Pode-se pôr tudo em causa, menos a menina dos olhos dos adeptos

No futebol, um Presidente, mesmo o mais poderoso, o com mais carisma ou com “maior maioria” eleitoral, pode travar guerras com ex ou futuros candidatos, com sócios, dirigentes de outros clubes, blogs, comentadores televisivos ou jornalistas, e continuar a ter do seu lado a massa adepta, mesmo aquela que viva no maior estado de negação, o tal exército que legitima a força de quem se começa a achar maior que o mundo.

Mas nenhum Presidente será capaz de alguma vez ser maior do que a sua equipa de futebol, seja ela uma equipa de Aimares ou de Kings, quando esta, quer ganhe ou perca, deixa sempre a pele em campo e nunca deixa nenhuma gota de suor por transpirar. Essa, a entrega, o brio, o profissionalismo religioso a que os sócios já aceitam que não tem forçosamente de se chamar de mística porque os tempos são outros, os adeptos reconhecem sempre, mesmo nos dias em que até sejam capazes de libertar um assobio quando a bola bate no poste e a sorte lhes é madrasta.

Uma equipa que deixa tudo em campo terá sempre os adeptos do seu lado e será sempre a menina dos seus olhos. Será sempre como um filho a quem por vezes até nos apetece criticar e criticamos, mas a quem não aceitamos que mais ninguém o faça, e muito menos em público e para a humilhar!

Mesmo que vivamos numa era em que o que vende é tricas e conversa de paineleiro e os jogadores quase pareça que não têm importância nenhuma no jogo, alguém com quem até quase dá para tratar como “empregado” ou figuras menores dos clubes como Bruno de Carvalho quer fazer neste momento, quando chega aos Domingos e as bancadas dos Estádios se enchem, serão sempre os Jonas e os Pizzis os verdadeiros heróis das bancadas porque são eles que carregam nos ombros a enorme responsabilidade de serem porta vozes de muitos dos momentos felizes ou infelizes que vivemos em cada fim de semana.

Bruno de Carvalho achou que era já tão ou “mais grande” que o Sporting que até essa luta seria capaz de vencer com os adeptos ainda a aplaudi-lo. Mas enganou-se! Hoje talvez seja o dia em que Bruno de Carvalho caia em si e perceba que sem equipa de futebol ninguém quer saber dele para coisa nenhuma, e que de facto nunca será capaz de ser maior do que um Rui Patrício, um Gelson ou um William, e que até a massa adepta mais cega e mais devota é capaz de acordar do coma, ver a luz e virar-se contra o “Dono” um dia, quando se comete o pecado capital de pôr em causa a honra daqueles que são os verdadeiros heróis e o verdadeiro património dos clubes a seguir aos adeptos.