
Não que concorde com algumas opções tomadas, mas vou assumir como válidas grande parte das decisões tomadas. Até porque, como sócio do SLBenfica, a partir do momento em que são tomadas as decisões... passam a ser minhas também. Isso não implica que concorde com elas, mas implica que saiba conviver com elas.
Assim, e para mais tarde recordar, vou deixar aqui a minha ideia de como organizaria a estrutura e o plantel, face ao actual enquadramento de pessoas e decisões.
O Staff da SAD
Não há volta a dar ao facto de Luis Filipe Vieira ser a linha de responsabilidade directa da estrutura directiva da SAD. Na minha perspectiva deveria ser Rui Costa a liderar o futebol profissional e de formação, ficando Luis Filipe Vieira com um papel supervisor (enquanto Pres. SAD). Como já disse, é fundamental ter a liderar o futebol, alguém do futebol e que sabe e sente o SLBenfica. Luis Filipe Vieira não é essa pessoa em termos de background e seguramente não o é na paixão.
Mas admitindo que não podemos fugir deste centralismo penalizador,
o desejável é que seja real o que a comunicação social anuncia de ter Rui Costa num papel decisor em termos de gestão e planeamento do futebol de uma forma macro (contratações, empréstimos, acompanhamento de jogadores, coordenação do scouting, relação com outros clubes, etc.).
Já
António Carraça a assegurar todo o processo operacional do futebol profissional (acompanhamento da equipa, presença no banco, gestão de comunicação, acompanhamento dos jogadores, controlo da actividade extra-futebol, estágios, coordenação com treinador, integração com DIC, comunicação com a SAD, identificação das lacunas, idenficação de soluções a propor à SAD, etc.).
Já o prof. Manuel Sérgio, penso que deve ser mais do que um "espectador" e consultor dos treinadores, neste caso Jorge Jesus - mais tarde vão perceber porque considero o treinador o elo menos relevante da equação "staff". O
Prof Manuel Sérgio deve trabalhar sobre a directa responsabilidade de Rui Costa e em perfeita sintonia com António Carraça, sim porque o seu trabalho é mais do que apenas operacional e mais do que apenas direccionado ao dia-a-dia do futebol.
Na minha opinião,
Ricardo Lemos (Resp. Comunicação para o futebol) deveria estar sobre a responsabilidade de António Carraça. A coordenação e articulação com a imprensa diária, seja na libertação ou controlo de informação estratégica é importantíssimo que seja muito bem articulada com o Director Geral e mesmo com o responsável pelo DIC.
Sobre a responsabilidade de Rui Costa, deveria estar o scouting do futebol profissional que deveria ter uma estrutura de recursos humanos (scouts) e meios tecnológicos (recolha e tratamento de dados) totalmente independente do futebol de formação.
Por falar em futebol de formação, toda a vertente operacional deveria estar sobre a responsabilidade... do Director Geral, pois é! Do scouting à direcção técnica, passando pela gestão do Caixa Futebol Campus... tudo são vertentes que devem estar na égide do Director Geral de modo a que sejam estruturados e desenvolvidos de foram a servir o futebol profissional e não apenas no intuito de formar jogadores e... "depois logo se vê".
Por fim... o staff técnico. Treinadores, preparadores físicos e observadores são a base da pirâmide, um factor importante de sucesso, alargado por incluir o futebol profissional e a formação e fundamental na perspectiva que é o garante da efectivação em campo de toda a estratégia. Mas...
... pois é, mas!
Mas não podem continuar a ser escolhidos "porque sim". Tem que acabar a elevada rotatividade de treinadores, preparadores e observadores fruto de insucessos desportivos.
Está nas mãos de Rui Costa e de António Carraça a definição do perfil de treinador do SLBenfica e da metodologia de treino a implementar desde a formação até ao futebol profissional. 60% deste trabalho está feito...
Se olharmos aos clubes mais organizados e estruturados, quase que podemos arriscar dizer que lá qualquer treinador tem sucesso, isto porque a "máquina" funciona com grande autonomia e
o treinador só tem que criar as bases técnicas e alinhar com o "rolo compressor" que é a organização do clube, seja na definição das carências do plantel, seja na comunicação para dentro e fora. Chega de "salvadores da pátria"... (por isto é que há pouco disse "neste caso Jorge Jesus"... é que pode claramente ser outro, se tiver as competências definidas pela SAD)
Neste enquadramento,
há muito que defendo que a nossa formação deveria ser também uma "escola" de treinadores que pudessem depois evoluir em clubes com modelos de colaboração desportiva com o SLBenfica e, mais tarde, puderem regressar para a estrutura de futebol profissional do SLBenfica. Este modelo garante uma muito melhor continuidade dos projectos desportivos (incluindo modelos tácticos) e muito menores custos e riscos com as vertentes técnicas.
O mesmo se aplica também a preparadores físicos, adjuntos e observadores, onde o clube deverá sempre ter uma palavra a dizer na sua escolha. Obviamente que os treinadores têm a sua equipa de confiança, mas o modelo de mérito e identificação com o clube não podem ser esquecidos e as equipas técnicas têm que ser um misto de escolhas de confiança do treinador e do elementos do Clube. Por outro lado a "escola de treinadores" facilita esse processo na medida em que há uma maior identificação dos recursos com as pessoas, métodos, etc.
O Plantel
Todos sabemos que é preciso começar a cortar naquele número elevado de jogadores. Sabendo que uma parte desses jogadores foram contratados com o objectivo de se valorizarem,
é preciso começar por perceber qual a nossa base de potenciação desses jogadores, ou seja, que clubes têm interesse em receber jogadores emprestados pelo SLBenfica para potenciar as suas temporadas desportivas, a troco de imparcialidade neste futebol corrupto vendido aos azuis.
Na minha perspectiva, Rui Costa tem um longo caminho a percorrer porque o futebol português está muito "minado" neste aspecto. Idealmente, penso que deveriamos privilegiar clubes de Lisboa, pela maior facilidade de acompanhamento dos jogadores (
Belenenses, Atlético e Estoril estão todos na Liga Orangina). Além destes,
Beira-Mar, Paços Ferreira, Olhanense e Guimarães parecem-me ser suficientes para implementar uma estratégia adequada. Acrescentaria apenas,
um ou dois clubes no estrangeiro (Espanha e França ou Holanda) para colocação de jogadores a rodar na Europa.
Os jogadores a valorizar devem ser definidos em dois patamares (A, B, C e D) em função da sua etapa de evolução e potencial de atingirem um grau de competência suficientes para integrar o plantel do SLBenfica. Nos jogadores actualmente ligados ao SLBenfica, colocaria então a seguinte divisão:
(A - elevado potencial de integração) - Oblak, Roderick, Leo Kanu, Ruben Pinto, Yartey, André Almeida e Melgarejo.
(B - potencial moderado) - Fabio Faria, André Carvalhas, Leandro Pimenta, Lassana Camará, Bakar, Alípio Brandão, Luis Martins e Jean Silva.
(C - a observar/acompanhar) - Diogo Caramelo, Junior, José Graça, Ademir, Diogo Caramelo, Abel Pereira, José Coelho, Helio Vaz, André Soares.
(D - a dispensar) - Julio César, Filipe Menezes, Fernandez, Shaffer, Eder Luis, Fillipe Bastos, Airton, Weldon, Kardec, Yebda, C.Peixoto e Balboa. Nestes pode igualmente integrar-se aqueles jogadores por quem vejamos com bons olhos uma proposta, atractiva, mas cuja permanência será vista com interesse caso a proposta não surja de forma devidamente compensatória: Roberto, C. Martins, Cardozo, Aimar e Saviola.
Os jogadores dos patamares A e B deveriam ser cedidos em Portugal nas Ligas Zon/Sagres e Orangina, respectivamente. Os jogadores dos patamares C e D deveriam ser colocados em Portugal, na liga Orangina (ou inferiores), no estrangeiro ou mesmo no seu país de origem.
Assim sendo, cá ficam as minhas escolhas para 2011/12 para dar uma ideia ao Jorge Jesus:
GR: Artur Moraes, Moreira e Oblak - Excluo por completo a hipótese Roberto ficar porque entendo que o seu custo e vencimento são demasiado elevados para ficar se não for titular absoluto - o que considero que não tem condições para tal. Julio César entendo que não faz qualquer sentido no SLBenfica quando temos Oblak que pode e deve evoluir ao mais alto nível.
DEF: Wass e Maxi Pereira; Luisão, Dedé (5M€ abatidos com venda de Eder e Bastos?), Miguel Victor e Jardel; José Angel (5M€?) e Carole. - Assumo a saída de Coentrão como uma questão de tempo, considero Kanu demasiado "verde" para jogar no SLBenfica e reitero que Miguel Victor é hoje muito melhor jogador que Roderick.
MED: Ruben Amorim, Javi Garcia, Matic e Nuno Coelho; Bruno César, Gaitan, David Simão, Miguel Rosa, Enzo Perez, Salvio ou Danilo (7 a 9 M€), Nolito e Urreta. - Considero precipitada a incorporação de Ruben Pinto (quando temos David Simão e Miguel Rosa) e reitero a minha opção pela procura de um bom negócio por Aimar, não podemos ter um grande jogador (que é) a jogar apenas 60min e a descansar um jogo em cada quatro, ganhando 150mil/mês limpos.
AV: Nelson Oliveira, Rodrigo, Mora, Jara, Cardozo e Saviola. - Assumindo que é complicado alguém dar 20M pelo Cardozo, um jogador que "factura" como ele não deve sair por menos que isso. Salvo apareçam 20M (mínimo) entendo que não deve sair, apesar de eu não me rever minimamente nas suas competências. Saviola para mim tem o mesmo enquadramento de Aimar. Se sairem, têm que entrar dois novos jogadores para esta posição, ou pelo menos um, dado que a função de Saviola pode ser feita também por Salvio, Enzo Perez ou mesmo Gaitan.