Para os candidatos que quiserem responder (incluindo o incumbente, pois claro)

Infelizmente temos assistido, no geral, a abordagens muito genéricas por parte dos candidatos à presidência do SLBenfica. Sempre a "empurrar com a barriga", acho que a expressão mais usada na campanha até hoje foi "a seu tempo"... 

- a seu tempo o programa
- a seu tempo as equipas
- a seu tempo os modelos de governo
- a seu tempo, a seu tempo, a seu tempo...

Se era para ser tudo mais tarde, porque se apresentaram agora? Para alimentar conversa de redes sociais? Isso não é um bom prenuncio porque se estão a gerir a campanha de fora para dentro... é isso que vão fazer depois quando forem eleitos? Andar a gerir em função dos movimentos e pressões externas?

Como tal eu compilei algumas questões que gostava que os candidatos respondessem, mas agora e não... a seu tempo! Eu gostava de, não a seu tempo, mas com tempo, poder escolher o meu candidato e monitorizar a minha própria escolha durante a campanha em vez de andar à procura de eu próprio tomar decisões ou chegar ao fim sem uma preferência que realmente acredite.

Vamos a isto Srs Candidatos? Se alguma candidatura estiver interessada em responder ponto a ponto, eu terei todo o gosto em publicar a resposta tal e como a receber sem quaisquer edições, basta enviar para o email do blog:

Estratégia Desportiva (para além do slogan “ganhar mais” que todos gostamos muito)

- Para ganhar não é suficiente "jogar melhor" ou "decidir melhor" senão o Real Madrid, Benfica etc acabavam todos os anos só com vitorias. Sendo um clube desportivo, como pretendem os candidatos cumprir a "promessa" de ganhar mais?

- Qual o processo de decisão e modelo de governo que intergrará a estrutura de decisão de treinador, scouting, performance e dados?

- Muito se fala em contratar melhor, contratar mais cedo - sendo o processo de scouting altamente e cada vez mais competitivo, qual será a estratégia e processo de decisão para contratações/renovações e para obter essa capacidade de comprar menos e melhor?

- Qual a integração de análise de desempenho (vídeo/dados) no processo e em que será diferente do actualmente existente?

- Nos primeiros 100 dias quais serão as prioridades no core business do Clube? (portanto até final de Janeiro de 2026)

- Qual o organograma do Clube e da SAD ao nivel de dependências formais e informais? A quem será atribuido poder de veto, sendo que o Presidente não é especialista, o treinador é que decide quem joga e o Director Geral é que marca a estratégia e Administrador da SAD é que responde perante a liderança?

Avaliação e Eventual Substituição de Profissionais

- Muito se tem falado em renovações integrais, rupturas com a estrutura actual, etc. que diagnóstico fizeram da estrutura atual? Com que métricas e por quem foi feito? Como tratam indemnizações e continuidade operacional? que critérios objetivos de avaliação (técnicos, comportamentais, compliance), pareceres jurídico-laboral, estimativa de custos de transição e plano de mitigação de risco de saida dessas pessoas, etc?

Formação & Integração no Plantel

Muito se fala no aproveitamento do talento do Seixal. Era Se “aproveitar melhor talentos” não significa impôr quotas, quais são os gatilhos de oportunidade (indicadores de treino/jogo) que abrem espaço ao jogador da formação? 

Haverão princípios de regulamento de oportunidades (critérios mínimos e janelas)? Como vão ser asseguradas essas oportunidade se o treinador principal achar que não têm condições para as ter?

Política de Contratações & Vendas (equilíbrio desportivo-financeiro)

- Qual é a estratégia desportiva para os planteis? Ou seja apostas em jovens talentos (maior exposição ao interesse de grandes clubes com condições económicas? Ou jogadores mais velhos que permitam maior estabilidade e menos interesse externo? Sendo um misto como se equilibra a resistência a acordos muito vantajosos para os jogadores, limitando a sua saida? Como se evita comportamentos como o Gyokeres fez no Sporting? Quem arbitra trade-offs entre presente e futuro?

Plano Financeiro do Mandato (quanto custa, quem paga, com que risco)

- Muitas promessas têm sido feitas que custam muitos recursos financeiros e até humanos. Irá, em campanha, ser apresentado um orçamento estimativo de investimento que demonstre a sustentabilidade das medidas propostas, assim como de onde vem o dinheiro (cash-flow operacional, patrocínios, naming, dívida, parceiros, alienações)? Qual o impacto em compliance (UEFA) e nos custos recorrentes?

- Vão ser apresentados os estudos feitos para transformação e renovação de infra-estruturas e o seu modelo financeiro e de retorno?

Sócios, Red Pass e Parcerias

- Que estudo sustenta o modelo proposto o custo dos RedPass seja para socios ou Coporate?
- As parcerias e acordos de captação de receitas (merchandizing e outras) estão contratualizadas em caso de vitória, condicionadas ou são intenções projectos analisados?

- Muito se tem falado das receitas, contexto e estratégia match day. Como irá ser? Como funcionarão os espaços exteriores, que politicas de preços, que oferta e experiência? Que modelo de custos o suporta? Que estimativa de receitas irá gerar... em Euros?

Transparência, Auditoria e Integridade (forense vs. gestão)

- É uma boa prática de gestão fazer uma autoria prévia quando há mudança de gestão. Quase todos os candidatos a propõem. Como será realizada? Será auditoria forense (indícios de irregularidade) ou de gestão (eficiência, controlo interno)? Quais os objetos, período, independência e publicação de resultados?

Relação Institucional (Liga/FPF/UEFA): propostas e coligações

- Quais as propostas concretas (governance, arbitragem, calendário, direitos) e como constroem maioria entre clubes que permita viabilizar, sabendo que o voto do SLBenfica isoladamente não é válido para aprovar nada?

São apenas algumas duvidas que tenho quando oiço falar em muitas das propostas que os candidatos apresentam para o seu projecto.

Muito se fala de transparência e por isso mesmo estas duvidas ocorrem-me e gostava muito que fossem respondidas por TODOS os que apresentam ideias, compromissos de execução, etc.
Atenção: ao incumbente não lhe chega reportar-se ao que tem feito e dizer que já conhecemos. Tudo isto é igualmente válido para o incumbente e o exemplo de que não o faz nem fez foi o District e a entrada dos novos profissionais para o futebol em substuição do Ricardo Lemos e do Lourenço Coelho. Muito por explicar... mas para todos, não apenas para os que querem entrar... mas lá porque são novos esses também não devem apresentar os erros da incumbência.