Dentro de campo:
- A possível saída de Nélson Semedo por 30 milhões não me assusta e parece-me um bom negócio desde que o valor seja pago a pronto ou no máximo até Janeiro de 2018.
No entanto, em termos gerais não deixa de ser preocupante que o SL Benfica tenha vendido ou venha a vender(com Nélson) 3 dos titulares da defesa. Isso nunca é um bom sinal. Até agora não há substitutos à altura dos que saem.
O tempo ainda é suficiente para colmatar essas saídas embora eu continue a ser defensor de que só em casos excepcionais é que se deve deixar para depois do começo dos trabalhos da equipa a contratação de jogadores claramente para assumirem a titularidade.
Como sempre, com Luis Filipe Vieira tal não é possível.
Há tempo(não muito) para dar a Rui Vitória jogadores para atacar o Penta e a Champions.
Não se vai aceitar, com o volume de vendas do SL Benfica, que o clube não contrate 2 ou 3 jogadores de qualidade e experientes para darem profundidade e outra sabedoria à equipa.
Quer Luisão quer Salvio entraram já na temporada muito mal. E os anos(num caso) e a condição física(no outro) não vão diminuir ou melhorar. Daí que afirmo faltar qualidade para serviços mínimos na Champions(o obrigatório para o SL Benfica) e para garantirmos alguma capacidade de gestão nos momentos mais difíceis da temporada que aí vem.
Ganhar o Penta deve ser um objectivo que ultrapasse os desejos em palavras: tem que ser sustentado com qualidade no campo. Não se vai conseguir o Penta com pensamentos positivos de que tudo o que correu mal aos outros vai tornar a acontecer.
É preciso mais, Benfica!
Fora de campo:
- As
declarações de Fernando Medina hoje em reacção à escolha do Governo para a candidatura à Agência Europeia do Medicamento
são profundamente lamentáveis, inoportunas e revelam uma falta de apego imenso às necessidades da cidade de Lisboa.
Não defendo nenhum centralismo absoluto ou política de eucalipto quanto a ser Lisboa a "secar" tudo o que seja bom e o resto do país fique com os ossos. No entanto, não posso aceitar que o presidente da CML e candidato a um mandato como presidente eleito venha a público criticar o processo que tinha escolhido...Lisboa.
O presidente da CM Lisboa não é primeiro-ministro nem tem que olhar para o interesse nacional disto ou daquilo salvo em situações muito excepcionais como a situação de Pedrógão.
A cidade que acolheu o portuense Fernando Medina aceitou que ele ficasse com o lugar de António Costa para defender os interesses da cidade e não quaisquer outros. Medina tinha várias instituições com bastante peso disponíveis para sustentar uma candidatura que tiraria partido do facto de Lisboa estar muito bem cotada a todos os níveis atualmente e ter todas as condições para uma candidatura muito forte.
A questão de Lisboa ter já 2 agências europeias é ridícula porque o que realmente pesará na decisão é mesmo o enquadramento e condições dados aos milhares de envolvidos na EMA e a opinião de França e Alemanha quanto ao resultado. Em todos os critérios, Lisboa bate aos pontos o Porto.
A missão do presidente da CM Lisboa é gerir a cidade e contribuir para que se consolide como grande capital mundial. Ter a EMA seria um passo enorme nessa consolidação.
Eu ainda sou do tempo em que os presidentes da CML tinham sempre presente a importância de promover o emprego na cidade dando prioridade às empresas locais. Com Medina, quase todas as obras que estão a ser realizadas na cidade são por empresas de "Freixo de Espada à Cinta". Não faz qualquer sentido ainda para mais quando tantas são atribuídas por "despacho" da vereação.
Como lisboeta que sou, não aceito que Fernando Medina tenha ficado calado enquanto se enxovalhava na praça pública o nome de Lisboa e agora venha ainda por cima apoiar uma candidatura de outra cidade.
O "interesse nacional" para quem o tem que gerir. E não é a missão do presidente da CM Lisboa.