Começo este texto afirmando que os meus 50 votos ainda não estão entregues a ninguém.
Por razões morais e de respeito pelo nosso clube e pela sua história, nunca votei nem votarei Luis Filipe Vieira.
Na pior das hipóteses terei que assumir uma "espécie de voto útil" no candidato que, em Outubro, depois de ler todos os programas, ver todos os debates e observar todas as listas, me pareça ser o que defenderá melhor os interesses e o futuro do Sport Lisboa e Benfica.
Dito isto, estou muito atento a todas as candidaturas e ao que andam a fazer.
Luis Filipe Vieira:
A sua preocupação é arrebanhar os situacionistas, os que têm ganho dinheiro consigo no Benfica e arranjar os "Cavanis" da vida para vencer as eleições. Luis Filipe Vieira não tem nada de novo a apresentar ou a dar aos benfiquistas. A sua propaganda também já não resulta.
As ameaças aos sócios nas Casas do Benfica são disso evidência, para quem as desconhecia.
Cheira a fim de regime, felizmente para o Benfica.
Servir o Benfica:
Um movimento muito interessante pela espécie de romantismo que encerra na sua génese, bem como a forma limpa como apresentam as suas ideias e pelo espírito de grupo que se tem observado nas deslocações que já fizeram.
O seu programa é também ele interessante, com muitos pontos em comum com o outro programa que já se conhece. Levantam a questão do número de votos dos sócios bem como a limitação de mandatos. Têm demonstrado preocupação com o voto electrónico, defendendo o voto físico como a opção mais transparente. Quando analisar o programa completo, esmiuçarei mais em pormenor.
Fico com a ideia de que não irão a votos mas que procuram ser uma espécie de charneira para a luta pela democracia no Benfica.
Se estiver a ser injusto na avaliação, não levem a mal, pessoal do Movimento! Estou a gostar muito da vossa postura.
Rui Gomes da Silva:
Tem sido, para mim, a maior surpresa da campanha até agora.
Digo isto porque todos lembramos o Rui Gomes da Silva com cara de mau dos debates, do Dia Seguinte, sempre impiedoso na defesa dos seus pontos de vista. É positivo termos convicções, mas não o é quando o fazemos de forma tão incisiva que não damos espaço aos outros para contraditar.
Mas o Rui Gomes da Silva que se tem visto é um tipo acessível, no Twitter e no Facebook. Nas entrevistas ao Jornal I e ao jornal A Bola, lemos muitas ideias novas que desconhecíamos que preocupassem Rui Gomes da Silva. A sua campanha até agora pela positiva, sem problemas em até fazer referências aos concorrentes, o que também não esperava.
A carta ao Presidente da MAG, que despoletou também iniciativas idênticas das outras listas, foi muito positiva.
A comunicação com os sócios através de videos semanais que respondem a questões dos mesmos tem também revelado uma abertura que não se esperava da parte de Rui Gomes da Silva.
Impressionou-me ter sido o primeiro a lançar um programa completo, abrangente e que toca em quase todos os pontos que afectam o clube e a SAD.
Discordo da questão dos votos corresponderem a 1 voto por cada ano de associado, mas isso é uma questão de opinião.
Positivo a importância de colocar o futebol feminino na SAD, bem como a promoção de algumas modalidades a projecto europeu. Mas assim como com o Movimento Servir o Benfica, reservo-me para um post de análise mais profunda ao programa.
João Noronha Lopes:
Tem sido a maior desilusão da campanha, ao contrário de Rui Gomes da Silva.
Fiquei entusiasmado quando o seu nome foi avançado na imprensa, e quando depois o vi lançar a sua candidatura no CCB. Um gestor com uma imagem que não está ligada a processos judiciais ou a confusões com a justiça é algo sempre de apreciar hoje em dia.
Mas o passar do tempo tem sido mau para Noronha Lopes. Aquele entusiasmo inicial foi substituído por uma desilusão cada vez maior com o vazio de ideias e com os tiros nos pés dados pela própria candidatura.
Primeiro, as críticas ferozes da candidatura e dos seus apoiantes aos novos equipamentos e ao emblema. Isto quando na apresentação da mesma tinham um símbolo monocromático.
Segundo, a trapalhada que foi a apresentação de apoiantes ex-atletas do clube. Apresentam quatro mas afinal eram só dois, pois os outros desmentiram. Na minha terra, uma mentira só tem um nome e não é trapalhada.
Terceiro, as entrevistas aos jornais A Bola e Record. Iguais, sem nada que as distinga e com a particularidade de ler ali as ideias que Rui Gomes da Silva vem defendendo por meses.
Quarto, a dificuldade que Noronha Lopes tem em falar de Domingos Soares de Oliveira. Não augura nada de bom.
Quinto, a cópia que ontem começou a fazer dos vídeos semanais de Rui Gomes da Silva, com a agravante de, assim como Vieira, precisar de ler papéis para comunicar com os sócios.
Uma dica, João Noronha Lopes: o presidente da Assembleia Geral é o verdadeiro provedor dos sócios. É na Assembleia Geral que os sócios precisam de ser protegidos de quem lhes quer apertar o pescoço ou os quer silenciar. Para resolver problemas administrativos, já existe o departamento de sócios.
Sexto, anunciou ao
final da tarde de dia 27 de Agosto que também tinha questionado o presidente da MAG sobre as questões da votação, quando afinal só mandou a carta hoje, datada de hoje. Mais uma vez, reagiu e imitou mais uma iniciativa de Rui Gomes da Silva.
Sétimo, até na apresentação de apoiantes anónimos imitou os apoios anónimos de Bruno Costa Carvalho.
É preocupante que esta candidatura, que tinha tudo para ser um excelente pólo agregador, esteja a seguir um caminho errado. Sem ideias próprias, preocupada em apresentar personalidades como se o Benfica alguma vez tivesse sido construído por notáveis ou vedetas, e com um candidato frágil.
Dá ideia de que João Noronha Lopes não segue uma agenda e ideias próprias, mas sim é uma espécie de eco dos mentores da candidatura. É pena.
Em resumo:
Teremos umas eleições certamente interessantes, capazes de mobilizar os benfiquistas.
Considero fundamental a questão do voto electrónico e a questão dos debates.
Será inconcebível não ter do mesmo lado as 3 candidaturas.
Até Outubro teremos muito que analisar e decisões para tomar.