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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Futebol Formação: Romantismo ou Realidade?

. 14 comentários


Gostava de começar por perguntar: quem são os jogadores jovens do Benfica, digamos, na última década, que o Benfica não aproveitou para o futebol sénior e que se revelaram depois jogadores de topo noutros clubes? Será o Sílvio? O Rui Baião? O Toy? O Brassard? Será o João Pereira que, embora reconheça nele algum valor, não é na minha opinião melhor que Maxi e nem sequer é jogador de selecção? O Deco, esse foi um erro crasso. Mas tirando esse, é que às vezes dá-me a impressão ao ler certas coisas, que aquilo no Benfica é uma cambada de incompetentes a desaproveitar miúdos que têm espalhado magia por essa Europa fora.

Ok, lembremos então agora aqueles em que o Benfica apostou ou quis apostar na última década: Hugo Leal, Manuel Fernandes, Miguel (embora vindo do Estrela da Amadora chegou ao Benfica muito jovem), Maniche, Jorge Ribeiro. O que é que é comum a estes jogadores que mencionei? Todos eles saíram do clube a mal, todos eles forçaram a saída do clube, todos eles saíram do Benfica por valores que não correspondiam ao seu real valor.

Evidentemente eram jogadores novos, ambiciosos, a dar os primeiros passos no futebol profissional, contratos baixos, empresários ávidos de sucesso, todos eles fizeram valer as artimanhas dos contratos, que baseado depois nos ordenados baixos e nos anos de formação, acabam por sair por tuta e meia. O Maniche por exemplo, assinou contrato com o FCP estava ainda no Benfica e o Benfica a tentar renovar contrato com ele. Simplesmente, ele já sabia que não ia renovar contracto porque o empresário Paulo Barbosa tinha outros planos. Foi castigado e jogou pelas reservas e Jorge Ribeiro seguiu o mesmo caminho.

Isto para dizer o quê? Que é muito bonito falar na aposta nos jovens jogadores do clube, quando a verdade é que os maus ficam sempre e os bons arranjam sempre forma de sair à primeira oportunidade, seja a bem ou a mal. Já Wenger dizia, isto para lembrar os saudosistas do amor à camisola:

“If you are a great player you want to play with great players. If you are a great musician you want to play in an orchestra with great musicians. If you offer the guy the chance to play in an orchestra with poor musicians, he will not be happy.”

A mensagem é óbvia: Amor à camisola?! Onde é que isso já vai. Quando as oportunidades surgem, quando emblemas de topo acenam a um jovem com contratos milionários, estatutos de estrela e vidas de luxo, como é que se segura um jogador assim? Ou alguém acredita que se fosse nos tempos de hoje, jogadores como Coluna, Eusébio, Shéu ou Nené também fariam carreira na Luz? O amor à camisola era apenas um sinal dos tempos, convençam-se disso. Era assim naquela altura.

Os casos mencionados revelam logo um problema: O Benfica aposta num jovem que entra na equipa com um contrato baixo e de curta duração, o clube corre o risco de lhe dar uma hipótese ao mais alto nível, são jogadores imaturos que precisam de cometer erros para crescer, os erros custam pontos, os pontos custam campeonatos, muito dinheiro e cabeças de treinador mas, admitindo que uma aposta até se tenha justificado acertada e o jogador revele condições para outros voos (talvez um em cada dez), como é que se segura o jogador depois? Quando o empresário já tem outros planos, quando o jogador já ouviu falar de propostas de meia Europa, e renovar não o faz a não ser por valores insustentáveis? Andou então o Benfica a formar jogadores para outros usufruírem dele? Infelizmente isto não é ficção, no Benfica aconteceu mesmo e mais do que uma vez. Será a alternativa apostar-se apenas em jogadores que já tenham contratos de cinco anos e cláusulas de rescisão de trinta milhões? Mas e se não tiverem valor? Se não tiverem valor aparecem os mesmos críticos, aqueles que criticam a falta de aposta na formação, e que depois iriam criticar a cambada de burros que aposta em jogadores jovens sem qualidade que ficam a viver cinco anos à conta do clube.

Agora podem perguntar: pois então se apostar nos jovens dos juniores acarreta riscos, nomeadamente o facto de serem jogadores mais propícios ao erros, e que qualquer treinador em Portugal com um mínimo de bom senso e sabedor que luta pelo seu lugar domingo a domingo não pode correr, qual a diferença então em apostar em jogadores Argentinos ou Brasileiros que chegam à Luz muito novos na mesma?

Desde logo uma grande diferença: normalmente chegam novos mas já com experiência de um, dois ou três anos de futebol sénior nos seus países, já têm algumas provas dadas, são mais do que promessas já com clubes atrás deles, têm maior margem de tolerância juntos dos adeptos (o que no Benfica é um factor importantíssimo) e já assinam pelos clubes que os contratam por valores adequados ao seu valor e com contratos de longa duração, cláusulas de rescisão elevadas, estando por isso mais protegidos quanto às vontades dos empresários.

Outra pergunta que gostava de fazer? Quem são os clubes de dimensão que fazem da formação uma aposta mais séria? Diria quatro, assim de repente: Ajax, Auxerre, Sporting e Barcelona. Tirando o Barcelona, quantos dos jovens talentos dessas equipas fazem carreira no clube? Quantos títulos têm valido recentemente aos clubes que os formaram? Quantos saíram pelo valor adequado? Quantos jogos fez no Sporting Ronaldo, Quaresma, ou Hugo Viana? Podia também falar no Arsenal… Que ganhou o Arsenal nos últimos cinco anos? Um redondo zero. Quantos jogadores formou? Dezenas deles, formou por exemplo Hleb e Flamini, pedras basilares da equipa que saíram a custo zero para Milan. Saíram porque o Arsenal se recusou a pagar o que pediam.

A excepção é obviamente o Barcelona, e as razões são óbvias: se o Barcelona tiver talento nas suas escolas, sabe de antemão que não corre o risco das suas pérolas serem assediadas por clubes maiores. Quem é do Barcelona fica no Barcelona, é pago pelo seu real valor, e não tem pretensões de sair para um clube superior que não existe.

Em Inglaterra por exemplo, ainda este ano, para proteger o futebol formação e a própria selecção, os clubes tiveram de apresentar nos seus planteis um mínimo de oito jovens que antes dos 21 anos tenham estado três anos em Inglaterra ou País de Gales, e ao mesmo tempo limitou o número de jogadores dos plantéis a 25 jogadores.

Sabem qual foi a primeira consequência prática desta política? A primeira é que o valor comercial dos poucos jovens talentos ingleses duplicou. E a segunda aconteceu no Manchester City que por já ter 25 jogadores inscritos e pretender contratar Balotelli, decidiu dispensar Stephen Ireland. Só que ele não queria sair. E como não queria sair exigiu dois milhões de libras para se ir embora. Ou seja, as tais políticas novas, e para aqueles que condenam o futebol moderno e o papel dos empresários, faz com que os jogadores exijam dinheiro para assinar e depois mais dinheiro para sair dos clubes.

Quero com isto dizer que não se deve apostar na formação? De maneira nenhuma, simplesmente pretendo alertar para alguns problemas especialmente nos grandes clubes em que a exigência é máxima.

Salvo raríssimas excepções, entendo que os jogadores jovens devem ser emprestados, ganhar experiência e revelarem-se bons jogadores em clubes de menor dimensão, e então sim, renovarem-se contratos por valores adequados antes de chegarem à casa mãe e serem apostas certas.

O futebol actual e o grau de exigência de um clube como o Benfica não se adequa à cultura do erro. No Benfica não há tempo para ter tempo – como dizia Toni. O que um treinador do Benfica precisa, para mais sabendo que na Luz não se resiste a duas derrotas seguidas, é de jogadores que cheguem prontos para corresponder.

Porque raio vai um treinador do Benfica apostar em jogadores com tudo para aprender, sabendo de antemão que em 90% das vezes, nenhum treinador fica lá mais do que um ano?

É a isto é que eu gostava que me respondessem.

E dois excelentes posts no dia de hoje:

Gestores Profissionais VS Presidentes de Clube, por GB

Fifa, governante ou desgovernante do Futebol Mundial?, por Darthvader



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14 comentários

  1. Excelente poste !!!

    Hoje é o dia em que mais se fala na nossa formação.
    Inscrevermos menos jogadores na champions por não termos incluido jogadores da nossa cantera, está a fazer-nos abrir os olhos.

    Para que é que serva a nossa Quinta no Seixal?
    Se não serve para nada, fecha-se!!!!

    Durante a época desportiva vários alertas tenho feito, sobre este tema, porque é uma vergonha não termos nomes para preencher na totalidade, a lista a ser enviada para as provas Europeias...já no ano passado foi o mesmo!!!!

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  2. Se todos pensarmos que o amor à camisola morreu... ele morrerá!
    Chamem-me lírico, mas no meu Benfica, terá sempre de haver amor à camisola e cabe aos funcionários e adeptos do clube fazer prevalecer esse espírito.
    Temos, nós adeptos e principalmente os funcionários, que mais perto lidam com os jogadores, que fazer ver que estes, quando cá chegam, estão NO TOPO DA CARREIRA! Que nenhum outro clube do Mundo nos é superior e que se amarem o clube como nós, serão reis e vencerão...

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  3. kuanto as apostas de risco redmoon, sempre sairiam mais baratos que robertos...

    kaunto ao treinador e não ficar normalmente mais que 2 anos, ai tens td a razão, cada treinador sua filosofia e se um pode ser apostador em jogadores jovens outro pode nao ser e la vai o trabalho pelo ralo, é dificil nesse sentido ter um rumo totalmente definido em termos de aproveitamento das camadas jovens....

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  4. Este post esta fantastico!!! Uma excelente argumentacao em porque e que nao sera tao rentavel quanto isso apostar na formacao.

    E francamente acho que um ponto em que te focaste e bastante pertinente: qual e o ponto em formar jogadores quando o que os jogadores jovens querem e sair para grandes clubes?
    So compensa formar jogadores quando se e um clube de topo a que qualquer jogador ambiciona chegar. Nomeadamente Barcelona, Real Madrid, Machester United e Chelsea.

    No entanto, acho que vale a pena apostar na formacao! O que os dirigentes desportivos tem que perceber, e isto e um mal da cultura desportiva nacional e nao so do futebol nem do Benfica, e que nao e por um jogador ter sido formado no clube que nao deve ter um salario ao nivel das "vedetas" provenientes de outras origens se o seu rendimento for equivalente.

    O Barcelona VALORIZA os jogadores que forma. Nao tem problemas em pagar os melhores salarios aos jogadores que formou. O mesmo nao pode ser dito de muitos outros clubes.

    E muitos dos jogadores jovens que sairam do Benfica foi porque nao se ofereceu valores adequados ao valor que demonstravam (apesar de depois de terem saido muito deles terem demonstrado ser flops).

    Felizmente, ja houve uma mudanca de mentalidade dos nossos dirigentes: pagamos bem ao Coentrao, ao David Luiz e aos pilares da equipa.

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  5. barrosao7/9/10 04:22

    nao tem a ver com o tema da formaçao mas gostaria se posivel que alguem colocase a lista de jogares emprestados do zbording e dos corruptos nortenhos so para comparar com esta noticiada hj na bola.

    Urreta, 20 anos / emprestado a: Corunha (Espanha)
    Shaffer, 24 / Rosário Central (Argentina)
    Freddy Adu, 21 / Aris Salónica (Grécia)
    Miguel Vítor, 21 / Leicester (Inglaterra)
    Yebda, 26 / Nápoles (Itália)
    Rodrigo, 19 / Bolton (Inglaterra)
    Patric, 21 / Avaí (Brasil)
    Éder Luís, 25 / Vasco da Gama (Brasil)
    Fellipe Bastos, 20 / Vasco da Gama (Brasil)
    Lassana Camará, 18 / Servette (Suíça)
    André Soares, 20 / Servette (Suíça)
    Nélson Oliveira, 19 / P. Ferreira
    David Simão, 20 / P. Ferreira
    Romeu Ribeiro, 21 / Marítimo
    Jorge Ribeiro, 28 / V. Guimarães
    Oblak, 17 / Beira-Mar
    Miguel Rosa, 21 / Belenenses
    Rafael Costa, 20 / Fátima
    Leandro Pimenta, 20 / Fátima
    Mário Rui, 19 / Fátima
    Abel Pereira, 20 / Fátima
    João Pereira, 20 / Fátima
    Evandro Brandão, 19 / Fátima
    José Alves “Coelho”, 20 / Fátima
    André Carvalhas, 21 / Fátima
    Yartey, 20 / Fátima

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  6. Anónimo7/9/10 09:50

    o hleb não foi formado no arsenal, mudou-se para lá com 24 anos! fez a formação no dynamo minsk e no bate barisov e ainda brilhou no estugarda antes de chegar a londres.

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  7. Formar ou não formar, eis a questão.

    No panorama actual, constata-se que não é rentável (só em termos desportivos) o Benfica investir na formação.

    Como foi e bem perguntado no post que jogadores “interessantes” para o clube, forneceu a Formação nos últimos anos?

    Zero, nada, bolinha.

    Só Di Maria rendeu mais ao clube que o resto da Formação em 15 anos, quer desportiva quer financeiramente.

    Assim sendo, prova-se que parte da actual política de aquisição de jovens valores está certa e deve ser para continuar.

    Mas acontece que o Benfica continua a investir na Formação e a pergunta que eu ainda não vi formulada é:

    Qual a razão porque os jogadores formados no Benfica, quando chegam a seniores, desmentem tudo o que prometeram enquanto formandos?

    Na minha opinião é por factores alheios ao Benfica, bem como aos grandes clubes formadores, em Portugal.

    Tudo passa por uma urgente reestruturação do futebol profissional, em Portugal.

    Que tipo de reestruturação?:

    Comecemos pelos campeonatos nacionais de jovens:

    É urgente a implementação de um modelo que obrigue os jovens a serem competitivos em todos os jogos e não apenas em 2 ou 3 da fase final.

    Isto dar-lhes-ia a endurance que não têm quando passam a seniores.

    É mais que urgente que o actual número de clubes que disputam a 1ª Divisão, seja reduzido para 8 ou 10 clubes, sendo o campeonato disputado em 4 a 6 voltas.

    Os clubes que compuserem este lote têm de ter condições financeiras, para poderem participar.
    Essas condições passam, também, pela renegociação dos contratos televisivos, não negociados
    em “pacote” com um único operador mas em regime de livre concorrência, podendo ser dado direito de preferência ao operador que mais contratos consiga.

    O reforço da competitividade que este modelo pressupõe, levará mais gente aos estádios, o que significa mais receitas, logo estes clubes terão obrigatoriamente de ter uma equipa B, que disputará um campeonato idêntico ao principal.

    Os planteis dessas equipas B terão de ser, maioritariamente, constituídos por jovens oriundos da formação, podendo comportar até 5 jovens “estranhos” com idade inferior a 23 anos, sendo no mínimo compostos por 80% de jovens portugueses.

    Estes jovens poderão ser chamados, a qualquer momento, à equipa principal.

    A calendarização teria de ser estudada de modo a que se tornasse o mais rentável possível, quer desportiva, quer financeiramente
    .
    A Taça da Liga, seria, obrigatoriamente, disputada por estas equipas.

    Isto possibilitaria aos jogadores continuarem a sua Formação, sem saírem debaixo da “asa” do clube-mãe.

    Muito mais haveria a dizer, mas para começo de “discussão” penso ser o suficiente, por agora.

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  8. De acordo Arquivo Vivo. A pergunta 'e mesmo essa: onde estao os diamantes da formacao desde Rui Costa? Redondinho zero.

    E quem ache que os campeonatos de juniores tem de facto qualidade e competitividade para lancar jogadores para o plantel senior de um clube como o Benfica, penso que esta enganado.

    Ou quem ache que o politicamente correcto 'e ter um jovem das escolas para ser lancado quando o Coentrao estiver aleijado por exemplo, 'e achar que algum treinador com a cabeca no sitio iria agora jogar a Guimaraes dando hipotese a um miudo da escolas no lugar de defesa esquerdo, para o miudo dar uma casa e ficar logo queimado, para o benfica perder o jogo e o Jorge Jesus ser despedido.

    A ironia 'e essa: 'e que se o objectivo das escolas 'e realizar dinheiro com vendas de talentos, ha formas muito mais rentaveis de realizar dinheiro. Com Di Marias por exemplo.

    Se o objectivo 'e lancar jogadores para a equipa A e mante-los, ai esta a primeira ilusao. Se o benfica tiver de facto um grande talento, ao fim de 5 bons jogos ja esta a pedir para sair.

    Se o objectivo 'e entrarem nos seniores e estarem 'a altura do desafio, o modelo competitivo esta todo errado. O Benfica Senior nao 'e lugar para os meninos aprenderem. 'E lugar para se jogar nos limites todas as semanas, sabendo que ao mais pequeno erro sao colocados na prateleira.

    Em conclusao: acabo por concordar com a politica do Real Madrid: vender jovens da cantera com opcao de compra.

    - por um lado livram-se dos custos dos ordenados;

    - por outro sabem bem que em 50 da cantera so um tera alguma vez valor para ser senior do Real Madrid;

    - por outro garantem opcoes de compra sobre os que vendem, e mesmo que amanha tenham de perder 8 milhoes para recomprar o Rodrigo, esse valor 'e compensado por tudoo que poupam em todos os outros.

    - e por ultimo, se amanha recomprarem o Rodrigo 'e sinal que o rapaz deu provas ao mais alto nivel, chega a Madrid formado e pronto a jogar ao mais alto nivel

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  9. Anónimo7/9/10 11:06

    Boas,

    Execelente Post, reflecte tudo o que eu penso sobre a formação. Há imenso tempo que tento fazer às pessoas que comigo discutem o futebol em geral, isto mesmo que aqui escreves e não só, outros factores extra-futebol que atrapalham o salto destes eternas promessas. Muita gente tem a utopia da formação, mas não se lembram de que a grande maioria dos jogadores não tem bagagem para jogar ao mais alto nível pela formação principal do Benfica. Acho que a política que se está a seguir no Benfica desde a entrada do Rui Costa é a correcta e tenho confiança que depois de consolidarmos o projecto desportivo, ou seja, começarmos a ganhar sistemáticamente internamente e com muito boas prestações exteriormente, se possa começar a lançar com segurança alguma pérola com real valor na equipa principal.

    Cumprimentos
    João Rei

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  10. A Formação,

    Penso que esta deva ser vista por aquilo que efectivamente é, uma Faculdade de Futebol Jogado! Tal como em outras Faculdades de outras áreas, Engenharia, Medicina, Economia, etc, existem mais e menos conceituadas, a Formação no Benfica, mais pelo nome do clube do que pela proliferação de talentos óbvios (ao menos nos últimos tempos) deverá ser considerada como conceituada.

    Partamos então desta premissa.

    Agora imaginemos um estudante de, digamos Engenharia, que acabe o curso com uma média altíssima, e que durante este sempre se tenha pautado pelo rigor, respeito, trabalho, brilhância e inteligência, é líquido que a faculdade quererá contar nos seus quadros com este estudante, para investigação ou para leccionar. O Estudante, á falta de melhor, ou por uma questão sentimental aceita o desafio com orgulho.

    Na Formação do Benfica passa-se o mesmo, o Clube forma jogadores, dá-lhes armas e atributos que lhes serão úteis na sua vida profissional, e mais do que isso dá-lhes o prestígio de sairem para o mercado de trabalho com o carimbo do Benfica! Os jogadores medianos seguirão o seu rumo, com maior ou menor dificuldade, mais cedo ou mais tarde encontra-se-ão nos clubes indicados para a sua dimensão como futebolistas, já os fora de série, o Clube tentará sempre que continuem, é simples!

    Considerar que todos os atletas da Formação merecem oportunidade no plantel principal é algo romântico, utópico se quisermos, merece a oportunidade quem tiver em si qualidade e índices de trabalho que a justifique, e quanto aos restantes atletas, só podem estar gratos ao clube pela oportunidade, sabedoria e orgulho que levam de lá!

    Falar de Miguel Lopes, de Sílvio, de Danilo e de João Pereira é dizer isto mesmo, estão no lugar para o qual têm competência para estar, não se pode dizer que o Benfica não respeita os seus formandos... Pergunto quantos saíram nos último anos da Formação do Benfica vingaram? Quantos tinham lugar no plantel do Benfica hoje em dia? Quantos não quiseram ficar para jogar com mais regularidade? Quantos mal agradecidos?

    Sei que era bonito uma realidade tipo Barcelona, mas essa realidade é hoje em dia um sonho para o Benfica e para a qualidade dos seus jovens, há que ter bom senso!

    O Benfica, seus treinadores e dirigentes sabem, mais do que ninguém, das qualidades e defeitos dos seus atletas e se os deixam sair (a alguns) é porque é o melhor para o clube e o atleta. Não ver isto, que é o que realmente é, e criticar política de formação do clube é cegueira, má vontade ou andam todos a dormir.

    Saudações Benfiquistas!

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  11. Arquivo Vivo, nao concordo contigo. As escolas do Benfica originaaram alguns (poucos) jogadores que tiveram sucesso. Manuel Fernandes e Miguel por exemplo.

    Mas de resto concordo com tudo no teu post. E preciso reformular completamente os campeonatos dos escaloes de formacao.
    Bem como, na minha opiniao impor um limite ao numero de estrangeiros de fora da UE que podem jogar em Portugal. Acho vergonhoso que a nossa Liga tenha uma minoria de jogadores nacionais.

    Dessa forma lugares que deveriam ser ocupados por jovens promessas sao entregues a estrangeiros sem valor.

    Infelizmente, uma mudanca dessas e algo que ultrapassa o Benfica.

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  12. Vermelhusco:

    Se leste o meu texto, reparaste que escrevi:

    "No panorama actual, constata-se que não é rentável (só em termos desportivos) o Benfica investir na formação."

    Quer isto dizer que entendo ser rentável formar Homens.

    Acontece que Manuel Fernandes apenas sabe dar uns pontapés numa bola, tal como o Maniche e o irmão.

    Miguel nunca pertenceu à Formação.

    Quanto à "mudança", é verdade que está "fora" do Benfica, mas este pode fazer algo para modificar as coisas.

    O Futebol é uma indústria, se não houver inovação que o dinamize, estagnará e morrerá.

    Sejamos também nisso pioneiros.

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  13. A questão é que se adoptarmos um estilo de jogo, um modelo de jogo standart (claro que depois se pode tornar flexível) as camadas jovens desde "escolinhas" vão estar bem integradas, e um dia, se chegarem a séniores a adaptação será muito mais fácil. Assim é com o Ajax, assim é com o Barcelona(a melhor equipa do mundo por enquanto).
    Poupa-se MUITO dinheiro,porém depende tudo da gestão do clube, que por estes lados não é a mais satisfatória.

    Saudações Benfiquistas

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  14. Concordo inteiramente com o excelente Post do Redmoon,


    Há um caso exemplar que retrata bem o amor à camisola dos jogadores. Trata-se de Edgar, uma promessa saída dos juniores do Benfica e que nos entusiasmou, decorria o ano de 1995. Diz-se benfiquista e no entanto recusou renovar contrato e saiu para o Real Madrid onde só jogou na equipa B. Fez quase toda a carreira no Málaga e acabou, imagine-se, emprestado pelo Boavista, em 2008, a um clube Sérvio!!!
    Mais tarde arrependeu-se!!! Vejam o link http://www.academia-de-talentos.com/edgar-boavista-fc.

    Onde mostra o amor à camisola é no arrependimento, pois não faz como muitos que depois ainda acusam o Benfica de ser o culpado pelo “falhanço” das suas carreiras!

    Este caso é exemplar também noutro sentido: Na altura houve benfiquistas que acharam que ele era um “peseteirto” e outros que apontavam ser mais um exemplo de como o clube não sabia aproveitar os jovens valores. Provavelmente o Benfica ter-se-á livrado de um grande encargo pois se lhe tivesse pago o que ele queria tinha de o fazer durante 5 anos e se ele não correspondesse ao que se esperava dele, o Benfica arcava com todo o prejuízo!!!

    O Benfica tem de formar jogadores e aproveitá-los e não formar benfiquistas, isso é coisa que não existe. Claro que terá de impor os seus valores aos jovens da formação e esperar até, que muitos se tornem benfiquistas pela vivência no clube, mas o carácter é moldado por toda uma vivência social e os miúdos que ao ingressarem no Benfica são de outros clubes podem vir a respeitarem mais o clube que alguns que supostamente são benfiquistas desde pequeninos - não estou a dizer que é sempre assim…

    A formação é uma área extremamente difícil para os clubes. Está dependente de muitos factores e depois na hora de os aproveitar a concorrência é feroz. Os empresários fazem a cabeça aos jogadores e os clubes na procura de novos talentos compram tudo o que mexa. Então agora que a formação vai até ao 21 anos para efeitos de inscrição, os jovens de entre os 17 e os 18 anos são muitos apetecíveis.

    Gaba-se muito o Barcelona e com todo a razão, no entanto, se pensarmos nos casos de Fabregas e Pique, vemos como também comete erros e só o seu poder financeiro os permite corrigir. É difícil aceitar que tenham desperdiçado Fábregas que seguiu aos 16 anos para Londres e aos 17 era titular no Arsenal (tentaram contratá-lo este ano) e Pique que em 2004 seguiu para Manchester (nunca se conseguiu impor). Foi Guardiola quem o repescou. Provavelmente se fosse o treinador principal na altura eles nunca tinham saído de Barcelona! Até destas pequenas grandes coisas os clubes estão dependentes.

    Aqueles que defendem dever o Benfica, obrigatoriamente, ter jovens da formação no plantel deviam olhar para o Sporting. É muito lindo ouvir: “jogaram com sete jovens da formação”, “É equipa que mais investe nos jovens”, e por aí fora!
    Depois, até me arrepio, ao pensar na possibilidade de ver o Benfica eliminado pelo Baiyer na liga dos campeões por 12-1!!!

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