Ontem estive atentamente a ouvir o Nuno Catarino, Administrador da SAD (!!!), a falar sobre os resultados... do Clube. Desde logo fiquei baralhado... o que tem o Nuno Catarino a ver com o clube e como um administrador de uma participada fala tanto da empresa-mãe?
Isto mal comparado era como vir o Administador da EDP Renovaveis vir apresentar os resultados... da EDP.
Estranhamente isto não deixou ninguém surpreendido, nem sequer os defensores intransigentes das regras.
Esta apresentação inédita de resultados, dizem eles que é para facilitar o entendimento dos sócios sobre as contas do clube, acabou por ser pretexto para uma entrevista onde se falou acima de tudo... dos planos de futuro da SAD.
Estou baralhado... o hype depois da apresentação de resultados... do Clube... é falar sobre um plano estratégico da SAD? Sao as receitas de 500 milhões, é o objectivo dos 500 mil sócios, é o naming do Estádio, são os direitos televisivos... TUDO NA SAD!
Sobre o Clube ficámos a saber que reduziram 1,4M os FSE porque renegociaram contratos e que baixaram os custos com pessoal porque, pasme-se, "saem pessoas e entram mais novas a ganhar menos".
Ora, num momento onde o candidato João Diogo Manteigas (volto a recordar aos mais desatentos que só falarei com João Diogo como candidato, ou seja das suas ideias - não contem comigo para julgamentos, juizos de passado ou de curriculum) continua semanalmente a partilhar as suas ideias e compromissos para o SLBenfica e quando agora um já conhecido sócio, Mauro Xavier, edita um livro com ideias para o SLBenfica, segundo ele "para qualquer Direcção adoptar se o entender".. parece que agora o SLBenfica passou a ter um "chamamento" de ideias e de compromissos estratégicos.
Parece que afinal o tempo insistiu em dar-me razão e haver propostas e debate de ideias é mesmo positivo e obriga a que haja movimento e acção.
Em sentido oposto, é pena também ver os meus piores receios sobre a remuneração dos Orgãos Sociais a confirmarem-se: Quem "distribui jogo" é quem está na SAD... estar a remunerar vice presidentes por um actividade que "se perde" no papel dos Administadores da SAD que acabam por abarcar tudo, é estar a gastar dinheiro (1.7M€ de tecto anual é muito dinheiro) para nada.
DESAFIO: Apesar de previsto nos Estatutos, que os futuros candidatos tenham coragem de não ser remunerados, de apresentar sim uma equipa profissional de Direcção Geral do Clube (principalmente para as Modalidades) e uma equipa da SAD 100% profissionalizada, com créditos demonstrados por um processo de selecção com critério.
Seja como for, parece que já temos dois candidatos para Outubro:
- O João Diogo Manteigas, cuja candidatura - e bem - nada tem que ver com os resultados (ao contrario dos D. Sebastiões que estão à espera que o SportingCP ganhe terreno na classificação para aparecerem)...
- e agora arrancou a campanha também da Direcção actual, nomeadamente da nova equipa que parece perfilar-se para acompanhar o actual Presidente, Rui Costa.
Se esperavam que não tivessemos percebido... enganaram-se
quarta-feira, 19 de março de 2025
Manobra de Resultados: Uma Campanha Eleitoral em Marcha

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É tudo em grande. Vitórias é que está difícil...
ResponderEliminarAté as atuações do aVARiados do sistema dragarto e em especial o silêncio ENSURDECEDOR q os responsáveis do Benfica fazem semana após semana após o FARTAR vilanagem dos aVARiados em conjunto com os homens do A.pinto...
EliminarPreocupamo-nos tanto com os outros depois ganhamos menos que eles. Já deixávamos a mesquinhez e pequenez de lado e concentrávamo-nos dentro de portas. Porque quem "gere" o Benfica é precisamente isso que quer: os sócios distraídos.
Eliminarmelhor que esta é o city estar interessado no trubin........... ahahahahah fiz 50 pingos de tanto rir
EliminarPortanto e para já ao ler o teu texto temos 2as candidaturas: Rui Costa e João Manteigas...Pois não está mal! Que se debata de forma elevada é o meu desejo.
ResponderEliminarLi com atenção a entrevista dada pelo Mauro Xavier no outro dia. Embora discorde da sua visão em muitos tópicos, acho um contributo muito positivo.
ResponderEliminarNa entrevista Mauro Xavier fala, entre outras coisas, de vários assuntos importantes/estratégicos: modelo de negócio, direitos televisivos, reforma dos quadros competitivos.
Quanto ao modelo de negócio, MX defende um equilíbrio entre despesa e receita ordinária, acrescentando que as receitas extraordinárias da venda de jogadores sejam usadas para reduzir a dívida ou investir em infraestrutura. Tenho alguns problemas com isso.
- O primeiro é que MX contradiz posições assumidas no passado, virando do discurso da "necessidade de vender", para um de equilíbrio absoluto, supostamente de forma a não precisar de vender todos os anos e reter talento.
Ora, para além da mudança de discurso, isso é ver o problema pela metade. O Benfica pode ter as contas todas equilibradinhas, mas os jogadores vão na mesma querer dar o salto (sobretudo se gastar metade em salários). Ou seja, se não quiser ver os jogadores sair no final dos contratos o Benfica terá de vender na mesma. Não tem a ver só com contas, tem a ver com jogar numa "minor league".
- Depois acho castradora essa postura "à alemã", que na prática implicava ou aumentar magicamente a receita ordinária ou reduzir drasticamente a massa salarial (para cerca de 40M€/ano). Era adbicar de passar a fase de grupos da Liga colocar o Benfica ao nível de um Olympiakos ou Club Bruges.
- Finalmente discordo do foco no betão, sobretudo se o betão for Seixal ou Cidade das Modalidades. O único betão que dá retorno é um novo estádio, e neste momento é prematuro e incomportável. O betão não custa só a construir, custa a manter. Primeiro o óbvio ululante: a receita da SAD não é do clube a quem pertenceria a infraestrutura. Claro que há maneiras de dar a volta e passar dinheiro para o clube, mas não gosto de ver candidatos a misturar tudo. E sobretudo acho incoerente querer reduzir a dívida e querer canalizar receitas para betão. Mas o principal é saber o que é que se faria depois de contruir os Campus e Cidades de betão. Porque o Benfica vai sempre continuar a vender para as Big-5, quer queira quer não, gerando em princípio mais valias sistemáticas com transações, como até aqui. A longo prazo, acabado o betão e pagas as dívidas todas, o excedente tinha de ser canalizado para contratações e/ou salários.
Concordo que o Benfica deve ter maior equilíbrio é fundamental reduzir a dívida para diminuir encargos com juros. Também acho que o desequilíbrio entre a receita e a despesa ordinárias deve ser menor para ser necessário vender menos todos os anos e poder reter talento. Ou seja, acho que existe um meio-termo entre o desequilíbrio estrutural do mandato de Rui Costa e a "austeridade" a que se converteu MX. E essa é a posição de... JD Manteigas.
Continuando a análise à entrevista de Mauro Xavier.
ResponderEliminarOs outros pontos interessantes são os direitos televisivos e a reforma das competições. Ora, MX parece tratar os dois assuntos como sendo independentes. Para mim isso é um erro, e as duas coisas estão inevitavelmente ligadas.
Quanto a direitos televisivos, MX considera a centralização inevitável, mas critica as "más centralizações" e defende que os clubes deviam poder internacionalizar os seus jogos. Também acha que o Benfica deve duplicar as suas receitas.
Isto dá pano para mangas:
- Quanto à inevitabilidade, o argumento de MX parece ser o do rebanho: já todos os países centralizaram, portanto nós também temos de o fazer. Parece-me um não-argumento, e não tem em conta nem a realidade de cada mercado, nem a satisfação dos clubes de cada país com a centralização (mas já lá vamos).
- O que MX parece criticar como "má centralização" é somente ser contra os canais premium, defendendo que a BTV e a Liga TV fossem abertas e vendidas a um único operador em exclusividade durante 2 anos, passando os espectadores a mudar de operador de telecomunicações sempre que o contrato mudasse de mãos.
Neste ponto não me sinto capacitado para análises aprofundadas ou para propôr alternativas. Mas a minha opinião desinformada e que me parece um disparate. Primeiro, MX pressupõe concorrência perfeita num mercado onde há 3-4 operadoras. Exagerando, o que MX propõe é no limite mandar à falência as operadoras que ficam sem os direitos e perderiam grande parte dos seus clientes durante vários anos. Duvido que as operadoras fossem nisso e que não chegassem a acordo para partilha de direitos. Segundo o mercado será menos elástico do que MX imagina. As operadoras fazem bundling de vários serviços em pacote, colocam hardware à disposição dos clientes, etc. O consumidor e empresas (horeca) podem não estar disponivéis para andar sempre a mudar de operadora.
- Falta-lhe ligar a questão da centralização à da reforma das competições. Bélgica, Escócia, Áustria, Dinamarca, etc. tem campeonatos com 12 equipas. A Holanda tem 18, mas a questão já se colocou e é mais uma questão de tradicionalismo numa cultura fortemente "regionalista".
Nenhuma das ligas periféricas se tornou mais competitiva devido à centralização. Nem em competitividade interna, nem em competitividade externa. ZERO. O Kilmarnock não passou a lutar pelo campeonato na Escócia, nem o Volendam na Holanda, nem por cá o Moreirense vai lutar pelo campeonato só com base em centralização de direitos TV. É um assunto amplamente debatido e que não vale a pena abordar aqui.
- A distribuição internacional é o ponto mais interessante. No início da experiência de centralização na Holanda, o Ajax apresentou algum descontentamento, tendo defendido a ideia de vender os seus direitos no estrangeiro isoladamente.
Não tenho capacidade para aferir, mas não acho que o Benfica fosse mais bem sucedido do que a Liga a vender os "seus" jogos do campeonato lá fora. Acho que vai dar no mesmo, porque o mercado da Liga e do Benfica é praticamente o mesmo e muito limitado. Não ponho fé em plataformas digitais, porque a audiência é a que é: portugueses, emigrantes e PALOP.
- Quanto ao duplicar das receitas parece-me uma fantasia, ou se quisermos uma fezada à Proença. Quem acha que é possível é que tem de demonstrar como se faz esse milagre.
Continuando a análise à entrevista de Mauro Xavier.
ResponderEliminarQuanto à reforma das competições, MX propõe um campeonato remodelado e a extinção da Taça da Liga. Propõe um campeonato com 18 clubes e 2 fases: uma 1ª fase a uma volta com todos, e uma segunda fase dividida em 2 grupos de 8 e 10, a 2 voltas para apuramento do campeão e despromoções.
É aqui que acho que MX mais mete os pés pelas mãos:
- Não mexe no denominador, ou seja, no número de clubes pelos quais é dividida a receita. Clubes sem público ou adeptos. Fica tudo na mesma.
- Propõe a redução do número de jogos da competição principal para os 8 da frente. Isso reduz a receita, não aumenta. E os 10 de baixo só jogam com os grandes 1 vez, potencialmente (azar dos azares) fora de casa. A sua receita televisiva e de bilheteira é obliterada. Uma catástrofe.
- Num campeonato que se decide por detalhes introduz uma aleatoriedade adicional onde os grandes não jogavam o mesmo número de vezes em casa e fora. Ninguém aceitaria isso.
- O grupo de apuramento da descida deixava de ter audiência televisiva. Se há 4 jogos entre os 8 da frente quem é que vai ver um jogo para apurar a descida?
Este modelo do MX é um desastre. Nunca seria aceite por nenhum clube, nem grande, nem pequeno. A receita aumenta-se com mais jogos, não menos. O produto promove-se tendo mais jogos bons e interessantes. A competitividade aumenta dividindo a receita e os jogadores de qualidade por menos clubes. Da ideia do MX a única coisa que se aproveita é a extinção da Taça da Liga, mas isso é quase consensual.
Uma redução do número de clubes e mais jogos com os grandes é muito mais eficaz do que uma centralização de direitos TV a aumentar as receitas dos clubes pequenos. JD Manteigas faz depender a centralização da reforma da Liga. E defende um campeonato com muito menos clubes. Nestes assuntos também estou muito mais próximo da visão de JD Manteigas.
Para mim o hype da entrevista foi perceber com optimismo a influência indirecta dos resultados da SAD nas contas do clube e sobretudo constatar nos números, que a prometida aposta no plano desportivo de todas modalidades está a ser feita com a responsabilidade nas contas do clube e empresas detidas por este.
ResponderEliminarMas claro, todas ideias e candidaturas são bem vindas até Outubro.
mais uma vez vens dar uma de sabedor e metes os pés pelas mãos, o normal portanto.
ResponderEliminartens razão quando dizer que não devia ser um administrador da sad a falar das contas do clube para o qual ele não foi eleito e não faz parte da direção
mas depois para fazer valer o teu ponto inventas.
porque os 500m é de receita consolidada e não apenas e só da sa, o objetivo dos socios é do clube não é da sad, só os direitos televisivos e o naming é que são apenas de sad.
"não contem comigo para julgamentos" e depois vens falar dos dom sebastiões.
tu fazes o que quiseres a gora já venhas é dizer que não fazes fazendo, isso é hipocrisia.
e alguem que perceba de futebol a seio? ricos sem titulos é para inocentes....
ResponderEliminarO que eu quero numa direção do Benfica é um plano de negócios para optimizar gastos e elevar proveitos... por exemplo seria interessante termos uma rede de hotelaria?, para alojar os nossos jogadores e fazer dinheiro?, seria interessante termos um plano de painéis solares nas nossas infraestruturas reduzindo a zero a conta da energia?, recolha da água da chuva para regar os relvados? Ter oficinas próprias para manutenção dos nossos veículos e do estádio ter funcionários multitarefas/multiconhecimentos... funcionários multitarefas noutras áreas... precisamos de um plano de negócios agressivo e de um departamento de estratégia desportiva onde a equipa principal e as de formação têm jogadores desenvolvidos para alimentar o nosso plantel e vendas, tutores dedicados aos atletas de elite - recrutamento em idades juvenis/juniores para evitar contratações dispendiosas.
ResponderEliminarPor exemplo sobre tutores dedicados, o Olivio tem muito potencial, mas falta-lhe atitude guerreira e capacidade de boa decisão, ora isso pode ser negociado treinado desenvolvido... treino especifico para cada atleta... enfim máximo profissionalismo e avaliação sistemática dos ganhos em cada atleta....