Quem defende os jogadores e o futebol?

Renato Sanches, Ederson, Lindelof, Nelson Semedo, Gonçalo Guedes, Nélson Oliveira, João Mário, Paulo Oliveira, William Carvalho, Adrien Silva, Ruben Semedo, Gelson Martins, Danilo Pereira, Ruben Neves, André Silva, Rafa, Rui Fonte e tantos outros jogadores… o que têm em comum?

Têm o facto de jogarem no nosso campeonato, terem todos muito valor e merecerem ser valorizados!

É desprezível ver que alguns dos dirigentes (e/ou seus colaboradores) do futebol português preferem destruir que valorizar o próprio campeonato que disputam.

A polémica levantada com os valores da transferência de Renato Sanches e a vergonha que se seguiu no Facebook do Bayern de Munique são o exemplo mais recente do nível baixo que se apoderou ao nível do dirigismo.

Isto não é de agora. Quem tem memória recorda-se, por exemplo, do tempo em que circulou um boato sobre o estado de saúde de Mozer com vista a prejudicar o jogador e o Benfica.

Que futebol é este em que são os dirigentes os principais responsáveis pela má imagem do futebol? Querem gente nos estádios, pagando bilhetes inflacionados, quando na realidade passam os dias, directamente ou não, a denegrir a própria indústria em que estão envolvidos?

Como tenho escrito repetidamente, não há aqui inocentes.

A clubite e o facciosismo impedem alguns de olharem para o seu próprio clube e discernir que os clubes grandes fazem da “intoxicação comunicacional” o seu dia a dia para defenderem, não os interesses dos próprios clubes(na maioria das vezes) mas sim para lançarem cortinas de fumo sob os negócios e comissões que alimentam os empresários e comissionistas.

Aliás, é muito curioso ouvir gente que trabalha nos clubes e paga a peso de ouro vir muitas vezes invocar a sua “condição” de adepto apaixonado ou falar em “amor à camisola” quando participam em programas televisivos. Guedes, Guerra, Inácio, só para mencionar 1 de cada clube, têm tanto de adeptos apaixonados como o Staline tinha de democrata.

A culpa? Os adeptos têm numa primeira linha responsabilidade porque não censuram de forma clara este comportamento.

Mas a maior responsabilidade é de quem está na cúpula do futebol português. Tem como missão zelar pelo superior interesse do nosso futebol, mas na realidade foge dos assuntos polémicos como o vampiro da luz.

Sim, estou a falar de Fernando Gomes e do seu braço direito, Tiago “Cachecol do Porto” Craveiro.

Ao presidente da FPF não se conhece uma intervenção pública que relembre aos dirigentes o seu papel no futebol e que coloque em sentido todos os que não tiverem um comportamento que valorize o futebol e os seus intervenientes.

Isto leva à quase anarquia que se tem vivido em Portugal esta temporada.

Como também já escrevi, em vez de se estar a valorizar a disputa do título até ao último jogo do campeonato, os dias são passados com ataques verbais e inflamação de adeptos uns contra os outros.

Já que os dirigentes não colocam um ponto final nestes comportamentos, espera-se que Fernando Gomes o faça. Se o antigo director financeiro do FC Porto  no tempo do “Apito Dourado” não tem coragem para o fazer, o que vai para lá fazer num novo mandato?

Defendam o futebol e os jogadores que cá estão. São eles que darão valor e reconhecimento ao trabalho que se faz em Portugal.

É a destruir que pretendem valorizar alguma coisa?