
Não obstante, e salvaguardando a minha leitura individual que porventura ignora algumas vertentes do modelo de governo que possam ter que ser tidas em conta, este organograma oferece-me a seguinte perspectiva:
- Não gosto de um "Presidente todo poderoso". Liderar o futebol ou a comunicação (em termos estratégicos) deve ser algo a tempo inteiro, coisa que o Presidente do CA da SAD não poderá fazer, na medida em que também será Presidente do Clube.
- Não vejo a necessidade de ter um vogal na SAD focado no Clube e no Associativismo. Isso é uma matéria do Clube e não da SAD. Da mesma forma que não entendo um cargo de liderança para a ligação ao Clube quando o Presidente é o mesmo e, imagino, haverão vices do Clube, como vogais da SAD (o que não concordo).
- Também não vejo necessidade de ter um Vogal da Adm da SAD para relações institucionais
Já em sentido contrário, gosto da ideia de ter um vogal não executivo, porventura convidando o accionista que detém 5% a assumir essa posição (que aliás é sua por direito ao ter posição qualificada).
No futebol, se queremos (como dizem todos os candidatos) "falhar menos" e "apostar na formação" então ambos devem estar ao mesmo nivel. Penso que se queremos que a formação e o scouting sejam pilares de excelência, então penso que faz sentido ter os seus máximos responsáveis sentados na mesa de decisões da SAD a poderem intervir directamente nas estratégias de forma a que os seus pelouros não sirvam apenas, mas influenciem as estratégias.
Tomei a liberdade de fazer um rascunho do que poderia ser um um modelo de CA da SAD (e CE da SAD, por consequência):
O futebol Profissional, Formação e Scouting ao mesmo nível - não incluí o futebol feminino porque entendo que deveria ter uma SAD separada, detida pela SAD do futebol futebol profissional. Isto assegura que quando é necessário apresentar algo para o futebol, possamos ter ao mesmo nivel o scouting a validar opções e a formação a identificar se tem soluções - o Adm do Futebol pode tomar a decisão com o apoio do Presidente e em função do contexto aprovado pelo outro Administrador: Financeiro (CFO na CE).
Também a área Comercial e de Marketing, onde estaria a exploração dos direitos televisivos, merchandizing entre outras áreas fundamentais para a captação de receitas, como matchday, etc.
Por fim, a área de Tecnologia e Inovação, onde se insere a vertente digital e outros meios tecnológicos em coordenação com todas as demais áreas.
Se repararem o CA tem 9 elementos e a CE tem 7, para assegurar sempre factores de desempate.
Penso que areas como Juridico, Compliance, Comunicação, Ligação aos Sócios (?) e Relações Institucionais devem ser apenas direcções, em dependência do CEO da CE de modo a poderem ser factores transversais à organização.
Claro que isto requer muito mais trabalho, desenvolvimento e - tal como referi anteriormente - pode ter tanto valor como ser irrelevante se não houver pessoas com certas características de liderança e experiência para as funções. Não serve, por exemplo (olhando ao passado) nomear Rodrigo Magalhães como Adm da SAD. Não tem o perfil, apesar de ter sido um enorme valor profissional e a cara do scouting - isto apenas como exemplo.