O criador de promessas compulsivo

Para aqueles que vierem com a conversinha do “contra porque sim”, das agendas escondidas e dos candidatos mistério que se escondem deste lado do teclado de cada vez que se opine em favor de algo que vai contra a norma e os poderes instalados, só digo uma coisa:

Este Redmoon, que hoje poderá escrever em desfavor de Vieira ou de Jesus, e que poderá até irritar profundamente muito dos nossos leitores porque só sabe escrever mal, é o mesmo que escreveu neste blogue o primeiro post a 3 de Maio de 2010, e tem para trás centenas de posts de apoio àqueles que hoje critica, e nessa altura então, já o Redmoon era um grande benfiquista e um tipo fantástico!

Agora, o que algumas pessoas poderão ter dificuldade em perceber mas que na minha cabeça é muito claro, é que se LFV exerceu alguns mandatos sob a bandeira da reestruturação do clube e, como tal, era julgado da minha parte sob esse prisma, estes últimos mandatos foram promovidos como os mandatos das vitórias desportivas, e também aqui, é sob esse prisma que terei de julgá-lo.

E se durante anos, e em virtude disso, aceitei as pouquíssimas vitórias desportivas, como uma consequência inevitável do caminho penoso que o clube tinha de trilhar para chegar onde queria, neste momento, esse discurso dos coitadinhos, para mim, já não cola!

E especialmente nos últimos anos, a única razão que encontro para os sucessivos insucessos desportivos é a gritante incapacidade do presidente de implantar no clube uma política e uma cultura desportiva condizente com a sua gloriosa e longa história, e que traduza em conquistas os rios de dinheiro que têm sido investidos nas suas equipas de futebol.

O Benfica, quando um dia se escrever a história deste período negro da sua vida, terá sido um exemplo crasso de um clube com pergaminhos, pujante financeiramente e onde o dinheiro nunca faltou (à escala nacional evidentemente), com tudo para ganhar , mas que falhou redondamente porque falhou no mais básico, na implantação de uma política desportiva capaz e à medida da sua ambição, tudo coisas para as quais é preciso arte e saber mas que o dinheiro não compra. Para mim, perder assim, custa muito mais e é muito mais humilhante!

Analisar o que é o futebol do Benfica nos dias de hoje daria seguramente para muitos posts. Eu pegaria apenas em 2 ou 3 pontos:

Este Benfica 2013/2014, o tal que segundo os responsáveis do clube teve o ano passado uma época magnífica, e quase quase a ganhar tudo, tem, só no plantel principal, e já depois de todas os empréstimos, todas as despensas e todos os relegados para a equipa B, todos os sérvios, os irmãos, as primas, o argentino com férias pagas no Dubai e a perna que comprámos do Pizzi, apenas e “só”, 12 caras novas!! 12 caras novas num plantel que se dizia já ser quase o melhor do mundo, e do qual nenhuma das estrelas principais saiu! 

Quem ache que é neste caminho de 10-12 caras novas todos os anos que se constrói algo de positivo, que se mantém uma cultura de balneário positiva, se mantém em alta o moral dos jogadores que já estavam e faz a todos sentirem-se úteis e importantes, e se legitima a sua ambição, sugiro-vos que olhem para o Arsenal por exemplo que este ano apenas apresentou Ozil.

Aliás, olhem para as grandes equipas da Europa, aquelas com história e cultura de vitórias, não aquelas que compram sucesso instantâneo! Reparem que a norma é essa, 3-4 caras novas todos os anos, jogadores para posições específicas.

O Benfica, versão 2013/2014, que já tinha Luisão, Garay, Jardel e Roderick, contratou num só ano, Mitrovic, Jardel e Steven Vitória! Para não me alongar muito, e para aqueles que quiserem, leiam este meu post “O regabofe das posições “sete”, “onze” e “nove e meio” na era Jorge Jesus”, para perceberem do que falo.  Não é possível, simplesmente, construir equipas ganhadoras desta forma, pelo menos de forma consistente!

Já aqui escrevi e volto a dizer:
Jorge Jesus tem inúmeros méritos no Benfica dos últimos anos! Mas foi um erro crasso tê-lo mantido! Só LFV (quem mais?) não percebeu isso!

O que restava do elo de identificação entre treinador e jogadores quebrou-se por completo naquela final do Jamor! Não mais os jogadores voltarão a correr esgazelados por aquele líder, especialmente, quando inequivocamente, o sistema de jogo do sofre 4 golos para marcar 5, falhou redondamente e só trouxe aos jogadores desgaste, lágrimas, criticas e sonhos de transferências milionárias desfeitos! 

O constante discurso egocêntrico do treinador quebrou também progressivamente o elo de ligação aos adeptos, que apenas as vitórias desportivas poderiam remediar.

Jorge Jesus ficou e é fácil perceber porquê! É que LFV sabe tão bem como eu, que sem JJ, o que fica naquela SAD em termos de conhecimento futebolístico é um redondo ZERO! UM BIG FAT ZERO AO FIM DE 12 ANOS DE PODER! É obra!!

Jorge Jesus ficou porque, que se lixe para LFV a ausência de títulos, o que LFV precisa é que o entreposto comercial de jogadores em que se tornou o clube, liderado pelo chefe de cozinha Jorge Jesus, continue a produzir 40 ou 50 milhões de mercadoria da boa todos os anos, que sirva para pagar todo o despesismo reinante! 

Mas infelizmente, até aí LFV falhou. Não vendeu por 30 alguns que hoje nem 15 valem. E o moral reinante no plantel é tão baixo, que até isso quase aniquila o surgimento de novos talentos num futuro próximo, porque até para isso, jogarem numa equipa que perde constantemente em nada ajuda ao processo. Ninguém paga 40 milhões por um jogador que só tem selo de derrota!

A juntar a isto, há outras duas coisas que me afastaram ainda mais de Luís Filipe Vieira nos últimos tempos:

1. A suposta venda de Roberto por 8.7 milhões de euros que nunca aconteceu! Para mim, mentiu! 

2. A recusa em debater publicamente nas últimas eleições do clube! Para mim, mostrou o quanto agarrado está àquela cadeira!

A verdade é nua, crua, dura e indesmentível: são 12 anos de demasiados novos ciclos, demasiadas rasuras, demasiadas derrotas, demasiadas humilhações, demasiadas ilusões, demasiados recomeços, demasiados erros, demasiados para o ano é que é!

Até quando meus senhores? Até quando?