O País dos desenrascados!

Na temporada 2012/13, cinco treinadores da Liga não possuíam o curso de nível IV: Marco Silva (Estoril), Nuno Espírito Santo (Rio Ave), Paulo Fonseca (P. Ferreira, contratado pelo FC Porto), Pedro Emanuel (Académica, agora ao serviço do Arouca) e Sérgio Conceição (começou no Olhanense, terminou na Académica).

Esta não é uma situação nova; já em 2005 Paulo Bento chegou a treinador principal do Sporting e só depois frequentou os níveis III e IV da formação. Costinha orientou no final da época o Beira-Mar numa situação semelhante e este ano aí está ele à frente dos comandos do Paços de Ferreira, ao qual se juntou Abel Xavier no Olhanense!

Outros agora que frequentaram o nível IV não frequentaram o nível III, é tudo dado por equivalências, assim um pouco à moda do Relvas!

No final dos jogos, o do Benfica de ontem por exemplo, não posso ouvir Costinha no Flash Interview (e hoje não pude ouvir Abel Xavier) porque, coitados, não têm habilitações para falar no flash interview mas depois já tem habilitações para falar na conferência de Imprensa!

Os treinadores portugueses com formação andam calados por medo das represálias e das portas que se possam fechar por enfrentarem os poderes instalados, ainda que mordam a língua desempregados, e vejam os seus empregos dados a gente que supostamente não perceberá nada daquilo. 

Alguns dizem, eh pá, olha que com ou sem curso, o Marco Silva é um granda treinador! É um bom argumento sim senhor, aliás, eu aos 13 anos já sabia conduzir motas, carros e camiões, e por isso mesmo conduzo sem carta de condução desde sempre, às vezes até alcoolizado (já fiz saber que a mim não bate porque o meu pai é dono de uma fábrica de whisky), e isso mesmo digo à Polícia sempre que me param nas operações STOP, argumento que aceitam prontamente.

E os enfermeiros fazem de medicos de quando em vez, as amas de professoras, os réus de advogados, os condutores de ligeiros conduzem pesados e o Relvas é Doutor!

Mas tudo está bem, claro... Um futebol de espertos, num pais de espertos, e para nós adeptos habituados desde sempre à lei do desenrascanço, iríamos ser nós a ver fantasmas onde mais ninguém vê?

Acabe-se é de vez com os cursos de doutorados da bola, da areia atirada para os olhos das pessoas e da tentativa de brincar aos países de gente séria!