Bujarda de longe - Cap. I, por Red Waldorf

Retomamos hoje uma tradição do NGB que é convidar qualquer benfiquista a enviar o seu texto para publicarmos, sem qualquer corte ou edição.

Hoje apresentamos a primeira parte da visão do Red Waldorf, um benfiquista do Norte.

Obrigado pelo contributo!

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Bujarda de longe – Cap. I

Fui desafiado pelo BenficabyGB e pelo Shadows a escrever uma bujarda para o blogue e decidi

entrar logo a pé juntos, acredito que alguns não irão apreciar o que irão ler, mas fica aqui a

opinião de quem já esteve do outro lado.

Do outro lado refiro-me a estar dentro do recinto de jogo, como treinador adjunto e

responsável de escalão de formação num pequeno clube das distritais de futsal.

Esta experiência levou-me a saber o que custa cada ponto, qua cada vez se trabalha melhor no

desporto em Portugal e acima de tudo que não há vitórias garantidas.

Isto leva-me a opinar sobre os adeptos do Benfica, talvez a massa adepta mais depressiva do

mundo, que passa do somos os melhores do mundo ao devíamos descer de divisão em 90

minutos.

Rui Vitória disse uma vez que “em Portugal há muita falta de cultura desportiva” e foi das

frases mais apropriadas que ele afirmou na sua passagem pelo Benfica.

Que direito tem um adepto de insultar gratuitamente um atleta, árbitro, membro do staff ou

dirigente de um clube?

Concordo com a exigência, pagamos bilhete para ver um espetáculo ou pagamos quotas para

ajudar o clube e queremos ver bom futebol (ou outro desporto) e não ver jogadores em campo

a arrastar-se por vezes, ou a falhar.

Podem não concordar, mas hoje em dia, estamos na era dos adeptos “rei das redes sociais” e

“o maior do café do bairro”.

Todos ansiosos por mandarem umas bocas valentes à entrada no café aos adeptos de outros

clubes ou então ir para as redes socias gozarem com quem não prefere outras cores

clubísticas, mas atenção, esta opinião é transversal a todos os clubes, para mim é a realidade

hoje em dia.

O adepto do Benfica como depois do jogo não tem coragem de aparecer no café ou ir para as

redes socias ler o troco que levam (como se antes não tivessem atirado achas para a fogueira),

resolvem descarregar nos atletas ou outros membros do clube. Desculpem mas isto é

inaceitável. 

Tentar atingi-los com garrafas e outros objetos? Atirar tochas e petardos para

dentro de campo sabendo que não é permitido, isto é ser adepto? Para mais fazendo-o de

forma cobarde escondidos na multidão e muitas vezes protegidos pelo grupo que os rodeia.

Muitas vezes ao longo de 10 anos fui insultado em pavilhões por pessoas que não me

conhecem de lado nenhum, os entendidos no insulto fácil podem explicar-me a lógica?

O texto vai longo, e se tiver oportunidade de voltar as bojardas darei a minha opinião sobre o

Benfica e talvez volte a este assunto.

Uma última nota: imaginem que trabalham como repositor do Continente, ou num call center

da Vodafone, se a vossa empresa ao final do ano não atingisse os resultados isso dava direito

aos acionistas de vos esperarem à saída do trabalho para vos insultar?