Eduardo e Anthony Lopes – O papel ingrato de saberem que não iriam jogar. Pelo que sei, sempre foram parte do bom ambiente lá dentro. O reconhecimento por isso.
Cédric – Fez um bom europeu, atingindo provavelmente a sua melhor forma de sempre.
Vieirinha – Teve um mau início no Europeu e acabou por ser sacrificado. Era um dos preferidos de Fernando Santos mas como se viu não tem qualidade para altos voos.
Ricardo Carvalho – O melhor defesa central português, em experiência, mas sem a condição física que lhe pudesse permitir tirar proveito dessa mesma experiência. Ele e Pepe não ligavam e a permeabilidade da defesa portuguesa ressentiu-se disso.
Pepe – Depois de um arranque em que esteve desconcentrado e quezilento, Pepe justificava a saída da equipa. Mas com José Fonte ao lado emergiu o melhor Pepe. Duro mas de uma qualidade enorme. Um patrão para a defesa de Portugal. Acaba por ser um dos melhores da selecção.
José Fonte – Uma das chaves desta vitória. A sua entrada na equipa( quantas vezes é que reclamei a sua utilização antes? Muitas!) foi fundamental para estabilizar a defesa. Foi rigoroso, nunca inventou e juntamente com Pepe foi uma muralha brutal. Mereceu este prémio pelo tempo em que o preteriram a favor de gente com menos qualidade.
Bruno Alves – Quando precisamos dele, cumpriu. Mas mais nada que isso. Ficou marcado pelo lance com a Inglaterra e Fernando Santos nunca quis arriscar nele.
Eliseu – Cumpriu quando foi utilizado mas se não o considero com qualidade para ser o titular do Benfica, também não o considero com nível para a selecção. Um bom suplente, nada mais.
Raphael Guerreiro – Uma grande revelação mas só para Portugal. Milhões gastos em brasileiros e outros sul-americanos e ninguém reparou num português com esta qualidade? Ontem, provavelmente pelo nervosismo, fez o seu jogo mais fraco. Mas foi também um exemplo na capacidade de sofrer. Boa sorte no Dortmund!
Danilo – Ontem, em vez de Moutinho, talvez tivesse trazido mais poder de choque contra o meio campo fortíssimo da França. Tem bom poder de embate e de destruição mas falta-lhe qualidade no passe. Foi aí que perdeu para William.
William – Um grande europeu. Tem uma missão muito espinhosa e que envolve muitos riscos pois por vezes é ele a última barreira antes do último defesa. É um falso lento, que alia o forte posicionamento a uma qualidade de passe elevada. Foi um dos fundamentais.
Adrien – Também passou de última escolha de FS para titular e notou-se a diferença. Ontem também teve um trabalho complicadíssimo pois levar com aqueles 2 touros do meio campo francês é uma missão quase impossível. Tem no seu pulmão e concentração o melhor. Também passou por ele parte da mais valia desta equipa.
João Mário – Talvez a maior desilusão em termos exibicionais. Esperava-se muito dele mas tirando num ou noutro jogo algumas tiradas de qualidade, pareceu sempre demasiado nervoso ou desconcentrado. Perdeu uma grande oportunidade de brilhar.
Renato – Outra das estrelas da equipa. O facto de estar em campo desmontava parte do esquema adversário pois ele aparece em todo lado. Pedia a bola, entusiasmava e puxava pelos companheiros e sempre foi o primeiro a recriminar-se quando falhava um passe ou perdia uma bola. Este Europeu foi uma bofetada enorme nos facciosos que diziam que ele não merecia lá estar.
A bofetada é especial para os benfiquistas(sim também temos muitos facciosos) que até o Renato ser vendido diziam o mesmo que os outros facciosos passaram a vida a dizer: que não tinha qualidade ou maturidade para jogar como titular no Benfica.
Pois todos vocês, facciosos de merda, inchem pois o puto de 18 anos deu uma lição a todos.
André Gomes – Outro jogador que sai valorizado do Europeu. Grande qualidade de passe, visão de jogo e luta. Acabou por ser atraiçoado pela condição física mas tem muitos anos ainda para dar à selecção o seu futebol.
Moutinho – Uma das vacas sagradas que teve de ser sacrificada. Não aprecio o seu futebol e acho que nem sequer o tem desde que saiu do FCP. Suplente, na melhor das hipóteses.
Rafa – Não teve oportunidades. Terá tempo para isso.
Nani – Vimos um Nani diferente neste Europeu. Jogou para a equipa, raramente complicou e foi também fundamental com os seus golos e passes. Um Nani maduro que assim pode reclamar o lugar de um dos melhores.
Quaresma – Também o “cigano” merece um lugar de destaque. A partir de determinado momento do torneio, assumiu o seu lugar de suplente de ouro e por isso também ajudou os seus colegas de selecção. O título de “Grande” é merecido.
Ronaldo – Mereceu todas as críticas que teve durante o torneio assim como ontem mereceu ser chamado de CAPITÃO. Deu o exemplo a todos os níveis, dentro e fora de campo. Fosse sempre assim e ninguém nunca tinha contestado a sua braçadeira. Junta ao seu currículo um título pela selecção. Algo que poucos poderão alguma vez conseguir.
Éder – Que dizer? Teve o seu momento “Carreira” ontem. Não será um momento “Kelvin” mas andará nas vizinhanças. Fez um jogo como nunca o vi fazer. Ganhou bolas no ar, batalhou, usou o físico no combate duríssimo com os franceses e marcou o golo que valeu um título europeu.
E o melhor do Euro 2016, na minha opinião foi:
Rui Patrício.
Desde o primeiro jogo que foi sempre o último recurso da equipa mas afinal era sempre o primeiro a garantir que os colegas poderiam ter tempo para fazer melhor. Para ultrapassarem os obstáculos. Em todos os jogos foi colocado à prova e em todos conseguiu ser aquele jogador que todos esperavam que fosse.
Se a equipa conseguiu ter a chance de chegar onde chegou, foi porque Rui Patrício defendeu quase tudo.
Fernando Santos – Não retiro nenhuma das críticas que lhe fiz. Continuo a achar que é um treinador medroso e limitado. Só quando se viu apertado é que retirou as vacas sagradas e colocou os melhores em campo. Isso poderia ter custado tudo.
Teve a sorte do seu lado pois todas as coisas que poderiam ter corrido mal afinal correram sempre bem. Acho provável que tenha um pacto com o diabo.
Se passar a colocar os melhores em campo e não os jogadores “preferidos de alguém” poderá continuar a ter a chance de brilhar.
O colectivo venceu. Portugal foi uma selecção unida. Essa foi a grande vitória.