O pior que podia ter acontecido ao SLBenfica era esta campanha ter sido "tomada de assalto" por por gente que orquestrou campanhas políticas e se habituou a criar estratégias de propaganda, condicionamento e manipulação de massas como único caminho.
Se olharem para esta campanha, salvo poucas excepções entre elas João Diogo Manteigas e Martim Mayer, o objectivo foi sempre "narrativas abertas", imagens impactantes e criar ilusões de ondas de apoio. Criaram-se "tropas" de voluntários e apostou-se a fundo nas redes sociais... tal como um partido político que fala para agregar o povo.
NADA DE MAIS ERRADO PODERIA TER SIDO FEITO!
O SLBenfica não é um partido político nem um Estado ou Autarquia! Vamos a diferenças essenciais:
- O Sport Lisboa e Benfica rege-se pelo Direito Privado e pelos seus Estatutos, aprovados pelos sócios. O Estado rege-se pelo Direito Público e pela Constituição da República, definida por constitucionalistas.
- O Benfica valoriza a antiguidade como reconhecimento de dedicação, vivência associativa e contribuição financeira; o Estado considera todos os cidadãos iguais, abrangendo todo o universo de maiores de idade.
- Os sócios do Benfica têm poder deliberativo e de aprovação em Assembleia Geral e raramente são diretamente afetados pelas decisões que tomam; no Estado, os cidadãos elegem representantes que, ao longo do mandato, tomam decisões com impacto direto nos eleitores.
- A Direção do Benfica deve gerir as receitas de quotização e gerar outras fontes de receita muito superiores para sustentar a atividade do Clube; o Estado vive da cobrança de impostos diretos e indiretos, pagos por todos os cidadãos, inclusive menores de idade através do consumo.
- No Benfica, as decisões económicas não afetam financeiramente os sócios; no Estado, todas as decisões governamentais influenciam a vida e os recursos dos contribuintes.
- O Benfica permite destituir democraticamente a Direção através dos sócios; no Estado, os eleitores não podem destituir o Governo, sendo essa competência do Parlamento e do Presidente, em condições específicas.
- Os sócios do Benfica podem interferir diretamente na gestão através das Assembleias Gerais, onde aprovam, rejeitam ou alteram propostas; o Estado responde apenas perante o Parlamento, onde a maioria partidária pode viabilizar medidas independentemente da opinião dos eleitores.
- Por fim, no Benfica, a Direção é diretamente responsabilizada pelos resultados da sua gestão; no Estado, os efeitos das decisões políticas recaem sobre os cidadãos, afetando a sua vida e capacidade económica.
Os sócios não devem pensar no Sport Lisboa e Benfica como se fosse um Estado. Trata-se de uma associação privada com estatutos próprios, não de uma comunidade política soberana.
Em campanha eleitoral do clube, não faz sentido recorrer a métodos típicos de campanhas para governo ou para autarquia: promessas grandiosas sem base, desinformação ou propaganda massiva. No clube, os eleitos devem basear-se em factos operacionais, planos concretos, participação activa dos sócios.O processo de eleição no clube requer um debate sobre gestão, sustentabilidade e participação associativa, e não a lógica de “política pública” com populismo ou retórica de massas.
No contexto recente da campanha eleitoral de 2025 do Benfica, registou-se uma participação recorde (mais de 85 mil sócios votantes), o que reforça a oportunidade de elevar o nível do debate e reforçar a cultura associativa em vez de a transformar em mera propaganda eleitoral.
A campanha deve refletir isso: transparência, factos, responsabilidade, e não promessas vagas ou estilo “político” e menos combate nas redes sociais onde voluntários procuram apliar a mensagem propagandista em vez de exigirem o foco centralizado na realidade do Clube e não agir como se fossem membros de diferentes forças partidários a tentar impor uma ideologia para o Governo de um Estado.
PAREM COM ISSO! QUANDO VIREM O MAL QUE ESTÃO A FAZER SERÁ TARDE DEMAIS
Debruço-me agora volta ao tema do Voto Eletrónico rejeitado pelos sócios em Assembleia Geral - não porque seja premente para o imediato mas na sequência de debates que continua a haver nas redes sociais. Como podemos ver no passado sabado, os sócios querem dizer "PRESENTE". Temos 160mil votantes votaram por todo o país 85mil. Sendo absolutamente histórico, não deixam de ser apenas 53% dos sócios com possibilidade de voto.
Já vimos pelas diferenças obvias (que interessaram a alguns propagar) que o SLBenfica e um Estado não são comparáveis, o argumento que “o estados não adoptam generalizado o voto electrónico remoto, então não está garantida a inviolabilidade / segurança” é falso.
- O facto de os Estados lidarem com escala (e respectivo impacto tecnológico), soberania perante outros estados e cidadãos, proteção e risco geopolítico muito maiores implica que os requisitos são mais exigentes. Num clube, com corporativismo definido e corpo eleitoral conhecido, são milhares e não milhões de pessoas que estão afectas a um subconjunto (Clube) e onde não há ideologias adversas e todos estão unidos pelo mesmo compromisso: O Clube. É possível adotar um sistema dimensionado e controlado, com boas práticas. Além disso, podemos projetar auditoria independente, verificabilidade, e fallback presencial para garantir integridade, tal como detalhado no post Eleições: TODOS VOTAM OU HÁ MEDO?
Sim, tem riscos (como tem o voto presencial fisico e dependente de humanos), mas pode ser mitigado por definição como:
- Inscrição prévia e com isso limitar o claramente o âmbito e identificar os envolvidos, ao permitir que seja um mecanismo adoptado pelas por quem quiser - pelo menos até se consolidar como sistema de confiança plena
- Utilizar um sistema independente, nunca sob a alçada de nenhum dos intervenientes do Clube (em termos de gestão operativa), mas auditável por todos.
- Todos os mecanismos já aceites em termos de regulação e certificação como autenticação forte, logs de auditoria, observadores e certificação externa.
- Respeito pelas normas internacionais que conferem que sistemas de e-voting devem ter audit trail, verificabilidade, capacidade de recontagem ou verificação independente
- Fase-piloto antes da primeira utilização completa, com comunicação e literacia associativa para sócios.
- Monitorização pós-eleitoral e relatório público de participação, incidentes, verificação.
Diferença de contexto entre clube e Estado:
- Num clube, o corpo eleitoral é definido, fechado (sócios), a escala é menor, os requisitos operacionais são mais geríveis.
- Os riscos de coação, escala massiva, heterogeneidade de acesso (problema maior para Estado) são menores ou podem ser mitigados com planeamento adequado.
Exemplos internacionais que comprovam a viabilidade do voto eletrónico
Estónia é o caso mais consolidado do mundo. Desde 2005, os cidadãos podem votar online em eleições nacionais através de autenticação digital segura e verificável. Mais de 50% dos votos nas legislativas de 2023 foram eletrónicos, sem qualquer indício de fraude. O sistema é auditável, permite revotar para prevenir coação e é supervisionado pela comissão eleitoral.
Mais informação – Governo da Estónia
Suíça – Adotou uma abordagem gradual, testando o voto eletrónico em vários cantões desde 2003. As auditorias confirmaram elevada fiabilidade e transparência, embora vulnerabilidades detetadas em 2019 tenham levado a uma pausa e reformulação, dado que a tecnologia evoluiu bastante desde há 20 anos e houve necessidade de actualizar o sistema. Em 2023, iniciou-se a reintrodução do sistema com código aberto e criptografia reforçada.
Mais informação – Governo Suíço
Conclusão para quem gosta de falar de países apesar de não ser comparável: Estes exemplos demonstram que o voto eletrónico pode ser seguro, auditável e democrático, quando implementado com transparência, verificação independente e autenticação digital robusta. Num clube com base de sócios identificada e tecnicamente preparada, como o SL Benfica, a sua adoção é não só viável, como desejável.
Mas há mais:
- Ordem dos Advogados (Portugal) — eleições 2025-2027 com plataforma de voto eletrónico (credenciais e tutorial oficiais). Ordem dos Advogados
- Ordem dos Engenheiros (Portugal) — portal eleitoral com votação eletrónica (jan–fev 2025). Ordem dos Engenheiros
- Ordem dos Notários (Portugal) — eleições 2024-2028 exclusivamente por meios eletrónicos. ordem.notarios.pt
- FC Barcelona — referendo telemático com instruções oficiais para voto eletrónico remoto; participação >42 mil votos reportados pelo clube. FC Barcelona
A própria CNE tem feito estudos e tomadas de posição sobre o tema ao nível dos estados onde alerta para o progresso por essa via desde que se cumpram requisitos técnicos disponíveis.
E para quem gosta muito de usar o Athletic Club (Bilbao), como exemplo: A Assembleia Geral 2025 prevê participação à distância por via telemática (com renúncia ao voto presencial ao registar-se online), o que indica caminho de voto/participação remota em órgãos sociais, ainda que em moldes regulados.
Conclusão final: Não somos um partido político, não somos um Estado, nada nos divida (pelo menos não até andarem estratégias políticas a tomar conta do Clube e da Oposição), tudo nos une por uma mesma causa. Há meios tecnológicos mais que suficientes para passarmos a ter todos acesso digital / telemático às AG, podermos todos votar digitalmente nas AG e nas Eleições.
Aliás, para os que gostam das similaridades com os Estados, podemos até pensar - em especial para temas técnicos como Relatórios e Contas e outras decisões em seguir o exemplo do Real Madrid, que adota um modelo representativo através dos chamados socios compromisarios, eleitos de quatro em quatro anos para representar o universo de associados nas Assembleias Gerais.
Atualmente penso serem 1.947 representantes, eleitos à razão de 27 por cada mil sócios, que têm como funções aprovar contas, orçamentos e decisões estratégicas. No SLBenfica com 400.000 sócios (ou aproximadamente 160 mil votantes) poderiamos ter, como somos mais sócios oficiais, cerca de um eleito por cada 80/ 100 por cada sócio votante. As Assembleias decorrem em formato presencial e telemático, o que reforça a transparência e a ligação entre direção e os associados. Este sistema equilibra representatividade participativa, adequado à dimensão global do clube e assegura que estão presentes sócios habilitados tecnicamente para as melhores decisões para o Clube e não para facções ou momentos políticos



Realmente, Rui Costa não é um partido político, embora haja como um.
ResponderEliminarRealmente, o NGB não devia fazer campanha a favor da gestão caótica de Rui Costa. E devia fazer posts sobre os diversos escândalos deste, em vez de dirigir tudo directa ou indirectamente contra Noronha, exactamente como uma agência de um diretor de comunicação de Rui Costa.
É realmente, interessante também a defesa exaustiva do voto electrónico defendido exaustivamente por... Vieira e Rui Costa. Omitir que são muitas mais as democracias que desconfiam dele, do que as que confiam.
Esquecer no entretanto que por mera coincidência esta foi a maior votação que já existiu de clubes, o que é ironia pura.
Milhares de idosos que não dominam as novas tecnologias e não votavam, votaram agora com as centenas de seções ao pé de casa. E no caso, ironia de novo, foram os idosos dos 50 votos a fazer Rui Costa ganhar a primeira parte.
Resumindo, não esperem que alguém acredite na vossa isenção, quando depois de alertados mil vezes para os casos que colocam a credibilidade e honestidade de Rui Costa em questão são omitidas deliberadamente, enquanto sobre Noronha criam posts que envergonham por serem apenas, isso sim, intriga política e invenção pura e dura sem nada que as sustente.
Este POST é similar a ver o Chega a queixar-se que o "Joaquim" anda a falar mal dos imigrantes.
A resposta deveria centrar-se na discussão do voto eletrónico e à reflexão e não no interesse da campanha X ou Y (letras não associadas a nenhum candidato). Tive curiosidade de ir aprofundar a informação e na Estónia (atrevo-me a dizer que nos restantes também) o voto eletrónico é opcional, por isso os menos literados podem votar analogicamente como até agora.
EliminarDe facto a reflexão é muito interessante e nunca tinha pensado nestas dimensões.
Não sei se a adesão seria maior ou não, mas de facto a discussão nunca foi técnica, mas sim política.
Sócio do SLB rumo ao 39
Exacto. Há muito para dizer sobre a votação electrónica, quando hoje e cada vez mais, se fazem patifarias pelo digital em que milhares de portugueses são apanhados. Numa altura em que os ataques informáticos, cada vez mais sofisticados, são o pão nosso de cada dia.
EliminarAliás, o benfica e quem quer que seja e sobretudo gente com responsabilidades no Clube, como já teve KFV e Rui Costa, deviam ter vergonha em clamar pela votação electrónica, quando não souberam defender o Clube do ataque em grande escala do Rui Pinto. Repare-se, um Clube da dimensão do Benfica não conseguiu resistir nem se soube resguardar dum ataque informático dum Rui Pinto que roubou o que quis e pôs a vida do Clube ao sol e as consequências graves disso e quer agora, se calhar ainda com os mesmos aberbas que tinham a segurança informática a seu cargo, eleições electrónicas.
E se o voto electrónico conseguiria ainda trazer mais alguns sócios a votar, mas por esse método quantos é que também não ficavam de fora? Quantos sócios do Benfica não estão ainda familiarizados com a informática e o digital? Quantos sócios não estão já em condições psicológicas e de saúde para exercer o voto, quer presencial, quer electronicamente? Então e depois qeum é que ia verificar que era realmente e a sua vontade ou opção que estava a ser feita e não outrém, mesmo que de família próxima?
Se o voto electrónico fosse tão seguro, então a grande maioria dos países não tinha já optado por isso nas suas eleições?
O curioso é aqui queixarem-se muito do que se passa nas redes sociais, das fake news e o diabo a sete, mas para o voto electrónico já não há problema.
mesmo com voto presencial milhares de benfiquistas votaram e se em determinados locais ainda é difícil ir ao encontro duma mesa eleitoral, então faça-se um esforço para conseguir mais mesas.
Por esta ordem de ideias, qualquer dia fazem-se AGs via digital e aprovam-se via digital coisas importantes. Não se queixam os mesmos de que são meia dúzia ou pouco mais de um milhar que aprovam coisas muito imporatntes nas AGs do Benfica?
Das duas uma:
se que remos que o Clube continue a ser dos sócios e os sócios a decidirem sobre a vida do Clube terá que ser assim. Se querem que seja doutra forma, então que façam como a maioria dos grandes clubes europeus já fazem, são adquiridos por empresários ou grupo de empresários e são eles que tomam as medidas de gestão e desportivas e não precisam da opinião dos sócios.
Sol na eira e chuva no nabal é que não pode ser.
É isto, exatamente.
Eliminarnao meu caro anonimo das 14.32
Eliminareste post NADA tem que ver com Rui Costa ou qualquer outro candidato
as melhoras
O Benfica começa a parecer uma COOPERATIVA muito mal gerida e onde associados trabalham nos bastidores não pelo Benfica, mas contra benfiquistas que têm aspirações a um Benfica melhor e idóneo.
ResponderEliminarEntre 2019 e 2024, os gastos operacionais subiram de 129 milhões para 202 milhões (+73 milhões), enquanto os rendimentos operacionais cresceram apenas 49 milhões (de 132 para 181 milhões).
ResponderEliminarO resultado operacional, que era ligeiramente positivo (+3 milhões), passou para -21 milhões anuais, revelando a erosão da margem corrente. A pressão vem sobretudo de duas rubricas:
• Custos com pessoal, que aumentaram de 77 para 113 milhões (+36 milhões).
• Fornecimentos e serviços externos, que cresceram de 43 para 79 milhões (+36 milhões).
Em apenas quatro anos, o Benfica passou a gastar mais 72 milhões por época em salários e serviços externos, sem ter criado fontes de receita equivalentes. O clube gasta mais, mas não cresce ao mesmo ritmo.
A análise económico-financeira da Benfica SAD mostra que, por detrás dos 34 milhões de euros de lucro e das receitas recorde de 230 milhões em 2024/25, pouco mudou na essência do modelo.
ResponderEliminarO resultado positivo não nasceu de uma gestão mais eficiente, mas de dois factores excepcionais: a participação no Mundial de Clubes, que rendeu 22,5 milhões (17,1 milhões líquidos), e a venda de João Neves, o maior talento da formação, por quase 60 milhões de euros.
Se olharmos para o médio prazo, a fotografia é bem menos favorável. Em quatro anos, o Benfica acumulou 80 milhões de euros de prejuízos, duplicou a dívida líquida para cerca de 200 milhões e viu o seu capital próprio cair para metade.
O resultado é um modelo estruturalmente desequilibrado, onde o crescimento dos custos supera largamente a capacidade de geração de receitas.
João Noronha Lopes voltou a candidatar-se em 2025 e quase duplicou o número de votantes em relação ao último ato eleitoral que disputou. Isso é, claramente, um sinal positivo da vontade de mudança entre os sócios. Em paralelo, Rui Costa perdeu alguns votos relativamente a 2021, o que pode ser lido como uma ligeira crítica ao seu mandato. Será uma vontade clara de rutura? Não me parece. Mas é, sem dúvida, um sinal.
ResponderEliminarque leitura mais sem sentido até para quem não votou no Rui Costa.
Eliminarcomparar um acto eleitoral de RC vs Benitez com este de 6 candidatos é totalmente absurdo
Vou continuar a ser TOTALMENTE PITO$GA, mesmo se o Benfica conseguir implementar o e-voto... Tudo o resto são cantigas para embalar PITO$GA$ como eu q nem com óculos de realidade conseguirei ENXERGAR um palmo à frente do nariz...
ResponderEliminarjá que nao ves nada, podias ter evitado esforçar a vista e escrito esse comentário jocoso
Eliminar