Tenho sido provavelmente o mais ferrenho dos que defendem uma política comum, fora dos relvados, entre Benfica e Sporting, os 2 maiores clubes portugueses.
Foi sempre para mim algo triste ver gente a dominar o Sporting cujo grande objectivo era ver o Benfica perder e não fazerem o Sporting ganhar. Habituei-me a ver no clube de Alvalade o grande rival e a aguardar com expectativa os embates para depois gozar com os meus amigos sportinguistas(ou eles comigo...).
Daí que ver a 'geração Roquette' dominar o Sporting e verificar um anti-benfiquismo nauseabundo a dominar o pensamento desses senhores significava para mim algo realmente desolador. Um clube da minha cidade e que me habituei a respeitar entregue ao ódio e ao combate ao meu clube do coração.
Por isso foi com um certo entusiasmo que vi a ascensão de Bruno de Carvalho. Um tipo que parecia apenas apaixonado pelo 'seu' Sporting e que queria uma nova vida para o seu clube e para o futebol português.
Depois de um bom arranque na gestão interna dos dossiers, o presidente do Sporting, agora que tem mais tempo livre dos problemas do seu clube, está a revelar-se um tolo, radical, e sinceramente pouco inteligente.
A forma bélica como decorreu a semana passada, apelando de forma encapotada à violência, é inadmissível. Os comunicados e conferências de imprensa como a desta segunda-feira foram ridículas.
O problema principal do Sporting nunca foram os árbitros mas a forma como se rebaixaram os interesses de terceiros, esperando daí poder obter vantagem e nunca percebendo que eram eles os principais alvos a abater.
O Sporting da última semana é o ressurgir desse Sporting pouco inteligente, desorientado e sinceramente pouco confiável. Tudo refletido na pessoa do seu presidente, que de lufada de ar fresco no futebol português, está a refletir o que de pior se tem visto no dirigismo.
Os acontecimentos relatados na imprensa envolvendo o árbitro Manuel Mota, os seus bens e a sua família, são um reflexo da conversa irresponsável de dirigentes que serão sempre cúmplices destes actos. Eu duvido que tenham sido adeptos do Sporting por várias indicações vindas do norte, mas a conversa irresponsável é a mesma de outros.
Quaisquer adeptos, não importa a côr, que fizeram a Manuel Mota e à sua família o que foi relatado na imprensa são criminosos. E lugar de criminosos que não sabem viver em liberdade e em sociedade é na prisão.
Gostei de ver o 'Movimento Basta' demarcar-se da violência.
Neste momento, continuo a achar que os 2 maiores clubes portugueses têm a responsabilidade de tomar a liderança do futebol e de serem responsáveis, inteligentes e acima de tudo didácticos na forma como abordam o fenómeno futebol.
Bruno de Carvalho, nesta fase, é mais um radical lagarto que um sportinguista.
E radicais fanáticos para quem os fins justificam os meios, para mim são companhias indesejáveis.
Venham de lá os sportinguistas sérios. Corram com a porcaria dos lagartos.
«Pouco inteligente»?
ResponderEliminarHá dias, antes do jogo Sporting - Porto, opinei o que achava sobre o ataque cerrado do Sporting à arbitragem. Repito os dois pontos que me parecem ser essenciais:
- Primeiramente, é preciso contextualizar o Sporting na presente temporada: está arredado, em Março, de todos os troféus a que esteve inscrito. Podemos, por discurso politicamente correcto, afirmar que o Sporting ainda tem possibilidade de vencer o campeonato. Porém, não creio que haja alguém da direcção do Sporting que acredite, convictamente, que ainda haja essa possibilidade: assume-se então que se trata de uma possibilidade remota. Ainda dentro do mesmo ponto, é preciso contextualizar o Sporting no que toca às suas necessidades financeiras. Não sei se é verdade ou não, mas acredito que as receitas de bilheteiras são, para um clube que vive uma situação complicada, uma necessidade real. Nesta óptica, como é que se pode convencer os adeptos e sócios sportinguistas a reforçarem a motivação para acompanhar uma equipa que já não luta, mais uma vez, por títulos e troféus? Talvez unindo a crença numa batalha que extrapola as vitórias desportivas. Talvez alimentando que o Sporting, mais uma vez, foi prejudicado a ponto de se ver impedido de disputar troféus com os seus rivais. Enfim, é sabido que quando se cria a ilusão da batalha, da guerra do bem contra o mal, as hostes de gente bem intencionada se unem numa única força e vontade, mesmo quando a razão da contenda não passa de um embuste.
- Segundo ponto, é necessário contextualizar o timing para tanto ruído sobre a arbitragem. Foi precisamente na véspera de um clássico entre Sporting e Porto, e uma viagem complicada do Benfica à Madeira. Tanto ruído, tanta ameaça e tanta exposição serviram, como se pode confirmar, para condicionar a arbitragem. Isto é prática instituída em Portugal, e o Benfica é, também, um partidário desse tipo de estratégias. Aqui não há anjinhos, há é conversa para encher chouriços.
Terminada a jornada, podemos afirmar que a estratégia sportinguista funcionou, não em pleno, é certo, mas funcionou o quanto baste. Uniu o Sporting numa causa. Venceu o clássico. Consolidou o segundo lugar que dá acesso à Champions. Só faltou o Benfica escorregar. Podia ter escorregado com um penálti assinalado no início do jogo? Podia. Podia ter escorregado quando o Nacional marcou o segundo golo? Também podia. Mas não o fez. Bruno de Carvalho não se importa. Mais uma vez, a possibilidade de o Sporting vencer o campeonato nacional era, e é cada vez mais, uma possibilidade remota.
Concordo com estas estratégias? Nem pensar. Dou-te razão, Shadows: estas combinações manhosas servirão para alimentar ódios e clivagens cada vez mais profundas que poderão, um dia, culminar num acidente lamentável. Contudo, estou esperançado que este ardil criado pela direcção do Sporting sirva, somente, para garantir bilheteira para o final de época e para garantir um excelente segundo lugar. O próximo ano será outro ano, e é preciso acreditar que as coisas mudem para melhor.
Grande Abraço (e peço desculpa por ter escrito, mais uma vez, um comentário desnecessariamente extenso)
Agradeço a tua resposta, que permitiu compreender todo o teu raciocínio.
EliminarNão digo que não concordo com o que dizes, mas numa época 'zero' BdC não precisa disto para mobilizar as tropas. Os sportinguistas estão mobilizados. Basta olhar às assistências fora de casa do Sporting. T~em gente como há muitos anos não tinham.
O que acho perigoso e que condeno é o facto de ele, seguindo este caminho de conversa 'cega', estar a não contribuir para a mudança de mentalidades,e estar a provocar os mais básicos adeptos, aqueles que não olham para o desporto mas sim para a violência como solução.
A mentalidade que procurei frisar com aquela clip de 1980 é a que defendo. Não há cores clubísticas quando se trata de defender a verdade no futebol. Pinto da Costa e a sua máquina de (des)informação minou a visão de muita gente. Carregou de ódio o futebol. É altura de sermos nós, adeptos, e os dirigentes também a termos um discurso diferente.
Um discurso que ataque de frente quem faz do futebol um campo de guerra. E que faça com que as 2 maiores massas associativas do país possam ter uma mesma postura perante o desporto. Rivais nas 4 linhas, mas capazes de sã convivência em todos os outros lugares.
Mais um a convocar os grandes sportinguistas. Vais ficar com a caixa de comentários a abarrotar deles. Até se vão atropelar.
ResponderEliminarNão quero comentários ou palavras. Quero acções. Devemos todos querer isso, a bem de um desporto pela positiva. Não é por imitarmos aquilo que mais criticamos nos outros que vamos ser exemplo.
EliminarQueres uma acção? Trata-os como merecem e não os faças sentir importantes. Ah e tal mas não são todos assim, mesmo que tenhas razão, o que se prova ao longo dos anos é que esses não têm voto na matéria. E se não se vê esses tais sublimes sportinguistas preocupados com o clube deles porque raio nos vamos preocupar nós?
EliminarLamechice do caralho.
Sportinguistas sérios, quando o tema é futebol e o BENFICA????!!!! Apresenta-me um, só para amostra!!
ResponderEliminarPosso-te apresentar algumas dezenas.
EliminarA ameaça ao Manuel Mota, deve ter sido feita por alguém do porto ("Se os mouros ganham" (Lisboa))
ResponderEliminarLuis