É só (não) fazer as contas...

A imprensa espanhola traz hoje a noticia de que o Simão Sabrosa terá já chegado a acordo com o Besiktas por 2,7M€/ano, assim com contas de merceeiro arrisco dizer que não vai ganhar muito mais do que o Aimar ganha no Benfica - 150.000€ limpos por mês dará qualquer coisa muito perto desses 2,7M€/ano.

Lá se vai a teoria que muitos por aí tinham de que o Simão vinha ganhar este mundo e outro. E mais uma nota, o mais bem pago do Besiktas era o Guti, a quem se junta agora o Simão... E com isto lá se vai mais um mito de que Quaresma também teria sido impossível por ter ido ganhar 3,5M€/ano.

Por falar em números, de acordo com uma notícia do Semário SOL, nas SAD dos clubes parece que as contas estão cada vez mais fáceis de fazer, usando a teoria da "chapa ganha, chapa gasta" e correndo atrás dos amigos dos bancos, sempre prontos a ajudar os tolinhos a endividarem-se até não dar mais.

Olhando apenas para os excertos que dizem respeito ao SLBenfica - dado que por mim estou-me cagando para os outros:

"A SAD do Benfica é de longe a mais endividada, com um total de 216,6 ME em empréstimos bancários, o que representa mais do dobro do que os rivais devem à banca em conjunto, dos quais 92,2 ME devem ser liquidados no espaço de um ano.

(...)

A dificuldade que os bancos estão a ter em financiar-se, em consequência da crise, pode dificultar a vida em 2011 aos três 'grandes', que vivem com crónicas dificuldades de tesouraria e têm por hábito contrair novos empréstimos para pagar os que se vão vencendo.

«Além da diminuição da concessão de crédito, a falta de liquidez dos bancos está a levá-los a aumentar os spreads. Neste momento, ninguém se financia a menos de sete ou oito por cento a curto prazo. Sobre 322 ME [NDR GB: é o valor da dívida dos três clubes juntos] são mais de 20 milhões anuais só de juros»

(...)

«Os clubes gastam muito mais do que facturam. Até aqui têm vivido de financiamento, mas essa torneira está a fechar-se e não podem continuar com o mesmo volume de despesas, em especial os salários dos jogadores», defendeu

(...)

«O Sporting é o que está na situação mais difícil, porque tem um endividamento muito grande e capacidade limitada de gerar receitas. O Benfica é de longe o que está mais endividado, mas também consegue produzir muito mais receitas»
(...)

O economista advertiu que à dívida aos bancos é preciso somar a emissão de empréstimos obrigacionistas e os efeitos da política de antecipação de receitas: «É incontornável. Os clubes só podem sobreviver se reduzirem as despesas»."

Diga-se o que se disser sobre a capacidade do SLBenfica em gerar receitas e/ou vender activos, a realidade é que a situação financeira, que serviu de bastião de credibilidade do actual Presidente, está muitíssimo difícil, fruto da conjuntura actual, mas também do incremento desmesurado da despesa, e com tendência a agravar-se. Eu não defendo tanto a contenção das despesas, mas antes a contenção das desepesas mal gastas em investimentos totalmente tóxicos e que jamais trarão retorno desportivo ou financeiro para o Clube.