Portugal, 9
de Abril de 2013
“Alea jacta est”, os dados estão lançados.
No espaço de 3 dias, a equipa principal do Benfica venceu
o Newcastle por 3-1 e foi a Olhão quebrar um enguiço que durava há 3 épocas
consecutivas, incluindo a época do último título. O plano da equipa foi pois
alcançado com sucesso.
Segue-se nova série de jogos que incluem a 2ª mão do jogo
com o Newcastle, onde podemos apurar-nos para as meias finais de uma competição
europeia pela 2ª vez em quatro anos, e depois a 2ª mão da meia final da Taça de
Portugal contra o Paços de Ferreira que permite algum descanso antes da entrada
na recta final da época. O jogo seguinte contra o SCP só acontecerá no fim-de-semana
o que garante um período mínimo de 6 dias de descanso.
A nossa equipa tem
vindo a ultrapassar os adversários, jogo a jogo, mas continuamos na mesma:
ainda não ganhamos nada, podemos não ganhar nada, como podemos ganhar tudo.
A concentração da equipa e dos adeptos, o tal 12º jogador, deve pois estar no
máximo.
Recuperando os
últimos dois jogos, ficou mais ou menos evidente que a equipa com Cardozo é uma coisa, sem Cardozo é outra. Os 2
primeiros golos marcados contra o Newcastle tiveram a sua marca. No 1º golo, é
dele o forte remate que obriga o guarda-redes a defender mal, aparecendo
Rodrigo com grande sentido de oportunidade, a concretizar. No 2º golo, é ele e
André Almeida que pressionam o defesa esquerdo que vendo a sua frente tapada,
opta pelo passe para o guarda-redes, onde aparece Lima com sentido posicional
apurado, a roubar a bola e concretizar de ângulo algo difícil.
Estes dois golos
são a prova evidente de que no futebol, os
golos são resultado do colectivo embora só um possa meter a bola na baliza.
Mas sem o contributo dos outros, não consegue fazê-lo. No nosso clube, infelizmente,
há uma cultura desportiva que enaltece o
“eusébiozinho” que faz o golo, mas não quem trabalha para criar essa
situação. Depois dispensamos os que trabalham para criar situações de golo e
não percebemos porque razão os nossos heróis afinal não são tanto como se
pensava.
Aliás neste caso
nem foi preciso esperar muito para perceber esta mecânica. Jesus escolheu a
dupla Rodrigo + Lima para Olhão, na minha opinião apenas e só por gestão
física. Cardozo jogara 75 mn contra o Newcastle, Lima 30 mn e Rodrigo 60 mn.
Ora faltando Cardozo o que é que vimos? Mais do mesmo. Na 1ª parte várias
situações de remate à baliza, todas dentro da grande área (já agora este
pormenor é importante), mas nenhum golo e com algumas perdidas que se fosse com
Cardozo, logo provocavam a urticária do costume, aos do costume.
Valeu na 2ª parte
um golo de categoria, de Sálvio, na sequência de jogada de ... contra ataque,
que prova que o 4-4-2 é um modelo muito
ofensivo que por vezes não funciona. Contributo dos dois avançados do Benfica
no 1º golo que decide o jogo? Zero. E no 2º golo? Outro zero. “Ah, mas eles
correm e esforçam-se e até quase fizeram golo. Têm é algum azar...”. O Cardozo
é que não. Quando falha é porque é lento, é porque é “isto e aquilo”...
O nosso Benfica é um clube de peculiaridades. O que incomoda é que não se aprende nada
com os sucessivos erros de análise, prevalecendo sempre as convicções
axiomáticas de cada um.
Vem agora dois
jogos importantes antes da tal mini pausa para o jogo com o SCP. Em casa do
Newcastle vamos ter muitas dificuldades contra o seu futebol atlético e linear.
É desejável que Jesus esqueça o 4-4-2 (cada vez menos losango, pelas
características de Matic) e aposte no 4-2-3-1, reforçando o meio campo para
tentar controlar o ritmo do jogo. Se deixarmos
o Newcastle pegar na bola e obrigar-nos a correr atrás deles, vai ser muito
complicado.
De seguida sai um
mais acessível, pelo resultado da 1ª mão, jogo com o Paços de Ferreira. Do que
tenho observado de Jesus, será um jogo sem facilitismos mas com grande rotação
de plantel. Não me admiraria ver Aimar, Jardel e Roderick na equipa principal.
Compreende-se: contra o SCP iniciamos o ciclo do ataque ao
tudo, ou quase tudo desta época.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPois o quase tudo celebraizado pelo Peseiro e que tanto me faz pensar e me mantem com os pés bem assentes no chão...
ResponderEliminarO curioso disto é que passam os anos, mas mantém-se a tendência. Porque será que quando vemos um clube com boas possibilidades de ganhar vários títulos, se cria uma euforia irracional e injustificada, que acaba por jogar contra a equipa que é enaltecida? A famosa pressão o que é se não isso? A obrigação de gahar o que os outros também querem ganhar?
ResponderEliminarPorque razão jornais e jornalistas enfatizam o que pode ser ganho, mas nunca evidenciam o que pode ser perdido?
Portugal é mesmo um país de tontos? Ou será que isto não é defeito, é feitio que não leva a lado nenhum mas gostamos de repetir?
Eu tenho sempre os pés no chão, e pelo contrário, insurjo-me contra a pressão que os midia em conjunto com os adeptos, criam em cima da equipa. E funcionou tão, mal há 2 anos, na meia final com o Braga ... Todos queriam a final, ninguém perdoou a vitória escassa na Taça da Liga sobre o mesmo Paços de Ferreira que depois, com um empate 3-3 roubou ao FCP a possibilidade de igualarem a melhor época de sempre de um campeão, o Benfica de 1972. E depois a equipa jogou tão pressionada que levou um golo de azar, porque nisto (lembremos o exemplo do SCP) quando os adeptos viram as costas à equipa, corre tudo mal ...
E com esse golo lá se foi a final ...
Mas não aprendemos, somos pouco inteligentes e o que gostamos mesmo é de alinhar os nomes da equipa que joga amanhã, qual a táctica ou a marca de pastilha elástica que JJ vai utilizar, etc.