A entrevista de Rui Costa, pelo ordinário do Shadows

A entrevista de Rui Costa foi tudo o que se esperava: cumprir o calendário das “explicações” aos “exigentes”.

Certamente que tivemos muitos “exigentes” felizes por terem o presidente da maior instituição portuguesa a falar sobre o porquê do jogador A ou B ter mais ou menos minutos, porque o jogador A ou B falaram mais ou menos nas conferências de imprensa ou porque o jogador A ou B não se adaptaram. Tudo realmente muito útil para a discussão nas redes sociais mas que é tema de análise interno e não para um presidente vir abordar numa entrevista.

O formato da entrevista não me diz nada. Não podemos passar o ano a dizer que o Record, A Bola ou outros têm uma agenda anti-Benfica e depois bater palmas e dizer que são isentos só porque foram lá fazer umas perguntas “incómodas”.

A entrevista nada teve de incómoda para Rui Costa.

Não teve quase nenhum contraditório às perguntas que lhe foram colocadas e conseguiu transmitir a mensagem que tinha como objectivo para esta entrevista: Roger Schmidt fica no SL Benfica, não teve responsabilidade em muitos dos problemas da temporada e precisamos unir-nos em torno da equipa para a próxima época.

Quanto ao tema Roger Schmidt, acho que é um erro crasso manter o alemão, e por vários motivos.

Demonstrou limitações a vários níveis no final da temporada em que fomos campeões e comprovou essas limitações durante toda esta temporada.

Cometeu erros na gestão das pessoas, na gestão dos jogos e na gestão emocional dos resultados.

Mas em cima de todos estes erros, comete o maior erro de todos numa equipa de futebol: achar que pode ir contra os adeptos. E esse será o primeiro de todos com que terá de lidar na próxima temporada.

Sinceramente, espero estar errado e que o SL Benfica seja campeão e tenha uma excelente temporada de 2024/2025. Mas acredito que seja possível? Não.

Quanto ao resto, esperava uma entrevista focada em transmitir uma mensagem de que “aprendemos com os erros”, em que fosse passada a ideia de que o futebol do SL Benfica iria sofrer um ajuste na gestão do mesmo para ser mais forte e poder estar na liderança em Portugal, para estarmos na nova Champions.

Esperava muito foco no futuro imediato do futebol português quanto às eleições da FPF e quanto à Centralização dos Direitos Televisivos.

Questões como Auditorias e Estatutos são temas para Assembleias Gerais e não para entrevistas genéricas.

Questões pessoais que envolvem Rui Costa e o que assinou ou terá assinado durante os anos de Vieira também não são tema para uma entrevista, mas sim para as investigações que decorrem.

Claro que para a franja de “chatos” que pululam nos testículos do nosso clube e que passam a vida preocupados com minudências, isto é um crime de lesa-pátria e que até a democracia no clube fica em causa.

Curiosamente, durante os quase 20 anos de Vieira não me lembro de os ver combater o Vieirismo antes de 2020. E como diz o “Dr.Google” os “chatos” tratam-se com insecticidas que no caso do SL Benfica são irrelevância diária a que são votados pelos benfiquistas fora do seu círculo de "infecção".

Se achei que a entrevista de Rui Costa serviu para alguma coisa realmente útil? Não.

Rui Costa já sabe uma coisa fundamental: o seu futuro no SL Benfica vai depender:

1) Se é ou não acusado no processo que está a ser investigado

2) O sucesso desportivo de Roger Schmidt

Mas o que espero de Rui Costa e de quem trabalha no SL Benfica é que trabalhem muito na preparação da próxima temporada, que poderá ser a última de Rui Costa como presidente.

Tirando os “chatos”, todos queremos o melhor para o SL Benfica, que sempre passou e passará unicamente por…. Vitórias! Títulos! Taças!

Venham elas em 2024/2025.