AGE dos Estatutos: Lições e Precauções para a próxima

No período da manhã de hoje deu-se um passo importante para, pelo menos, normalizar algumas aberrações de 2010. Não deixa de ser engraçado ouvir alguns com idade suficiente para terem estado na AG de 2010 tecerem agora duras criticas aos estatutos anteriores. Se passaram, foi porque não disseram presente todos os que deviam. Eu tenho a minha consciência tranquila, pois os arquivos deste blog atestam bem a minha luta contra esse processo em 2010 e fui la votar contra e ouvir "umas bocas" dos que estavam "bebados" com o Rolo Compressor de Jesus nesse ano.

Mas deixemos o passado onde deve estar. Quero valorizar mais terem finalmente "acordado" para este tema do que lamentar não o terem feito no passado. Quem nunca errou, que atire a primeira pedra.

Esta manhã, lamentavelmente tivemos ainda gente a "chamar" o passado para a AGE, a falar de Vieira, de vieirismo e de vieristas. Honra seja feita aos vários que preferiram falar do Benfica, dos Estatutos e do futuro. Os primeiros, infelizmente não se permitem ser julgados por ninguém nos erros que cometeram, mas sentem-se empoderados a julgar todos. É pena. Valham-nos as várias intervenções no caminho certo, como fizeram vários sócios, com destaque para Raquel Vaz Pinto... e valha-nos um momento de puro benfiquismo, do melhor que há, do sócio vitalício, Sr. Mário Lopes.

Ponto Assente: Aprovou-se pela manhã a base de alteração aos estatutos que, não sendo ideal, mesmo que nada mais acontecesse, já seria uma evolução. 

Na parte da tarde, como era de esperar a confusão instalou-se! O processo não estava claro, a forma como começou a ser gerido era atabalhoada e pouco clara e deu-se um momento crítico.

Fernando Seara, Presidente da MAG, dá a conhecer um requerimento que - no entendimento da grande maioria dos sócios - representava a suspenção da AG porque o mecanismo de votação não estava a ser eficiente. Requerimento apresentado pelo sócio João Diogo Manteigas

Depois disse, que ia continuar porque o mesmo tinha sido retirado... e volta a votá-lo porque um sócio, do nada e sem qualquer suporte processual, sobe ao palco e "subscreve" esse requerimento como seu.

Confusão instalada! Os sócios "pressionam" a votação e aprovam o requerimento. Acto contínuo, vários abandonam a AG com a noção que a mesma havia sido suspensa, com objectivo de melhorar o processo de consolidação e harmonização das propostas e podermos nos próximos 30 dias voltar e votar tudo de forma mais eficiente.

Eu até aqui, sinceramente, achei uma boa ideia! Porém...

O João Diogo mais tarde lá esclarece que aquilo que era o seu requerimento, retirado, não foi o que foi entendido por todos os sócios e exposto pelo Dr Fernando Seara, mas sim outra coisa... 

Com a aprovação, o Presidente da MAG "faz birra" e demite-se por "o seu processo" ter então sido considerado inválido. Estaria a AG suspensa para encontrar um método / processo mais eficiente.

Ou não... :)

Instala-se a confusão e Rui Costa... retoma os trabalhos pedindo desculpa aos sócios, num resto de AG depois liderado pelo Dr. José Pereira da Costa já com todos os ânimos serenados. Conseguimos chegar ao artigo 21º salvo erro, com o destaque para a aprovação da proposta (ajustada) do Francisco Torgal, relativamente à obrigatoriedade de respeitar as cores do simbolo nos equipamentos, que deverão ser obrigatoriamente vermelho (o primeiro) e branco (o segundo). O terceiro é de "expressão mais ampla" para a marca.

Como disse antes, na essência, é impossivel discordar do Francisco, na prática penso que o detalhe pode estar na redação do mesmo, para tal não ter implicações comerciais em contratos actuais e futuros.

A Próxima AG:

Terá agora que ser agendada nova AGE no prazo máximo de 30 dias.

Usando como base os estatutos hoje "aprovados" - as propostas são sobre os antigos  - que espero que se corrija nestes 30 dias já incluindo as alterações até ao Artigo 21º hoje aprovados, há ainda mais de 50 propostas de alterações entre mais de 70 artigos. Mesmo que "caiam" algumas propostas, como foi normal esta tarde, ainda há questões muito relevantes para votar - eu diria que ainda não se chegou aos temas com mais expressão na maioria dos adeptos.

Desde logo o artigo 25º sobre o numero de votos. Artigos 43º a 46º sobre Orçamento e Relatórios e Contas. Depois os artigos 48º ao 64º sobre Eleições, Mandatos e AG. 65º a 70º sobre a Direcção e onde aqui se inclui uma das minhas claríssimas linhas vermelhas: Já aqui expliquei porque sou contra a remuneração dos OS e mais ainda no formato proposto. E ainda o artigo 82º sobre os votos das casas que considero outra linha vermelha. Isto para dar apenas alguns exemplos.

Vamos olhar para o episódio do Dr Fernando Seara e para o requerimento do João Diogo, que na verdade depois já não era dele, como algo que tendo relevância em acta penso que todos concordamos ter sido um mal entendido, mal explicado e onde todos podiam ter feito melhor e evitado situações desagradáveis como as que se viveram depois. O João Diogo podia ter ido explicar ele ao pulpito a sua ideia, como foram outros, e evitado mal-entendidos. O Fernando Seara talvez se tenha precipitado na demissão a quente, perante algo que afinal parece que entendeu mal - mas algo que acaboou por facilitar o decurso do resto dos trabalhos já com tudo esclarecido. E mesmo o Rui Costa, que teve boa intenção em retomar os trabalhos, mas não tinha efectivamente poder para tal. 


O mais importante: Venha a próxima AG e SEGUIMOS TODOS JUNTOS! Seguimos para melhores Estatutos, para um melhor Benfica.

Agora que entraremos nos temas, porventura, mais fracturantes, saibamos todos que mesmo certas coisas sejam (para cada um de nós) linhas vermelhas, se para os 3/4 não o forem, saibamos respeitar apesar de discordar.