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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Operação “Proteger os Mininos”, por Caça Gambuzinos

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O seguinte texto é mais um da autoria do benfiquista Caça Gambuzinos:


Estamos na época 2015/2016, a primeira de Rui Vitória. O Benfica joga pouco e já foi goleado em casa pelo Sporting, que lidera a tabela classificativa com uma vantagem confortável. Até que o mister Rui decide apostar num tanque de tranças, de apenas 18 anos, de seu nome Renato Sanches. O puto aproveita a oportunidade, mostra a sua qualidade e transforma-se numa das figuras mais importantes do Tri, sendo peça fulcral no puzzle de Rui Vitória.

Como todos sabemos, o futebol português está cheio de invejas mesquinhas e rivalidades bacocas e pouco saudáveis, nas quais o odio se sobrepõe ao desportivismo. Picardias saudáveis entre adeptos rivais é salutar. Criar campanhas para denegrir a imagem de outrem apenas com o intuito de tentar desmotivar um jogador é repugnante. E aqui não há mártires nem virgens ofendidas, há adeptos execráveis de todas as cores.

Por isso, lamentavelmente, houve adeptos adversários que, em vez de acarinharem um novo valor do futebol português engendraram toda uma campanha de difamação de um menino de 18 anos, chegando-se inclusive ao ponto de se questionar a idade do Renato.

Nem quando se confirmou a saída do Benfica deixaram o puto das tranças em paz, com a perseguição a chegar além-fronteiras, havendo quem se regozijasse com o facto de um rapaz de 18 anos não se conseguir impor no colosso Bayern de Munique.

Que a campanha anti-Renato sirva de aviso. Esta estratégia está longe de ser novidade e está outra vez a ser posta em marcha. No Seixal, felizmente, pululam diamantes por lapidar e com uma motivação estrondosa para vestirem a camisola do Benfica. Agora que se aproxima o Porto x Benfica, preparem-se para uma comunicação impiedosa que visará destabilizar os menos acostumados a estas andanças do futebol português. 

Aquela descabida acusação do sr. Aníbal na CMTV não foi anjinha (e o Benfica respondeu bem, agora é exigir que os controlos anti-dopping sejam mesmo feitos). Até ao final do campeonato vão ser atacados por todos os lados, desmotivações serão inventadas e todos  os clubes europeus vão andar atrás deles com propostas de contratos milionários. É raro o dia em que não aparece um tubarão europeu “de olho” em alguém ou “disposto a bater a clausula”.

O Benfica tem de estar preparado para blindar emocionalmente os nossos jovens jogadores (e blindar contratualmente também, já agora). 

Ainda bem que o Félix tem carinha de miúdo e até borbulhagem habita naquela face. Se não já andavam por aí uns zunzuns de que era um trintão. E o Porto vinha dizer que o dispensou porque descobriu esta enorme tramoia, em vez de ter sido por pura aselhice desportiva.

Texto da autoria do benfiquista Caça Gambuzinos

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Rui Vitória: o rescaldo, por Caça Gambuzinos

37 comentários
Mais um excelente texto do nosso colega Caça Gambuzinos:

Passado pouco mais de um mês da saída de Rui Vitoria do comando técnico do Benfica, já podemos fazer uma avaliação mais justa e calculista sobre os seus três anos e meio de trabalho.

Começando pelos factos, Rui Vitória ganhou 6 títulos, 2 deles Campeonatos Nacionais.
Se Rui Vitória tivesse saído do Benfica no final da sua segunda época (com o tetra no bolso) teria sido para sempre recordado com um dos grandes senhores a passar pelo banco do nosso clube. O problema é o descalabro a que se assistiu depois.

Descalabro esse para o qual, sejamos justos, muito contribuiu a delapidação do plantel com que a direção brindou o então treinador do Benfica. Relembramos que saíram quatro titulares (!) e que nenhum dos seus substitutos apresentava a qualidade do jogador que foi vendido (Ederson, Nelson Semedo e Lindelof) ou despachado (Mitroglou).

Com um plantel mais fraco, Rui Vitoria tinha de mostrar saber técnico e tático para colmatar o talento perdido. Não demonstrou. A época foi paupérrima, com o corolário do embaraço a ocorrer na Liga dos Campeões, na qual a prestação do Benfica foi, numa palavra, vergonhosa. 

Depois da epopeia europeia, o Benfica perde o título em casa, contra o grande rival, num jogo em que Rui Vitoria só não meteu em campo mais trincos para segurar o pontinho porque só podia fazer três substituições.

No ano seguinte chegam vários reforços (dos quais apenas Vlachodimos não é despachado em janeiro), mas a verdade é que a qualidade de jogo do Benfica não melhora.

Não há fio de jogo. Não há jogadas estudadas. O Benfica ganha fruto de genialidades individuais. Se há trabalho tático nos treinos, o mesmo não é visível nos jogos. A banalidade do discurso do mister arrasta-se até ao relvado e é uma agonia ver os jogos do Benfica.

A contestação dos adeptos, naturalmente, sobe de tom. E o discurso “choninhas” do Rui degrada-se de jogo para jogo, indo até ao ponto de afirmar não sentir contestação dos adeptos (quando no estádio já havia quem levasse lençóis de cama de casal para abanar na direção do mister).

E quando a situação parecia insustentável e a Direção estava de acordo em prescindir dos serviços do treinador, há um épico volte-face, protagonizado por Luis Filipe Vieira e uma luz (afeta a outro clube, certamente), cuja identidade um dia saberemos quem é.

Resultado? Mais um mesito de mau futebol que culminou com a mais do que esperada troca de treinador, com Rui Vitória a ir pregar a máxima “o caminho faz-se caminhando” e o “se fosse fácil não era para nós” para a Arábia Saudita.

E, para mim, foram exatamente estas “frases feitas” que mancharam o percurso de Rui Vitória, naquela que é uma das suas grandes lacunas enquanto treinador de equipa grande:
não tem discurso que se adeque à dimensão do clube que representa, enraivecendo os adeptos com desculpas de mau pagador, discurso monocórdico e vazio de conteúdo e, essencialmente, não assumindo qualquer responsabilidade pelo futebol oco e agonizante que a sua equipa protagonizava.

Depois de um jogo que a sua equipa não ganhou e / ou jogar pauperrimamente, um adepto de um clube grande não quer ouvir dizer “fizemos o suficiente” ou “temos muita confiança no nosso trabalho”. Nem quer saber quem é um bom chefe de família e quem não é. Quer um murro na mesa e que se assuma responsabilidades. Quer que se assuma que se jogou mal e que a partir da agora vai haver mais raça e atitude. Quer que joguem os melhores e que os RedPass sejam apenas para os sócios. E, mais importante, quer que aquele seja apenas um jogo mau e que os jogadores mostrem qualidade já no jogo seguinte. 

Um adepto de um clube grande não admite que o seu treinador lhe diga que “temos de saber conviver com o insucesso”.

A falta de frontalidade e o alheamento da realidade face ao péssimo desempenho desportivo da equipa não caiu nada bem no seio dos adeptos e sócios do Benfica. Rui Vitoria demonstrava constantemente que via um jogo diferente de toda a gente, parecendo, amiúde, satisfeito com a pobreza futebolística da sua equipa. O que é impensável no Sport Lisboa e Benfica.

Os discursos de Vitoria na hora da derrota eram capazes de irritar o mais pacifico dos monges budistas. A mim, pelo menos, causavam-me uma urticária danada e uma vontade tremenda de perfurar os tímpanos com um compasso.

E embora muitos apontem, e bem, que Rui Vitoria não é o principal responsável pelo falhanço da última época e meia, a verdade é que quem ia para as conferências de imprensa debitar banalidades era ele.

Está, então, na altura de fazer um ponto prévio: ao contrário do que este texto possa aparentar até aqui, eu fui um dos defensores de Rui Vitoria até outubro de 2018.

Embora a fundamental capacidade tática do mister estivesse longe de me convencer, a soma das restantes partes do seu perfil de treinador tinha, para mim, saldo positivo.

A postura do Rui foi uma lufada de ar fresco após seis anos de Jorge Jesus e temos sempre de enaltecer quem neste mundo de parasitas que é o futebol apresenta uma postura digna e de valorização do desporto. E, essencialmente no seu primeiro ano, foi atacado por todo o lado e soube, quase sempre, responder com elevação e de acordo com os valores que o SLB deve promulgar.

E não nos podemos esquecer que foi ele que nos deu o tricampeonato, com recorde de pontos e que foi, indiscutivelmente, um dos campeonatos mais saborosos de sempre, ganho ao Sporting de Jesus. 

Foi aqui que o Rui mostrou a sua principal qualidade: capacidade de unir um balneário em torno de um objetivo comum. E para além dos dois campeonatos, o legado de Rui Vitória estende-se também à concretização da tão esperada aposta na formação que rendeu muito ao nosso clube quer financeiramente quer, finalmente, desportivamente. Antes dele, Bernardos e Cancelos eram emprestados “com umas cláusulas”.

Por isso é que eu agradeço ao Rui pelos dois excelentes primeiros anos e defendo que tem mais competência que aquela que demonstrou na reta final da sua estadia no Benfica. Infelizmente, a última imagem é sempre a mais forte, pelo que se tivesse tido o sentido oportunidade de ter sabido sair na altura certa, teria saído por cima e... com margem de manobra para um dia voltar a passear aquela gravata foleira pelo banco do Benfica. 

Com o arrastar daquele período de agonia, quer do ponto de vista do espetáculo futebolístico, quer do ponto de vista comunicacional, o nosso amigo Rui Carlos não só perdeu a oportunidade de poder haver algum saudosismo pelo seu período enquanto treinador, como duvido seriamente que algum dia volte a treinar um clube da dimensão do Sport Lisboa e Benfica. 

Com muita pena minha, pois desejo-lhe os maiores sucessos pessoais e profissionais. É aquele caso de que até simpatizamos com o tipo e achamos que é genuinamente bom moço, mas é preciso mais.

Embora despedir um treinador não possa ser uma solução para ser aceite de ânimo leve e que Vieira, e bem, nos últimos anos resistido à chicotada psicológica, mesmo quando muitos pedem a cabeça do treinador, a verdade é que há uma máxima universal para qualquer clube de futebol: quando o plantel já não acredita na capacidade do treinador é difícil. Muito difícil.

TEXTO DA AUTORIA DO BENFIQUISTA CAÇA GAMBUZINOS

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

O Benfica e a Liga dos Campeões

93 comentários
Este artigo é um contributo do benfiquista "Caça Gambuzinos" a quem agradecemos a disponibilidade e vontade de ajudar a debater o SL Benfica. Passará a colaborar com o NGB regularmente. 

Aqui fica o texto:

O sonho molhado de qualquer adepto do Benfica é ver o Glorioso ganhar a Liga dos Campeões.

Quando era mais novo era um grande entusiasta de um jogo chamado Championship Manager (vulgo CM), no qual encarnávamos o papel de treinador. Escusado será dizer que abraçava sempre o projeto de treinar o clube do meu coração e o meu grande objetivo era a glória europeia.

Era difícil, muito difícil. Havia muitos clubes com melhores jogadores e com mais dinheiro. Mas das poucas vezes que consegui foi um prazer quase ejaculatório. Nem quero imaginar o que aconteceria caso acontecesse na “vida real”. Seria um sonho tornado realidade.

Luis Filie Vieira, amiúde e em ocasiões estratégicas, vem falar deste “sonho europeu” que, segundo ele, é possível graças ao talento que emerge anualmente no Seixal.

Muitos defendem, eu inclusive, que um plantel equilibrado deve misturar os miúdos talentosos da cantera com jogadores já tarimbados. É inegável a importância e impacto da contratação de jogadores já feitos e para render de imediato, como Aimar, Saviola, Jonas ou Julio César. 

É inegável também o facto de há muitos anos não haver uma contratação sonante como as acima descritas. Fizeram falta o ano passado, quando vendemos 4 titulares e era suposto atacarmos o penta.

Mas a verdade, é que o projeto Seixal deve ser enaltecido e acarinhado, sendo sem dúvida um dos pontos fortes do “reinado” de Luis Filipe Vieira. São já vários os craques de renome que são formados na nossa academia. 

Aqui fica uma breve lista:

Guarda-redes: Oblak, Ederson e Bruno Varela

Defesa Direito: João Cancelo e Nelson Semedo

Defesa Central: Ruben Dias, Lindelof, Ferro e Fábio Cardoso

Defesa Esquerdo: Mario Rui, Pedro Rebocho e Yuri Ribeiro

Médio Centro: Renato Sanches, Florentino, Gedson, André Gomes, André Horta, João Carvalho, Pepê, Alfa Semedo

Extremo: Bernardo Silva, Rony Lopes, Ivan Cavaleiro, Hélder Costa, Diogo Gonçalves

Avançado: João Félix, Nelson Oliveira, Jota e Gonçalo Guedes

Embora haja posições mais carenciadas que outras, a verdade é que sim, Vieira tem razão: 
este plantel Made in Seixal, apesar de muito jovem e inexperiente, poderia ter uma palavrinha a dizer relativamente à prova milionária. Basta ver que a grande maioria é internacional A. 

Portanto a primeira parte da promessa/sonho de vencer a Champions está efetivamente feita!

Só falta a outra parte, que parecendo que não, também é importante: não vender os nossos meninos mal apareça uma boa proposta e/ou chorudas comissões. Daquela lista acima já são poucos os que vestem as cores do Benfica, o que é profundamente lamentável.

É obvio que daquela lista acima há jogadores que, pelos valores que apareceram na Comunicação Social, foram bem vendidos. Mas há outros que não só saíram por valores irrisórios (16M por Oblak? 15,5M por Bernardo Silva?), como houve muitos, mas mesmo muitos, a sair cedo demais. 

Já para não falar que é um crime craques internacionais, como agora o são Bernardo Silva e Cancelo, terem saído sem terem sequer tido a oportunidade de jogar e fazer parte da equipa principal.

Um clube como o Benfica, que se autoproclama como estável do ponto de vista financeiro (há bem pouco tempo o nosso presidente disse que tínhamos dinheiro para trazer Mourinho! Não temos é para arranjar um bom lateral direito) não pode, puro e simplesmente vender os seus meninos à primeira oportunidade. 

Primeiro tem de dar aos benfiquistas a oportunidade de ver os putos do Seixal brilhar na luz 2/3 épocas (ou mais!), depois só os pode deixar sair mediante uma proposta verdadeiramente louca. E os
interessados que venham à Luz negociar. 

Já chega ver Vieira com o seu catálogo da La Redoute andar de porta em porta a mostrar o catálogo da mercadoria para ver se algum dos clubes afiliados do Mendes lhe compra alguma coisa.

E é aqui que se vê a importância de ter benfiquistas nos órgãos de decisão do clube: um benfiquista ferranho, por exemplo, quereria a tudo o custo que o Félix fique a envergar o manto sagrado o máximo de tempo possível. Olha para o Félix e vê património do clube que urge manter. Quem não tiver este amor ao clube olha para o Félix e vê cifrões.

Não discuto a competência de Domingos Soares de Oliveira (a quem endereço, desde já, os meus parabéns pelo casamento da filha), mas a verdade é que sempre que ele fala dos jogadores do Benfica dá-me um aperto no coração. Não tem alma, nem paixão. Parece que está a falar de um valor de uma tabela de Excel.

Sabendo que é impossível agarrar craques mundiais durante toda uma carreira (acho que nenhum benfiquista pensa que o Felix vá fazer toda a carreira com o manto sagrado vestido) tem de ser possível aguentá-los até aos 21/22 anos; idade em que também já estarão mais fortes mentalmente e fisicamente para pegarem de estaca nas equipas de topo que os contratarem, em vez de andarem perdidos.

Os próprios miúdos querem ficar no Benfica mais tempo. Daquela lista acima, vários foram os que saíram um pouco a contragosto. Um clube grande e financeiramente estável não pode ter como política empurrar os grandes jogadores para fora.

É isto que, neste momento, peço a Vieira. Que honre a promessa de que, e pegando nas suas palavras, “agora há condições para segurar os jovens mais tempo” e que não nos delapide a equipa ano após ano. 

Acabou o tempo do “havia para lá umas clausulas” ou de “não podíamos estragar a vida ao rapaz”.

Cá estaremos para o julgar, caso não cumpra (mais) esta promessa ou caso apareça nova luz à noite que lhe tolde o raciocínio. 

Porque ao contrário do que ele pensa, apenas vamos“ter de levar com ele muitos anos” caso mostre obra feita e, essencialmente, respeito pelo emblema do Sport Lisboa e Benfica.

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