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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Gareth Bale, o comboio asiático e a treta do 'fair-play' financeiro.

. 5 comentários



A novela mais mediática desta época de transferências prende-se com Gareth Bale.

As últimas notícias vindas da imprensa falam em 120 milhões de euros. Um valor que quebrará todos os recordes, e que será, numa altura em que o mundo passa uma crise como nunca antes, completamente imoral.

No aspecto financeiro, uma transferência destas, num clube como o Real Madrid, Manchester United ou Barcelon, paga-se a si própria. 
Só em camisolas do clube personalizadas com o nome e número do jogador, esse valor rapidamente começará a ser reposto.

O exemplo de Cristiano Ronaldo é ilustrativo disso. No primeiro dia em que o seu número foi conhecido, o Real Madrid vendeu cerca de 3.000 camisolas do jogador só na sua loja oficial, cada uma a 85 euros.

Algumas horas antes da apresentação do português no Santiago Barnabéu, a TV do Real Madrid convidou os adeptos a mandar sms de apoio ao jogador, com o custo de 1,74€/sms, com o chamariz de ser oferecida uma camisola autografada pelo jogador a um desses adeptos. Foi um sucesso financeiro.

Os direitos de imagem, que total ou parcialmente são cedidos pelo jogador ao clube também amortizam esse valor pago quer na transferência, quer depois nos vencimentos/prémios.

Com a exploração que quer os clubes ingleses quer os espanhóis de topo estão a fazer do mercado asiático, um filão de direitos televisivos e de venda de merchandising, estes clubes aumentarão substancialmente nos próximos anos, contra-corrente, a sua capacidade de investimento e centrarão ainda mais em si os holofotes do futebol mundial.

A questão é que tudo isto coloca o 'fair-play' financeiro de Platini no âmbito de uma grande fantochada.

Dizia Arsene Wenger há uns dias sobre a possível transferência de Gareth Bale:
"O fair-play financeiro será uma anedota. É incrível que no ano em que ele entra em vigor, o Mundo do futebol tenha enlouquecido completamente".

A UEFA enuncia no seu site os objectivos desta medida:

• introduzir mais disciplina e racionalidade nas finanças dos clubes de futebol;
• diminuir a pressão sobre salários e verbas de transferências e limitar o efeito inflacionário;
• encorajar os clubes a competir apenas com valores das suas receitas;
• encorajar investimentos a longo prazo no futebol juvenil e em infra-estruturas;
• proteger a viabilidade a longo prazo do futebol europeu;
• assegurar que os clubes resolvem os seus problemas financeiros a tempo e horas.

Com o entrar em vigor destas medidas, pretende em tese a UEFA impedir que os clubes gastem mais do que aquilo que obtém em receitas, de forma resumida.
Pensaria-se que os clubes estariam a acautelar a entrada em vigor destas medidas nas suas contas. 

É isso que se vê?
Nunca se pagaram vencimentos tão elevados no futebol. 
Nunca se pagou tanto por jogadores como hoje. 
E nunca a origem de grande parte desses 'dinheiros' que financiam essas operações financeiras foi tão obscura e duvidosa.

Olhando a isso, o Reino Unido e a Alemanha não esperaram por 'fair-play's' e tem aprovado medidas nos últimos anos que impediram que os rios de dinheiro chegassem sem se saber a sua origem, e impedindo que os gastos sejam como um 'poço sem fundo'.
Dificilmente os clubes ingleses e alemães serão punidos pois já cumprem medidas bem mais reais e apertadas.

Terá coragem Platini e a UEFA de castigar os grandes clubes que não cumprem estas medidas?

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5 comentários

  1. Como diria o JJ o fair play é uma treta. O que eu gostava era o fim da Lei Bosman. Sou saudosista é certo mas as saudades que tenho do futebol dessa altura são muitas.

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  2. Isso só se resolvia com tetos salariais e limites nominais às transferencias. mas até lá....

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  3. Isto resolvia-se se o autismo não reinasse no seio dos adeptos...

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  4. Para a UEFA castigar é preciso que haja incumprimento. E todos sabemos que os clubes fazem malabarismos nas finanças para estarem sempre dentro desse fair play financeiro.

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