"Ser benfiquista é ter a chama imensa e vibrar com as vitórias dos “encarnados” (“vermelhos” era de evitar nos tempos antigos do estado novo), ser sócio desde pequenino ou mero adepto da bola, é sofrer nos momentos difíceis em que o esférico não entra, gritar como um desalmado e abraçar quem esteja ao lado a cada golo do glorioso.
Ser benfiquista é cantar piçarra a plenos pulmões, sentir-se pertença de um clã de gente simples (mas não só) e fingir que somos seis milhões (não há demografia que o permita), é exaltar os nossos ídolos fazendo de conta que são todos génios (jogadores do clube mais vitorioso de Portugal) e defender a mística como o santo graal das nossas vidas. Ser benfiquista é um estado de alma, um suplemento de existência, um orgulho sublimado em derrotas e exaltado em vitórias impossíveis, as de ontem como as de hoje.
Tudo isso e mais que não cabe no espaço desta crónica é ser benfiquista. Importante é a pertença, uma partilha (em colectivo) de referências e afinidades, um sentimento de identidade que nos estrutura e justifica. E é por isso que ser benfiquista é mais do que uma curiosidade: desenganem-se os intelectuais que chamam ao fervor clubístico alienação.
Ser benfiquista é isso e muito mais. Mas sê-lo, adepto e civilizado, não é ser fanático. É reprovar – ou aprovar pouco – aquilo que se passa no chamado “mundo do futebol”.
Ser benfiquista não é querer ganhar a qualquer custo. Ganhar com batota não traz a um adepto do glorioso orgulho; nem sequer satisfação. Entristece-nos. E se alguém dispara um petardo ou conduz um automóvel e, por estupidez, por instinto criminoso, assassina um ser humano, então qualquer adepto benfiquista civilizado se sente violentado; enojado, revoltado.
Ser portista é exaltar o brasão abençoado e vibrar com as vitórias dos “azuis e brancos” (o azul, símbolo da lealdade, a mais fria das cores frias a arder nos nossos peitos), é ser sócio desde pequenino ou mero adepto da bola, é sofrer nos momentos difíceis em que o esférico não entra, gritar como um desalmado e abraçar quem esteja ao lado a cada golo dos dragões.
Ser portista é cantar canossa a plenos pulmões, sentir-se pertença de um clã de gente do Norte (mas não só), sabendo-se leal e invicto, é exaltar os nossos ídolos fazendo de conta que são todos génios (campeões da Europa já no século vinte e um) e defender a mística como o santo graal das nossas vidas. Ser portista é um estado de alma, um suplemento de existência, um orgulho sublimado em derrotas e exaltado em vitórias impossíveis, antigas ou recentes.
Tudo isso e mais que não cabe no espaço desta crónica é ser portista. Importante é a pertença, uma partilha (em colectivo) de referências e afinidades, um sentimento de identidade que nos estrutura e justifica. E é por isso que ser portista é mais do que uma curiosidade: desenganem-se os intelectuais que chamam ao fervor clubístico alienação.
Ser portista é isso e muito mais. Mas sê-lo, adepto e civilizado, não é ser fanático. Não é aprovar – ou é aprovar pouco – aquilo que se está a passar no chamado “mundo do futebol”.
Ser portista não é querer ganhar a qualquer custo. Ganhar com batota não traz a um adepto azul orgulho; nem sequer satisfação. Entristece-nos. E se alguém dispara um petardo ou conduz um automóvel e, por estupidez, por instinto criminoso, assassina outro ser humano, então qualquer adepto portista civilizado se sente violentado; enojado, revoltado.
Ser sportinguista é ter nascido sob o signo do leão e vibrar com as vitórias dos “verdes” (cor da esperança e da bandeira, dos prados e da paixão), ser sócio desde pequenino ou mero adepto da bola, é sofrer nos momentos difíceis em que o esférico não entra, gritar como um desalmado e abraçar quem esteja ao lado a cada golo dos leões.
Ser sportinguista é cantar valério a plenos pulmões, sentir a pertença a um clã de gente nobre (mas não só), saber-nos quase 200 mil sócios e exaltar os nossos ídolos fazendo de conta que são todos génios (na arena do clubismo em que o futebol reina indisputado, o nosso clube é o mais eclético, de Portugal como do Mundo), é defender a mística como o santo graal das nossas vidas. Ser sportinguista é um estado de alma, um suplemento de existência, um orgulho sublimado em derrotas e exaltado em vitórias impossíveis, por antigas que sejam.
Tudo isso e mais que aqui não cabe é ser sportinguista. Importante é o sentimento de pertença, uma partilha (em colectivo) de referências e afinidades, afinal um sentimento de identidade que nos dá estrutura e justifica. E é por isso que ser sportinguista é muito mais do que uma curiosidade, enganando-se os intelectuais que chamam ao fervor clubístico alienação.
Ser sportinguista é isso e muito mais. Mas sê-lo, adepto e civilizado, não é ser fanático. Não é aprovar tudo – na verdade, é aprovar muito pouco – do que se passa naquilo a que se chama “mundo do futebol”.
Ser sportinguista não é querer ganhar a qualquer custo. Ganhar com batota não traz a um adepto leonino orgulho; nem sequer satisfação. Entristece-nos. E se alguém dispara um petardo ou conduz um automóvel e, por estupidez ou instinto criminoso, mata um ser humano, então um adepto sportinguista civilizado sente-se violentado; enojado, revoltado.
Há muita gente a mais no futebol. São em geral os que mais lucram com ele e em nada respeitam a paixão, o gosto pelo jogo e, naturalmente, pela vitória, dos adeptos civilizados.
São, não sendo todos, os dirigentes que vociferam, incendeiam o país, enquanto negoceiam chorudas transferências em parte parqueadas nas suas contas; são os jogadores, em teoria a mais pura dimensão do futebol, que amam sempre o último clube a contratá-los sem pertencer verdadeiramente a nenhum; são os agentes que enriquecem promovendo transferências desnecessárias, lançando jovens promissores demasiado cedo a um Mundo que lhes extrairá a essência da genialidade ainda embrionária e os devolverá frios e secos ao anonimato da mediocridade; são os comentadores, que enxameiam as televisões e as redes sociais, e cuja função (não de todos) é serem os pirómanos de serviço, repetindo lugares comuns e atiçando fogueiras. São claques desaustinadas, sem controlo, legais ou ilegais, que marcam encontros com os rivais – chamados de inimigos -, destilam raiva nas redes sociais, agridem e insultam em defesa das suas cores muito para além da razoabilidade e da civilidade do que devia ser um desporto.
Nenhum benfiquista, sportinguista ou portista, adepto civilizado dos seus clubes, sanciona o estado podre a que chegou o futebol em Portugal. Quem anda a destruir o belo jogo? E o que esperam as autoridades, políticas, policiais, judiciais, para os punir e condenar, para sempre, ao ostracismo do “mundo do futebol”?
Não é difícil: antes até de colocar a tecnologia ao serviço dos árbitros, é essencial utilizá-la para barrar o caminho aos infractores: barrar a entrada nos estádios, se necessário para sempre, aos adeptos violentos; expulsar os dirigentes “incendiários”; deixar de assistir ao espectáculo dos comentadores tóxicos, pois sem espectadores eles deixarão de o ser (comentadores); controlar estritamente os agentes e exigir um comportamento ético aos jogadores, no que respeita a contratos e ao seu respeito.
Não me parece que continuar a contar cadáveres no futebol, no sentido real ou figurado, seja aceitável numa sociedade civilizada. Por muito que queiramos que a nossa equipa vença."
Já te vi mais bem acompanhado, quem escreve o artigo deve ser o mesmo que algumas páginas de clubes rivais....adiante, PALAVRAS DE VIDRO!
ResponderEliminarQuerem mudar o futebol, como?? Com palavras de vidro! A comunicação social está a foder o futebol, são lances que alguns no estádio nem reparamos,vergonha deixarem alguns comentadores do Benfica, Porto , Sporting darem opinião de lixo e jornalistas que vivem no lixo, nem querem saber de futebol...este jornalismo de merda que não dá a noticias dá lenha!!! Quem pode fazer alguma coisa no futebol com jornalismo desportivo ao nível do passeio ....
Já te vi mais bem acompanhado
Se os programas dos comentadores fanáticos têm muita audiência só pode ser porque há muitos que se identificam com tais tristes espetáculos de hipocrisia e mentira e outros tantos que gostam da peixarada. Infelizmente esta é a verdade!
ResponderEliminarHá muitos que gostam de futebol e outros que só gostam da discussão estéril. Por isso não admira que existam dirigentes que acima de tudo querem provocar e não fazer!
O mundo do futebol é o reflexo das diferentes mentes humanas. A falta de desportivismo e a discussão idiota é o reflexo das pessoas, porque as televisões só dão aquilo que o povo gosta = audiências. É lamentável? É, mas é a vida.
ResponderEliminarBrunos de Carvalhos e cenas, se gostam banqueteiem-se, foco-me no que me dá gozo, o futebol e o Benfica.
Cada um que se alinhe com aquilo que lhe interessa, a única coisa que acho lamentável é que muitas pessoas se deixem manipular pelos figurões e as suas manobras de diversão que escondem incompetências e outras coisas, isso é que é pena.
Saibam os adeptos de futebol, que o futebol é para os figurões um negócio muito lucrativo para uma minoria, entre essa, dirigentes, profissionais dos clubes grandes da Europa e do mundo e os intermediários e bancos. Saibam isto! E são os clientes (audiências) que lhes enchem os bolsos. logo se enriquecem às nossas custas temos toda a legitimidade para EXIGIR, que os nossos clubes façam negócios que representem ganhos reais quer financeiros quer desportivos. Temos direito a exigir, no Benfica por exemplo, que os planteis sejam equilibrados e os técnicos sejam de elite e que a SAD tenha as contas super equilibradas, lógico não é?