Portugal, 16 de Novembro de 2011
Após o empate com o Basileia voltaram as carpideiras do costume, manifestando-se por tudo quanto era sitio, fosse na Internet (os adeptos) fosse na comunicação social (os jornalistas, analistas e notáveis do clube). Li um desabafo num blogue, de alguém que esteve lá e chorou (!?) por não termos conseguido ganhar e apurarmo-nos para a fase seguinte, logo seguido de um apelo à coragem que “vamos conseguir”. Noutros lados li sobre as dúvidas e incertezas que se instalaram nas cabeças e corações dos adeptos e percebi que 10 anos depois, apesar do tal projecto empresarial “ganhador”, tudo continua igual na descrença benfiquista e tudo continua igual na falta de fair-play de sócios e adeptos.
Posso parecer um benfiquista “anormal” porque não sinto o Benfica da maneira que a maioria sente, mas isso não quer dizer que não me importe ou que não queira ganhar muito. Este tipo de sentimento nada tem que ver com a minha antipatia pelos actuais “donos” do clube e SAD, porque já assim era antes. Lembro-me de ir a Espanha no dia seguinte aos 7-0 (não podemos esquecer) de Vigo e levar um boné do Benfica pendurado no lado de dentro do vidro do carro. Tal como nos dias seguintes, pois não o tirei. Podemos escorregar, mas não caímos. É assim que penso, mesmo que durma mal após cada resultado menos bom.
O caso do empate com o Basileia nem é nada disso, pois é um resultado positivo. Por resultado positivo entendo todo o que contribui para a obtenção do objectivo final, que é passar à fase seguinte. Ora se empatamos, tiramos 2 pontos ao nosso concorrente directo e ficamos com vantagem no goal-average. Podia ter sido melhor? Claro que sim, mas o Manchester não terá pensado o mesmo quando empataram 3-3?
No futebol há que saber ganhar, saber perder e saber empatar. Nós no Benfica, queremos ganhar sempre e parece que não percebemos que às vezes isso pode não acontecer, porque os outros também estão ali para jogar. O Basileia tem menos “nome” que o Benfica? Sem sombra de dúvida. Mas não são os nomes que ganham jogos, ma sim as equipas. E o Basileia terá seguramente um bom orçamento, ou não viesse de um país desenvolvido. Com bons orçamentos contratam-se bons jogadores e com bons jogadores mais facilmente se ganha.
Virando o disco para a estatística, com base nos dados da UEFA podemos avaliar a carreira do Benfica nesta Champions de forma mais cerebral, tentando prever os próximos jogos. Assim estamos com uma média de 47% de posse de bola (só em 1 dos 4 jogos, temos mais que o adversário), fazemos 16 faltas e sofremos 11 faltas por jogo, rematamos 12 vezes por jogo (5,5 enquadrados com a baliza), permitimos 8 remates dos adversários por jogo (3 enquadrados com a baliza), obtemos 7,5 cantos e concedemos 3 por jogo, somos apanhados em fora de jogo 2 vezes por jogo contra 5 do adversário. Na disciplina temos 10 cartões amarelos, tantos como os adversários, e 1 vermelho contra 0 dos adversários.
Os números valem o que valem, mas o jogo que tivemos menos posse de bola (39%), em casa com Manchester, foi o que rematamos mais (14). No jogo que fizemos menos remates (7), ganhamos 2-0 ao Basileia, que também foi o jogo em que concedemos mais remates ao adversário (13) e o que fizemos mais faltas (19). No jogo com mais posse de bola (61%), no Otelul, fizemos 13 remates e 14 faltas. O pior desempenho no capítulo dos remates foi em casa com o Basileia, sendo que dos 13 remates, apenas 3 foram enquadrados com a baliza.
Posso salientar que o Basileia em Manchester rematou 13 vezes, tantas como os da casa (!?), tendo 5 remates enquadrados com a baliza, contra 7 do MU. A posse de bola e os cantos foram iguais para cada. Nada mau para os suíços.
Dito isto, que Benfica se pode esperar em Manchester? Desde logo um Benfica vencedor, acreditando no potencial da equipa e na sua capacidade de inventar jogo perante circunstâncias adversas que podemos estimar com base nos dados do Manchester. Assim prevê-se um MU com muita posse de bola, entre 58% e 63%, com poucas faltas cometidas, entre 8 e 11, obrigando-nos a fazer mais faltas que eles (o que tem sido hábito), entre as 14 e as 18, com muitos remates à baliza, entre 11 e 15 (nós deveremos obter entre 7 e 10), sendo enquadrados com a baliza 5 a 8 (nós 3 a 6), entre 3 a 5 cantos contra nós, 1 a 4 a nosso favor.
Uma vitória em Manchester significa o 1º lugar e o coroar da melhor Champions que já fizemos no actual modelo de prova. Assim o espero.
Uma nota de esclarecimento. Publiquei este texto em 16 de Novembro, mas aqui no blogue em particular porque vinha sempre quando outros já terem colocado os seus posts, fui adiando. Até hoje em que vi uma "aberta".
ResponderEliminarOs dados finais não só permitem esperar um jogo mais controlado pelo MU, como também permite aos que não gostam do que eu escrevo, virem aqui pedir-me satisfações. Ressalvo que os valores da estatistica são mais aplicáveis quando não há factores "anormais" a intervir. Como seja o erro de um ou dos dois treinadores ao optarem por soluções que fujam ao senso comum desportivo (como por o David Luiz a defesa lateral na penultima visita a casa do FCP ou, imaginemos, o Matic a ponta de lança, ou o Rooney a médio centro) ou que não existam erros flagrantes de arbitragem ou ainda que não exista um jogador que arranque a melhor exibição da carreira. Por exemplo.
Seja como for, espero um bom desempenho e depois logo se vê se fazemos a festa ou não.
Peço desculpa por alguns erros de português, em particular no 1º parágrafo.
ResponderEliminar...que Benfica se pode esperar em Manchester? Desde logo um Benfica vencedor...
ResponderEliminarE não teria sido mais fácil e apropriado entrar com esse espírito no jogo com o Basileia?
J.Ramalhete
A propósito do grande jogo de amanhã em Manchester, quero recordar para memória futura,uma resposta de um ex-jogador do Benfica a uma pergunta feita por um repórter do jornal A Bola...
ResponderEliminarQuestionado com o Benfica e o encontro de amanhã com o Manchester United, Nuno Gomes foi taxativo: «É um jogo no qual não irei fazer parte por isso não me vou pronunciar».
Para bom entendedor...
Fonte Segura: Jardel central do nosso Benfica em Janeiro sairá para o Vitoria de Guimarães a título definitivo com a vinda de um jogador á troca ( Será N´Dyae ? Será Bruno Teles ? Será outro ? ) ... Além disto tambem sei que um destes jogadores ( David Simão, Nelson Oliveira, Rodrigo Mora ) tem um grande interesse por parte de Rui Vitória para ingressar em Janeiro mas a título de empréstimo!
ResponderEliminar(PENAJ) Acabei de falar ao telefone com um grande amigo benfiquista e confessar que assinava já por baixo por um empate...contudo acredito que é possível ganhar!
ResponderEliminarJARDEU QUE VA E NAO VOLTE
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