última lição que fizeram questão me ensinar é bem demonstrativa da cultura dos benfiquistas que tem "torrado" jogadores nas últimas duas décadas: Os jogadores quando chegam vêem para ser ídolos, para ser o novo Jardel, o novo Roberto Carlos, o substituto do Simão, etc. etc. etc.
É incrível como no Benfica ninguém vem para trabalhar até à morte para, com sorte, conseguir um lugarzinho ao sol e depois de muito trabalho e dedicação lá ter um lugar de reconhecimento junto dos adeptos (ou deverei agora dizer "torcida"?).
Vir para o Benfica tornou-se portanto cómodo e confortável para todos. Os dirigentes não falham... os jogadores é que não se adaptam. E estes não precisam provar nada porque chegam sempre rotulados de grandes jogadores e só deixam de ser porque... não se adaptaram.
Responsabilidade. Vou repetir e leiam devagarinho: R E S P O N S A B I L I D A D E...
... Uma palavra que saiu do léxico dos benfiquistas desde há muitos, muitos anos. Desde o tempo em que começou a derrocada financeira com o fecho do terceiro anel que ficou com uma factura por pagar mais de 10 anos... Quando algo falha nos dias de hoje... é o Sistema, é a adaptação, é o azar, é a atitude, é o treinador... é tudo, menos RESPONSABILIDADE de alguém.
Quando algo corre bem... é precisamente o inverso. Não há sistema, azar ou adaptação que nos valha, porque a Direcção conseguiu ser superior a tudo.
Se querem saber, ainda que estou certo que muitos não entendem ou vão ignorar esta parte, o que escrevi no parágrafo anterior é algo que considero absolutamente correcto. O que não é correcto é o que antecede isso, no que diz respeito a quando algo falha e a culpa morre solteira.
Não vou voltar a explicar como e porque entendo as apostas do mercado de Inverno foram, na minha óptica, totalmente erradas. Quem quiser que leia os últimos tópicos.
Não vou também voltar a explicar porque entendo que as (poucas) lacunas do plantel poderiam, enquanto não garantirmos títulos, ser suprimidas sem necessidades aumentar ainda mais o enorme endividamento, recorrendo a soluções internas (jogadores emprestados ou da formação - Ruben Lima; Yebda; Makukula ou Nélson Oliveira) e/ou recorrendo ao mercado nacional (João Pereira; João Aurélio e Ruben Micael).
Penso ser desnecessário voltar a questionar qual a estratégia para jogadores como Bynia, Shaffer, Patric, Adu, Bastos, Zoro, Sepsi, Jorge Ribeiro, Andrez Dias, Luis Filipe, Balboa, Edcarlos, Marcel, Leandro, Halliche, Keirrison, Bastos, etc.
Na Luz entraram este ano, nada mais nada menos de 13 jogadores novos, 9 dos quais brasileiros e apenas um português - César Peixoto - que na minha opinião nada acrescentou à equipa. Tudo isto depois de mais 10 que entraram na época passada, onde pontificavam nomes como Reyes, Suazo, Aimar ou Carlos Martins. São 23 contratações (um plantel inteiro) em duas temporadas... e muitos milhões em endividamento... e zero títulos.
Alguém me consegue explicar esta movimentação de jogadores, sempre superior à dezena que entra e sai todos os anos do balneário da Luz??? Em tempos era para enriquecer quem fazia os negócios... e agora é para quê?
Quem me conseguir convencer que é benéfico para o plantel, para o grupo, para a estabilidade, para preparar o futuro do Clube, termos todos os anos mais de 10 jogadores a entrar e outros 10 a sair... cá estarei para aprender.
- Entram e saem mais de 10 todos os anos
- Não entra nenhum jogador da formação
- Entram muito poucos (um a dois) portugueses em cada ano
- A generalidade dos jogadores vem de campeonatos muito diferentes
Qual é a parte desta "formula mágica" que é benéfica para o Clube?