Uma das minhas intenções principais aqui no blogue, é perceber como é que o Benfica evoluiu nos últimos 14 anos, quais os amigos e os inimigos do clube, e como estes foram mudando de campo ou condicionaram o poder democrático dos sócios do Benfica e por tabela, como condicionaram a gestão do clube que ainda hoje se repercute na perda do domínio futebolístico. A publicação da seguinte colecção de textos, visa tentar perceber alguma coisa desta problemática vasta e complexa. Os comentários que apareçam entre parêntesis e itálico, são da minha autoria e não pretendem desvirtuar o texto original.
O texto que se segue tem como objectivo ajudar a perceber como é que um modesto fiel de armazém de Penafiel se transformou num dos homens mais poderosos do nosso país. (Jorge Fiel, Expresso, 25 de Março de 2005).
Joaquim Oliveira começou a vida a cozinhar, lavar pratos e a servir à mesa na Pensão Roseirinha, em Penafiel. Foi a fazer amigos e influenciar as pessoas que se transformou num magnata do futebol e da Comunicação Social.
Nasceu em Penafiel, a 12 de Fevereiro de 1947, filho de Dona Lucinda, proprietária da Pensão Roseirinha, desprovido de qualquer jeito para o futebol - ao invés do que aconteceria com o seu irmão mais novo, António, que se revelou um predestinado. A prenda dele era outra. Trazia como equipamento de origem aquele sexto sentido que lhe permite adivinhar de que lado do pão está a manteiga.
No restaurante da mãe, cozinhava, servia à mesa e lavava pratos. Foi fiel de armazém antes de a tropa o levar para o Norte de Angola. Gostou dos ares da antiga colónia, onde regressou depois de regressar à vida civil. Tinha 23 anos e já era um popular comerciante de Luanda, dono de uma cervejaria e sapatarias, cómoda situação que teve de abandonar, num apressado retorno à metrópole, quando os três movimentos de libertação de Angola se envolveram numa sangrenta e prolongada guerra civil.
De volta ao Porto, o irmão deu-lhe uma mão, ajuda que ele mais tarde retribuiria, com juros, dando-lhe as duas. Vagabundeou por vários comércios – geriu um bar de “strip-tease” no Porto e uma charcutaria em Lisboa - até se instalar em definitivo na capital e deitar âncora nos negócios do futebol, fundando a Olivedesportos em 1984, a meias com o irmão.
Vinte anos depois é rico (os clubes e SAD’s não), poderoso e tem os vícios correspondentes. Fuma dois ou três charutos cubanos por dia e bebe uísque Old Parr. Habita com a mulher, Irene, uma moradia em Bicesse, que tem as paredes decoradas com uma selecção ecléctica de nomes seguros da arte contemporânea portuguesa (Vieira da Silva, Medina e Pomar). O irmão, António, é obcecado por pintura, sendo o maior coleccionador privado de obras de Júlio Resende. Ele prefere os relógios, de todos os feitios, caros e baratos. É coleccionador compulsivo - tem-nos às centenas.
A não ser que tenha um pequeno-almoço madrugador marcado para as sete da manhã, no Tivoli, com o amigo e banqueiro Ricardo Salgado (presidente do BES) prefere deixar passar a hora de ponta na A5 antes de se aventurar em guiar para o escritório nas Laranjeiras, junto à Loja do Cidadão.
A sua maior especialidade é fazer amigos e cultivar relações, artes em que é um verdadeiro mestre, como se prova pelo facto de ter reunido Santana Lopes e José Sócrates em sua casa, quando fez 57 anos. Mal reparou que o golfe era um desporto magnífico para cultivar relações, não hesitou um segundo em comprar lições e encomendar um saco.
A relação estreita de amizade que mantém com o actual (isto foi escrito em 2005) primeiro-ministro remonta ao tempo em que Sócrates foi encarregado por Guterres da campanha para trazer o Euro 2004 para Portugal. Joaquim, cuja rede de influências no domínio do futebol não conhece fronteiras (o que também explica parcialmente o sucesso do FCP lá fora), deu uma preciosa ajuda nos bastidores, abrindo uma porta aqui, desbloqueando um apoio acolá, numa acção decisiva para a vitória final (os apoios pagam-se e neste caso o Sr.º Joaquim apareceu como “financiador” privado do processo. Não foi por acaso que estava ao lado de Madaíl quando a UEFA tornou pública a decisão de escolher Portugal para organizar o Euro2004 e que a decisão de comprar o grupo Lusomundo foi aprovada sem grandes polémicas, apesar da concentração de meios de comunicação social num só grupo económico). Sócrates não esquecerá nunca esses favores. (continua)
Jorge Fiel?
ResponderEliminarMas não esse um jornalista do J.N. ???
E que em alguns programas a três, lá está ele a defender o seu corruptoso clube?
Em 2005 escrevia ele isso de seu agora patrão? Que grande reviravolta!!!
Se não os podes vencer, faz-te escravo deles!
ResponderEliminar(é mais ou menos assim)
Vejam lá o que o dinheiro é capaz de fazer!
ResponderEliminarConseguir que o Jorge seja Fiel!!!!!!!!!!!!!!
Salvo a honrosa excepção de António Souza Cardoso, no http://bussola.blogs.sapo.pt/ estão lá alguns dos mais mediáticos anti-benfiquistas da média portuguesa !
ResponderEliminarEssa do Lusomundo e bem verdade e conheço bem a historia.
ResponderEliminarEra presidente da PT um tal Horta e Costa.
uma citação do Marinho Neves:
ResponderEliminarOliveira, Paga o que deves porra!!!