
Penso que todos se recordam do lançamento do livro "Jogo Sujo", onde o Fernando Mendes se desbroncou de forma "bem montada" acerca dos meandros do doping em Portugal. Basta citações como «Em determinado período da minha carreira cheguei a um clube que tinha uma grande equipa, um belíssimo treinador e um presidente carismático. Para além destas qualidades, existiram outros ingredientes que facilitaram o nosso percurso vitorioso. Devo dizer que antes de ir para este clube nunca tinha tido qualquer experiência com doping (pelo menos conscientemente)». Cliquem no link acima para recordarem.
Mas houve uma coisa que poucos disseram na altura, que foi o "timming" do livro. Apareceu, curiosamente, apenas depois do Boavista ir parar à 2a Divisão e estava já no fundo do poço, pelo que se juntou o útil ao agradável:
Por um lado não se identificou o clube onde se passarram aquelas ilegalidades, mas por outro lado se algo corresse mal, era fácil que todos ficassem a pensar no Boavista. Engenhoso, hã!?
Hoje apareceu o Jaime Pacheco! Numa interessante entrevista ao Jornal i, percebemos o que já se esperava há muito tempo, dentro do Sistema Corrupto. Quando, findo algum tempo, começa a deixar de haver "mama" para alguns dos que no passado alimentaram e se alimentaram do Sistema... rapidamente começam as "fugas". A cena dos próximos capítulos é... o Jaime Pacheco silenciar-se para sempre, depois de uns correctivos que os "ChupaLadrões" já devem estar a planear.
O Jaime é esperto e soube também ele falar sem por em causa as pessoas que o alimentaram (e mais tarde o abandonaram). A entrevista, entre lamentos, deixa a entender a sua conhecida devoção pelos dois eixos do Sistema - Boavista e Porto.
A terminar, contudo, deixa escapar uma frase interessante: "Uns até fumavam ao intervalo e davam tudo, outros bebiam leitinho e não se mexiam".
O Jaime Pacheco, dificilmente voltará a treinar em Portugal depois de um dia se ter posto a jeito para treinar o Benfica - no momento em que veio Camacho. É fundamental que todos saibam uma coisa e é exactamente isso que tem estado na génese de acontecimentos recentes em Portugal:
- Tal como só sobem de categoria os árbitros que não se recusem a "favorzinhos", tal como só conseguem bons lugares em jornais desportivos os jornalistas que não escreverem coisas incómodas e pelo contrário saibam escrever o que convém aos "patrões do futebol"... também só têm trabalho em Portugal, os treinadores que se vergarem ao Sistema Corrupto.
No "Job Role" desses treinadores está, entre muitas coisas, o saber "alimentar" os jogadores com a "amarelinha" certa. São esses que vão permitir as transferências que vão dar dinheiro a presidentes, empresários e outros parasítas... como os ditos treinadores.
Há por aí um treinador a quem todos chamam de Especial, que se fartou de lucrar com o trabalho que fez num clube do norte, fruto de uma lucrativa parceria que fez para a colocação dos jogadores que ele (e a amarelinha) ajudaram a promover ao Mundo.
Depois basta saber ter a postura certa nos jogos com os "patrões" (onde é essencial esquecer da "amarelinha" em casa, senão acaba-se o fornecimento) e, por oposição, nos jogos com os adversários directos do Sistema (leia-se Benfica) é obrigatório cumprir com todas as decisões dos patrões ("amarelinha" bem usada, porque os patrões tratam do "controlo"; declarações de superioridade dos treinadores adversários; e sempre que possível entradas duras e provocar expulsões).
O Jaime, pelos vistos, cansou-se de esperar pelo retorno desses "serviços prestados" e anda amargurado e rancoroso.
Já o puto Villas Boas, parece que percebeu que tinha mais a ganhar em manter-se do lado do Sistema e lutar com o Domingos e o Jorge Costa pela vaga do Juju Bebedeira no final da próxima época... do que arriscar uma vida de treinador de futebol.