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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Lóbis, Ligas e Losangos

. 7 comentários
O próximo presidente da LPFP deu o mote: «Temos de diminuir o fosso entre os grandes e os outros.» Resta apenas saber se se nivelará o futebol português por cima... ou por baixo.

Com a negociação colectiva como veículo, eleitorado e eleitos defendem as inúmeras vantagens, desde a LPFP poder vir a contar com uma importante fonte de receitas, aos clubes e SADs que à porta da falência verão adiada a sua dissolução, à Olivedesportos - que tendo obviamente de ser ouvida porque todos os clubes têm compromissos contratuais - retirará da mesma natural vantagem negocial.

Olhando de relance para o futebol português, os feitos além fronteiras mais recentes, sobretudo do FCPorto, mas também de SCBraga e Benfica, advieram não de medidas estruturais que a LPFP ou outros organismos tenham introduzido, mas única e exclusivamente da capacidade dos clubes.

E, sem vermos reconhecidos méritos estruturais no Futebol português, quando a Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS) coloca o campeonato nacional na quarta posição, é bom que os organismos não batam no peito e sorriam para a fotografia, na medida que não é certamente com base nos estádios vazios e noutras métricas semelhantes que a IFFHS se baseia, mas sim predominantemente na visibilidade internacional que alguns clubes (e seus intérpretes) - a custo - conseguem vir emprestando ao futebol nacional, onde méritos nos sejam reconhecidos, estamos habituados a fazer de gato sapato.

Numa altura em que as Comissões do Relvas pretendem hipotecar uma importante fonte de receitas como constitui a valorização de jogadores estrangeiros, a negociação colectiva dos direitos televisivos poderá vir a alienar outra, subtraindo muito aos grandes – em particular ao Benfica – para dar pouco aos pequenos.

Assumindo que as duas medidas entram em cena, e baseando-nos em que já hoje é difícil competir com equipas inglesas ou espanholas (sobretudo estas) que, pese embora duas realidades distintas, ambas recebem fortunas, é previsível que a maior competitividade interna se ganhe à custa de menos voos internacionais dos nossos designados «grandes».

Tomando a realidade holandesa na qual Frank Rutten - director executivo da Liga holandesa - obviamente defende o formato do campeonato holandês que diz ter aumentado o número de espectadores e ter feito crescer as receitas no futebol daquele país, por outro vemos o director comercial do Ajax Henri van der Aat reclamar dos 4 Milhões/Época impostos ao maior clube holandês que, por sinal, até conta com o reconhecimento mundial a respeito das suas camadas jovens mas, internacionalmente, vem voando baixinho.

Numa semana em que se ouviu falar sem rodeios dos actuais lóbis que agrilhoam o futebol português, é bom indagar se o súbito iluminismo que chega em todas as frentes tem a ver com proactividade, ou se resume à habitual perpetuação de poderes, capaz de reforçar os vértices do losango Controlinveste-PT-ZON-BES.
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7 comentários

  1. É absolutamente extraordinário e deve ser uma enorme coincidência, mais uma no futebol tuga, que quando o Benfica começa as negociações dos direitos de TV se comece a falar nessa treta da negociação colectiva dos direitos de TV, bem como a limitação de estrangeiros somente a internacionais numa altura em que os corruptos andam de calças nas mão e o Benfica está mais forte financeiramente e desportivamente. Serão tudo coincidências certamente...

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  2. O que eu pedia era que me esclarecessem numa coisa: a Liga tem poderes para fazer uma negociação colectiva e obrigar o Benfica a pôr os seus direitos desportivos ao molho? Isso não seria um pouco como obrigar os clubes a negociarem qualquer outro património, terrenos, estruturas ou jogadores, colectivamente, quando isto é propriedade do clube?

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  3. Miguel, eu penso que se for aprovado o Benfica nada poderá fazer... Não sei...

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  4. Utilizando um chavão muito comum, o silêncio dos visados, envolvidos e possivelmente prejudicados com a manutenção do monopólio da Olivedesportos, é ensurdecedor!

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  5. Ouvi atentamente as palavras de António Oliveira e... nada de novo, apenas mais um dado sobre as eleições para a liga e FPF, entra lá quem a Olivesdesportos quer basta ouvir cada candidato para perceber que 1 deles leva as transmisões televisivas a sério!
    Outro dado a ter em conta e "esquecido" por aqui, são as palavras de António Oliveira quando diz que as zangas entre FCP, SLB e SPC é tudo conversa!!! Que dizem a isto??!!

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  6. em vez de dizer asneiras em programas televisivos gostava de ver os administradores da sad do Benfica pronunciarem-se mais sobre este assunto. é que està mais do que visto que a maçonaria porkista em fim de linha faz de tudo para travar o engrandecimento do Benfica usando por isso os métodos mais reles (chantagem e lugares na Liga) e as cumplicidades de loja inseridas nas instituicoes estatais. esses deveriam ser os assuntos prioritarios em defesa dos nossos interesses e nao a auto-celebraçao fecebouquista que permite, talvez, algum prestigio mas enfraquecimento dos inimigos e titulos zero: ontem jà era tarde...

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  7. Isto é somente um estudo da Universidade Católica ("Reflexão estratégica sobre a sustentabilidade do futebol profissional em Portugal")caso queiram ler; http://tinyurl.com/73kzggk

    Nas páginas 18 e 19 aborda-se a negociação colectiva e o desafio que é chegar a algum equilíbrio, isto porque os clubes designados 'grandes' não aceitarão a medida de bom grado. Algo aliás que os próprios candidatos À LPFP já assumiram publicamente.

    O último recurso poderá vir a ser imposição governamental, mas alguém mais entendido neste particular que se pronuncie.

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