Benfica dos Pavones sim, mas também dos Zidanes à medida do seu bolso

Não me lembro, sinceramente, dos Benfiquistas andarem muito preocupados com a Formação há 10 ou 12 anos atrás, quando do Sporting saiam os Hugos Vianas, os Ronaldos, os Quaresmas, os Figos, os Simões, os Nanis e outros.

Não me lembro que isso fizesse sequer parte da agenda futebolística dos Benfiquistas, completamente nas tintas se esses saíssem do Sporting ao fim de 10 jogos ou ao fim de 30, ou se saíam por 10 milhões ou por 25!

Por muito que me custe dizer isto, a Formação não interessava para nada aos Benfiquistas há 10 anos atrás. O que interessava aos Benfiquistas era ter equipas competitivas... e ganhar acima de tudo. E se querem que vos diga, continua a ser o que me interessa hoje!

A obsessão com a Formação só começou há coisa de 5 anos atrás, quando o Benfica começou a fazer desse tema o tema principal de discussão da agenda desportiva nacional, e fazendo desse tema O fator de diferenciação entre um Grande clube como o Benfica e os clubezecos de esquina que não estão muito virados para este tema.

Foi aí pois que o Seixal veio à tona, que a contabilização começou a ser feita, não em número de jogos como deveria ser (porque aí já todos percebemos que serem do Seixal ou da Argentina, os bons do Benfica saem todos ao fim de duas dúzias de jogos), mas em Euros, que era a conversa que começou a interessar.

Só que, essa conversa dos euros pode interessar muito aos Senhores que gerem as finanças do clube mas, ao adepto interessa pouco. Ao adepto interessa muito mais contabilizar 100 ou 150 jogos de Renato Sanches com a camisola da águia ao peito e então sim, depois disso contabilizar os 40 ou 45 milhões da sua venda, do que contabilizar 35 milhões ao fim da miséria de 20 jogos!

E é por isso pois que essa cantilena de LFV há bastantes anos atrás, de que muito em breve o Benfica seria a espinha da Seleção Nacional, é o que se vê nos dias de hoje: NEM UM! Ok, há Eliseu... quando todos os outros se aleijam.

A verdade é que está mais do que visto que nunca o Seixal vai ser a base do Benfica, quanto mais o Benfica vai ser a base da Seleção Nacional.

O Seixal só vai ser a base do Benfica se for a base dos medianos do Seixal. Os acima da média, está mais do que visto, aí vão eles à primeira oportunidade, até antes dos Europeus não vá a coisa correr mal aos rapazes e termos de ficar com a mercadoria na mão.

E como é assim, e como da Seleção Nacional não há nada para mostrar, o discurso é agora o da contabilização de jogadores do Benfica nas Seleções jovens. Isso agora é que é importante, as seleções jovens.

Claro está que muitos virão já a seguir com o discurso de que lá está o Redmoon contra a Formação. Só que esta é uma das afirmações mais burras que se pode ter. O que é ser contra a Formação? É ser contra o Rui Costa? Contra o Paulo Sousa? Contra o Renato? É dizer, Ó meu tira lá o Guedes da equipa e mete o Taarbat em vez dele?

Claro que não! O Redmoon nem é contra a formação nem é a favor dela em desprimor da competitividade da equipa! É esse o lema do Redmoon. O Redmoon defende acima de tudo a competitividade da equipa, quer os melhores (sejam da formação ou não – e se forem, tanto melhor).

Eu sempre defendi, e alguns lembrar-se-ão seguramente, que uma boa aposta na formação não passava só por produzir os bons jogadores (e isso, o Benfica, e por mérito do BRILHANTE projeto de LFV, está a fazer). Passava também por haver capacidade (E VONTADE) de manter esses jogadores na Luz pelo menos três anos! E isso já não estamos a fazer tão bem!

Mas quando vem um Presidente dizer que teve de vender o Renato ao fim de 25 jogos (até antes de completar a sua formação) porque não podia estragar a vida ao rapaz (AINDA COM 18 ANOS), que posso eu dizer a isto senão BARDAMERDA para isto tudo? É isto a aposta na formação?

Ou não será que hoje em dia, o Benfica já falou tanto, tanto da formação, que está até obrigado a queimar putos do Seixal no plantel principal mas com pouquíssimas possibilidades de jogar, só para dizer que lá tem alguém?

Não será por isso também, que numa lógica de Equipas B, numa lógica que nos foi apresentada de que as equipas B permitiriam ter plantéis principais mais curtos porque na B lá haveriam uns quantos com reais possibilidades de serem chamados aos A ao longo da época, há a necessidade de se ter um plantel principal com 30 jogadores, precisamente para que Joões Carvalhos ou Diogos Gonçalves lá possam caber?

Apostar na formação é ter João Carvalho, para competir com Pizzi, Fejsa, Samaris, Augusto, Chrien e Krovinovic?! Sete para dois lugares na equipa?! E depois admiram-se de não haver lugar para todos na lista da Liga dos Campeões?

Apostar na formação é ter Diogo Gonçalves, para competir com Salvio, Rafa, Zivkovic, Cervi e Gabigol? Seis para dois lugares na equipa?!

Apostar na formação é a realidade dos 97 (!!) jogadores sob contrato, 20 contratações só esta época (para dois titulares nos A: Seferovic e... Varela) mais 25 vendas?!

20 contratações para dois titulares na A?! F$%#-se!! Quando eu pensava que a aposta na formação significaria compras mais criteriosas, compras para a titularidade, Zidanes à medida do nosso bolso porque para o resto lá estaria a formação para cobrir as necessidades, fez-se tudo ao contrário, passando-se a contratar ainda mais gente, a apostar ainda mais no mercado dos jogadores com futuro incerto a juntar ao incerto que por natureza já vem da formação!

Benfica dos Pavones sim (se não forem despachados ao fim de 17 jogos), desde que o Benfica também seja o Benfica dos Zidanes à medida do nosso bolso, onde todos tenham o seu lugar e o seu papel a cumprir, tendo sempre como moto principal a competitividade da equipa.