Nova temporada/arbitragem/Peyroteo.

A temporada acabou bem e em alta com a conquista de 2 troféus em 5. (Supertaça incluída).

Mas é importante que não esquecer as lições que esta temporada e em especial a sua parte mais complicada deixaram.

Nenhum dos grandes clubes europeus que faz digressões por outros continentes durante a preparação da época o faz colocando em causa a preparação da sua equipa.

A pré-temporada passada foi do mais amador que se poderia imaginar.

Com treinador novo, obrigar que a pré-temporada fosse realizada num fuso horário completamente diferente foi um erro grave. Ainda mais quando se marca a Eusébio Cup para 5 dias antes do primeiro troféu da temporada e às 4h da madrugada.

Outro ponto clássico das pré-temporadas do Benfica é a especulação sobre a composição do plantel até à data limite dos prazos europeus. Também isso foi gerido com os pés, pois quando parte do Benfica o andar a fazer uma espécie de “roadshow” com os jogadores mais valiosos, não deixa ao seu treinador qualquer hipótese de poder planificar o trabalho sabendo com quem poderá contar.

Mas o que pode fazer o Benfica quando um clube “bate” a clausula de rescisão? Nada. Só que com a excepção de Oblak, todos os jogadores têm saído do Benfica por valores abaixo da rescisão. Ou seja, com o acordo do Benfica. Demasiada cooperação com quem nos quem levar os melhores, digo eu.

As relações demasiado próximas com empresários, fundos duvidosos como a Doyen ou até aquelas entidades financeiras do arco da velha criadas só para estes negócios e à margem da banca, tornam nebulosos muitos destes negócios devido à sua elevada rentabilidade para os terceiros envolvidos e o pouco proveito financeiro por parte do Sport Lisboa e Benfica.

Este é também um aspecto a mudar no clube. Ou será que os negócios de patrocínio e direitos televisivos não têm afinal o valor para a marca “Benfica” que se anunciou? Faz sentido andar a festejar milhões e milhões em negócio após negócio e afinal não termos capacidade sequer de segurar um jogador que ainda tenha 3 ou 4 anos de contrato? Mais vale não fazer contratos e trabalhar tipo “jorna”.

Outro aspecto inconcebível é o facto de o principal responsável pelo futebol do Benfica, Luis Filipe Vieira, ter passado toda a pré-temporada longe da equipa.

Não acompanhou a equipa na digressão às Américas nem sequer compareceu na edição especial da Eusébio Cup no México.  

No entanto, teve tempo para ir ao casamento de Jorge Mendes ou ir até mais uma acção de campanha numa deslocação à África do Sul. (Quem tem problemas de costas para viajar até às Américas também os teria para viajar até à África do Sul.)

Se o responsável pelo futebol do clube não tem sequer tempo para estar presente na pré-temporada da equipa mas o encontra para situações secundárias é porque anda a ser mal-aconselhado, no mínimo.

A próxima temporada será tão ou mais exigente que esta.

Os desafios serão ainda maiores quer dentro quer fora do campo. E sobre isto, chamo a atenção para a futura composição do Conselho de Arbitragem. Já repararam que os maiores críticos de Vítor Pereira andam calados sobre o tema?

Quem estará mais confortável com nomes como Fontelas Gomes, Paulo Costa ou João Ferreira no novo Conselho de Arbitragem? Querem fazer apostas?

E já agora, como é que alguém que integra a lista para a FPF, apesar de suplente, vai afinal disputar a competição que o próprio órgão regula?