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terça-feira, 8 de março de 2022

Movimento Servir o Benfica: Os tiros nos pés constantes de algo que poderia ser positivo!

. 16 comentários

NDR: Nada me move contra ninguém do Servir o Benfica. Pelo contrário, apesar de ser bastante evidente o que me afasta da posição publica do seu líder (?), há elementos que fazem parte (?) do Movimento com quem tenho tido interações bastante interessantes e a quem reconheço posições válidas e sérias, além de um tremendo benfiquismo, como é o caso do Tiago Godinho e mais recentemente do Pedro Brinca.

Contudo, continuam a parecer-me tremendamente fora de tempo e sentido as intervenções atabalhoadas do Servir o Benfica. Fica sempre aquela sensação que se trata de uma boa ideia mal executada e que ou realmente não o sabem fazer bem... ou por trás de cada intervenção há uma agenda que não tem como objectivo aportar valor ao SLBenfica, mas sim a um princípio próprio.

Como os nossos leitores sabem, tanto o Shadows como eu levamos já anos a "bater" sobre o modelo de Centralização dos Direitos Desportivos. Este foi, aliás, um dos motivos que mais nos fez na altura votar em Rui Gomes da Silva (veremos um dia se não eramos dos poucos que estavamos certos).

O Servir o Benfica resolveu apresentar ontem um "Estudo" (sim, muito entre aspas) sobre a Centralização dos Direitos Televisivos onde concluem que é um erro centralizar os direitos televisivos.

Volto aqui a referir que a minha opinião nada tem que ver com os autores ou as suas melhores intenções (em especial sabendo que o Pedro Brinca participou, a quem lhe reconheço bastante valor e conhecimentos).

A conclusão a que chega este estudo está plasmada no seu Sumario Executivo: 

"dada a informação disponível no momento, é a centralização irá contribuir para um nivelamento por baixo do nível competitivo, diminuindo a competitividade internacional e contribuindo para uma queda, não subida, das receitas da Liga Portugal. Calculámos que no caso de SL Benfica, FC Porto e Sporting CP, a quebra de receita será entre 10 e 25 milhões de euros (M€) por ano assumindo um modelo de redistribuição das receitas televisivas sugerido pelo diretor-executivo da Liga Portugal Tiago Madureira, numa entrevista recente, a 22 de janeiro de 2022, ao jornal desportivo Record"

Ora, o primeiro erro deste estudo está em ignorar o que nos trouxe até aqui, o contexto em que se realizará a Centralização e as respectivas motivações. Ao contrário do resto da Europa, em Portugal a centralização foi uma decisão politica resultante de uma pressão exercída por dois clubes com fortes relações ao panorama politico e que estão tremendamente endividados, tendo já antecipado todas as receitas futuras que podiam (FCPorto, principalmente, e também SportingCP).

Nesse sentido, torna-se claro que a Centralização não servirá o que primeiro tem que servir: Os interesses do futebol português! Mas sim irá servir os interesses individuais de clubes específicos (à beira da ruina financeira), assim como alguns clubes seus "aliados". Quer isto dizer que com este princípio, é um erro qualquer movimento.

A Centralização, como se verificou em Italia, Inglaterra, França e Espanha é um vector positivo de nivelamento por cima (e não por baixo como quer a Liga). O que se procura no modelo português é manter a subserviência da Liga e da FPF face ao FCPorto, assim como dos clubes "aliados" que valem a este clube mais de 24 pontos em 80 todos os anos (30%). Se as arbitragens resultarem noutro tanto, temos um campeão antes de a Liga arrancar.

Ontem, numa troca de ideias com  o Pedro Brinca no Twitter (podem ler aqui), destaque duas notas essenciais para a questão dos direitos televisivos que, basicamente e na minha opinião, inviabilizam o sentido que seguiram no estudo:

- Reformulação do Modelo Competitivo da Liga Portuguesa


A Liga Portugal, a exemplo do que fez a La Liga deve transformar-se por completo numa empresa responsavel pela organização das Competições Profissionais (I e II Liga e I Liga Feminina) e sem quaisquer orgãos de justiça desportiva, arbitragem ou outros.

Neste contexto, a Liga Portugal, como fez a La Liga, deve apoiar-se no que rapidamente se deve transformar na primeira alavanca da sua actividade: A Tecnologia.

Se outros países como Inglaterra puderam alavancar o crescimento das receitas de Direitos Televisivos em equipas cada vez mais competitivas por via da entrada de investidores que gastaram rios de dinheiro nos clubes, a Liga Espanhola (e a Portuguesa ainda mais) estava em movimento inverso, com perda de competitividade há vários anos face a outros mercados. Solução: Diferenciação pela aposta no Digital e na Analítica de Dados.

A La Liga Tech é hoje em dia uma empresa que movimenta milhões e responsável pela relação com os fans, pela fomento de novos conteudos exclusivos e pela protecção dos mesmos; pela gestão nacional e internacional do producto da sua actividade: As Ligas profissionais.

Esta reestruturação, porém, obriga a uma limpeza completa na FPF e na Liga, assim como o fim da Sporttv para sempre. Esses dois elementos fazem com que em Portugal ninguém queira assumir essa Reformulação.

- Reestruturação dos Quadros Competitivos e Fiscais pela aposta na formação

A Liga Portugal, à semelhança do que se faz em Espanha teria que criar então mecanismos de protecção fiscal dos jovens formados em Portugal, para reter o talento por mais tempo, ao mesmo tempo que tería que criar limitações ao poder dos clubes grandes de esvaziarem os clubes mais pequenos dos seus melhores jogadores. 

Actualmente em Portugal, desde os Benjamins, temos os três grandes principalmente a "roubar" todos os jovens que evidenciam um minimo de potencial, formando duas, três e quatro equipas por escalão, deixando os jovens com poucos minutos muitas vezes e as equipas adversárias "secas de qualidade".

Se fomentarem a retenção de talento de qualidade nos clubes formadores, não é preciso distribuir mais dinheiro para que os clubes pequenos sejam capazes de comprar mais e ser mais competitivos. 


Sem estes dois principios de base. Podem centralizar, descentralizar... podem fazer o que quiserem... o futebol português será sempre um antro de corrupção, interesses sujos e ocultos e falta de honestidade.

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16 comentários

  1. Obrigado pelo post! Tbh, não vejo em que medida é que o que aqui está põe em causa o nosso estudo. Basicamente dizes-lhe que falta o contexto "político",a restruturação das competições e o ângulo de análise tech. Ou seja, querias ainda mais estudo, nao ainda menos :D. N rejeitaste nada do que la esta escrito :D Bora nisso. Podes partilhar info acerca desse dossier da liga tech? Para enriquecer a perspetiva que todos temos do tópico? Da discussão nasce (a tanto nossa) Luz! :) Posso estender o estudo nessa dimensão e dar os respetivos creditos a quem contribua se for esse o problema, eu n sou nada territorial nestas coisas. Na questão da reestruturação das competições partilho das mesmas preocupações que tú, e acho que vai ser um topico ainda mais quente nos proximos tempos por causa da duplicacao dos jogos na fase de grupos da UCL, mas sinto que faria do estudo uma cena quase enciclopédica.. talvez por defeito profissional, estou habituado a escrever sobre assuntos (talvez demasiado) circunstritos a um tema restrito e menos "holísticos" :)

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    1. tu não és territorial mas eles são, eles acham que se eles tiverem uma ideia mais ninguém a pode ter.
      no fundo eles sempre disseram mal da centralização o estudo diz o mesmo, então qual é o problema, é que o estudo desmonta uma narrativa deles que nunca fez sentido o que os outros dois iam sair beneficiados da centralização.

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    2. Caro Pedro já falámos sobre isso.
      Eu n crítico a execução e muito menos a dedicação. Discordo da abordagem que me parece explorar pouco (ou nada) a realidade política e de contexto da Liga, assim como ignorar os contextos que levaram aos factos apurados nas Ligas q já têm centralização.

      Depois a crítica sim vai para a bazófia con que os teus companheiros posicionaram a coisa. Tu q o fizeste tens a humildade de ver vários ângulos… eles limitaram-se apresentar como uma cátedra

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  2. Anónimo8/3/22 20:04

    Menos muito menos sobre outros benfiquistas. Para mim voces sao umas alcunhas.. eles sao pessoas c rosto

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    1. TBZ explorava a marca Benfica internacionalmente em exclusividade lol faliu
      Vcs vivem numa ilusão lol marca Benfica porto ou Sporting são marcas nacionais e pouco mais lol as vezes escrevem coisas tão ridículas que uma pessoa vem aqui só para rir

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    2. Catarina, pelos lol... deves ter 15 anos, certo??

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  3. só o facto de existir a necessidade de fazer um ndr explica muitos os propósitos de quem o faz.
    pois é mas um fazem, ou tentam fazer, mesmo cometendo alguns erros e depois existem outros que falam, falam, mas não fazem nada.
    e depois a dor de cotovelo continua, continua.

    pelos vistos sabes tanto da coisa que nem sabes que em espanha também a centralização dos direitos televisivos foi também por decreto.
    mas lá está eles tem uma opinião, que até pode estar errada, baseada numa seria de factos analisados outros tem uma opinião apenas porque sim baseada em apenas suponhamos.
    e depois ainda tem a distinta lata de discordarem sem um único facto que contrarie o contrario.

    o que dizes sobre o modelo e quadros competitivo esta correto e deve ser debatido profundamente agora não tem nada a ver com a centralização dos direitos televisivos.
    no fundo eles não fizeram nada de errado nem mal apenas vieram demonstrar que a fossa narrativa não tem pés nem cabeça e isso é que vos deixa lixados com f.

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  4. Um benfiquista a falar de clubes com fortes ligações no panorama político.😄
    Muito engraçado.

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  5. Helder Silva9/3/22 06:12

    És muito exigente com quem não está lá e tolerante com quem está.

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  6. Os tiros nos pés são tantos e tão grandes que até merecem destaque neste pasquim. Vindo daqui, é porque estão a fazer bem. Isto porque a avaliação de quem está sempre certo, nunca se equivoca e antecipa tudo, mas ainda assim vale 1%, é obviamente o contrário do significado real.

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  7. Pedro Pereira9/3/22 09:54

    Não consigo entender o motivo para desvalorizarem constantemente o que outros defendem ou apresentam como opção ou solução, com vista a melhorar e tornar o clube mais forte.
    Escrevem com tanta condescendência ou desprezo sobre tudo o que possa ser diferente do que vocês defendem. Já agora, quais são as vossas ideias propostas?
    Um "estudo" com muitas aspas... sinceramente! É um estudo sim, sem aspas nenhumas, apresentado com base em dados reais!
    Mais respeito por quem ao menos se esforça por apresentar ideias ou soluções.
    E dá a cara, não se escondendo atrás de alias ou nicknames ao nível de gamers da Steam como vocês fazem.

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  8. A minha questao e, ate que ponto sera legal o Estado na figura do Concelho de Estado decretar o que um empresa privada tem ou nao que vender? Pessoalmente acho que cabe a cada clube decidir se quer ou nao vender o seu producto e a forma como o quer vender, e nao ao Estado decretar essa venda mesmo que seja contra a vontade do clube.

    Seria interessante ver esta posicao contestada em tribunal, pricipalmente se o modelo que for aprovado se mostrar contrario a vontade de algum dos clubes.

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    1. Pé Frio9/3/22 21:23

      " na figura do Concelho de Estado "

      Daaaase, esta foi muita forte ...

      Já agora, quantas phreguesias tem o Concelho de que estás a phalar ?

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  9. Apenas "Benfica by GB" a ser "Benfica by GB"... é o que é (como diz o outro)!

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  10. Quando colocas em causa o trabalho feito por um docente do ensino superior em economia, benfiquista, diz tudo de ti enquanto ser humano e sócio do Benfica. Deves ser uma pessoa muito complicada e fico-me por este adjetivo e deves amar muito pouco o nosso clube. Com a visibilidade que tens devias rever os teus valores de base, um abraço.

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