CF Estrela da Amadora 1-4 SL Benfica: de bicicleta rumo à vitória

fotografia: sapo

Em deslocação à Reboleira para a 19ª jornada do campeonato o SL Benfica começou por complicar a sua própria vida, mas rapidamente deu à volta à situação e acabou por levar para casa os três pontos graças a uma vitória por 1-4. 

Primeira parte de … mais do mesmo! 

 Onze titular sem grandes surpresas, sendo o regresso de Arthur Cabral à titularidade a única novidade. Roger Schmidt, fiel a si próprio, optou por não fazer grandes mudanças e, para mim, errou logo aqui. A ala esquerda do Benfica com Morato e João Mário é claramente um dos pontos fracos deste Benfica. O brasileiro adaptado à posição de lateral esforça-se para cumprir, mas não está confortável naquela posição. Por outro lado, João Mário não se encontra na sua melhor versão e para piorar a sua situação não tem um colega que o acompanhe e com o qual possa combinar. A partir do momento em que o treinador tem no banco opções bastante válidas para ocupar estas posições, e aqui falo de Álvaro Carreras e David Neres, não consigo entender como é que continua a cair no mesmo erro. 

De um modo geral a primeira parte do conjunto encarnado acabou por ser muito fraquinha graças a uma entrada “a dormir”, com um jogo demasiado lento e sem ideias (mais uma vez). Esta postura apática combinada com o desnorte da equipa quando se vê sem bola acabou por resultar no golo do Estrela da Amadora aos 28 minutos, por Léo Jabá. E novamente o Benfica a sofrer antes de marcar…Nota para Otamendi que não ficou nada bem na abordagem ao lance. E no decorrer do encontro pareceu algo distraído e acabou por cometer vários erros. Não foi das melhores exibições do capitão. 

Contra a corrente de jogo e ainda a despertar o Benfica acabou por chegar ao empate muito graças à qualidade individual dos seus jogadores. Pé esquerdo de Di María a trabalhar bem e a assistir brilhantemente Arthur Cabral que finalizou com uma espetacular bicicleta. À boleia Cabral trouxe Rafa que no minuto a seguir fez o 1-2 com assistência do brasileiro. Dois minutos de pontaria afinada foram o suficiente para deixar o Benfica em vantagem, porém não camuflaram a pobre exibição até ao momento.  

Segunda parte de correções e melhorias.

Errou no onze, acertou nas substituições. Várias vezes critiquei as substituições de Roger Schmidt, mas hoje cabe-me fazer precisamente o contrário. Lançar Florentino (para o lugar de Kokçu) logo no início da segunda parte foi, sem dúvida, uma boa jogada do treinador. O Benfica ganhou um meio campo mais consistente, ficou mais forte, capaz de recuperar mais bolas e pressionar mais alto. Houve uma notória melhoria e um maior controlo por parte dos encarnados. Esta boa entrada no jogo foi prontamente premiada com golo de Otamendi, depois de Arthur ter cabeceado à barra. Destaque para o camisola 9 do Benfica que acabou por estar envolvido nos três golos da equipa. 

1-3 aos 52 minutos trouxeram uma equipa mais tranquila e confortável, a permitir ao treinador dar minutos aos reforços, porém Roger voltou a pecar neste tema, não pelas escolhas que fez, mas sim por ter mexido tarde. A partir daqui o Benfica abrandou, contudo ainda voltou a agitar as redes, já nos minutos finais, com Marcos Leonardo a deixar a sua marca. Três jogos no campeonato, três golos. O jovem brasileiro a mostrar que não está cá para brincar. 

O objetivo de conquistar os três pontos foi cumprido, mas o Benfica continua sem convencer, não pela falta de jogadores com qualidade, mas sim pela forma como se apresenta em campo e pela contínua aposta naqueles que não estão no seu melhor. Schmidt tem homens no banco que já lhe mostraram ser boas soluções e que o treinador alemão não precisa de ter receio de as lançar. 

O homem do jogo: Arthur Cabral.

O início foi complicado e a adaptação não foi nada fácil, mas Arthur tem dado sinais de que tem um bom futebol e que pode vir a ser peça importante no ataque do Benfica. Mérito para o brasileiro que soube dar a volta a essa situação e tem mostrado uma grande vontade em se afirmar. Hoje, frente ao Estrela da Amadora, disse “presente” e cumpriu bem o seu papel. Digamos que jogou e fez jogar ao marcar um golaço de bicicleta e depois ao assistir Rafa para 1-2. Teve ainda tempo para participar também no terceiro golo dos encarnados. Não tenho dúvidas de que um coletivo mais forte pode potenciar ainda mais a qualidade de Arthur.