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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Teoria do Copo de Água: Meio cheio ou meio vazio?

. 3 comentários
Antes de mais gostava de me regozijar pelas recentes declarações de DiMaria e pelas notícias que dão conta que ele terá mostrado pouco entusiasmo na mudança para o City. Não posso desde já deixar de recordar uma quase antevisão desta situação, no meu tópico de ontem: Uma questão de coerência! onde desde a primeira hora disse que o City é pequeno para tamanha qualidade e dimensão do futebol no nosso DiMagia.

Não sou dono da verdade, mas o tempo tem-me vindo a dar razão num conjunto de matérias relevantes para o dia-a-dia do SLBenfica, ainda que no momento em que as apontei tenha sido muito mais fácil acusarem-me de "vendido" e muitas outras coisas.

Olhamos hoje para o Jornal A Bola e acumulam-se as histórias de brincadeiras de benfiquistas com apostas ao golo, à vitória... a reverter em jantaradas, viagens, convívios entre benfiquistas entusiasmados com o Clube. Para quase todos é unânime o factor diferenciador desta realidade: Jorge Jesus.

Podia aqui e agora avançar para um conjunto de questões filosóficas em torno do "e porque não há mais tempo?" ou "onde já estariamos se este tivesse sido o caminho traçado há quatro anos atrás?"... mas não o vou fazer. Chorar sobre o leite derramado não é solução e está à vista de todos que a actual estratégia é a correcta. Luis Filipe Vieira corrigiu o rumo de mais de meia década de insucessos e entende hoje que um esforço financeiro, quiçá arriscando acima de certos limites, numa realidade única como o Benfica, se traduz num enorme proveito futuro, a todos os níveis.

O Presidente apostou e apostou com tudo! Arriscou e arriscou tudo! Os resultados estão à vista... Um Benfica avassalador, uma molde humana determinada e carregada de mística, uma equipa que faz sonhar e anda nas bocas do Mundo pelos melhores motivos.

Está na cabeça de todos o título deste ano e eu não tenho quaisquer dúvidas que o vamos conquistar... e por isso a minha cabeça já está no percurso da Liga Europa este ano e no bilhete para Hamburgo para assistir à final. Temos equipa, treinador e futebol para lá chegar.

Apesar das grandes (em alguns dossiers) diferenças que nos separam, atribuo grande parte deste sucesso ao Presidente Luis Filipe Vieira, pelos motivos que acima apresentei e que acima de tudo se resumem ao elevadíssimo risco assumido. Podia lamentar que tivesse demorado tanto tempo a perceber o caminho... mas prefiro regozijar-me pelo sucesso actual ao invés de lamentar o insucesso passado.

Foram vários anos perdidos em contratações de camiões de jogadores a baixo preço, gastanto possivelmente o mesmo que se gastou este ano em opções mais cirurgicas, mas ainda assim deitando algum dinheiro à rua em jogadores que poderiam ter sido alvo de escolha mais criteriosa como Shaffer, Peixoto ou Patric.

Mas avante camaradas, avante!!! O caminho futuro é risonho e resta-nos desejar que esta estratégia de aposta nos títulos tenha vindo para ficar... e seja cada vez mais afinada de modo a evitar erros passados e presentes.

Posto isto e enquadrado o tema, chegamos agora às palavras de Pedrag Mijatovic que diz agora que Javi Garcia será um médio do Top10 Mundial. Tão bom que é poder dizer isto agora, não?

Depois de ter havido um treinador que acompanha a sua carreira desde o Real Madrid C que o escolheu como "pêndulo" do meio campo de uma equipa que pratica um futebol do mais atractivo que a Europa vê neste momento, é muito fácil vir dizer o melhor de Javi.

E logo vir dizer por parte de alguém que nunca deu ao "futuro Top10" uma aposta de estabilidade e futuro, sobrepondo-se às escolhas galáticas do Real Madrid em prol da qualidade do Javi. Ele na Luz aprimorou-se... mas a qualidade ele já tinha, infelizmente pouco a pôde demostrar (ao ponto de terem sido estranhos os 7M€ dados por ele e hoje comprovados como certeiros).

Lá está, não há formulas certas... mas haverá umas mais certas que outras. Se ao sucesso actual do Benfica podemos agora perguntar onde estaríamos se tivessemos tomado esta opção audaz há três ou quatro anos atrás (copo meio vazio), também poderemos sempre ser conservadores ao ponto de dizer que tal não teria sido possível sem estabilizar outras vertentes (copo meio cheio). Eu mantenho em mim a sensação de "copo meio vazio" e a noção de que esta estratégia teria sido sempre possível num passado recente, evitando um conjunto de inúmeros investimentos deitados à rua.

Javi Garcia e DiMaria, dois dos mais desejados atletas do SLBenfica neste momento, permitem-nos essa abordagem do "copo meio cheio" olhando para verbas na casa dos 30 a 40M€ e olhando para percentagens de rentabilidade do investimento de 3x, 4x ou 8x... mas podemos também olhar para o "copo meio vazio" e querer marcar um período da história do futebol europeu mantendo esses jogadores orientados à maximização do sucesso (Campeões de Portugal e com um percurso de sucesso na Champions) para depois chegarem a nunca menos de um lugar na história também apenas de colossos do futebol (Barcelona, Real, Inter, Milan, ManUtd, Liverpool...).

Novamente, prefiro o "copo meio vazio"... e contínuo (apesar das opções) apostado em manter os nossos craques até final da próxima época.

Porque estamos em Portugal, não poderia deixar terminar este tópico sem vos lançar a "Teoria do Copo de Água" a algo, no mínimo, caracterizador das práticas de subserviência reinantes neste futebol nacional:

É hoje notícia, de pouco destaque como é desejável nestes casos, que a Oliveirense (adversário do FCPorto na próxima eliminatória da Taça de Portugal - próximo sábado, penso) investiu esta semana numa equipa técnica de assistência ao relvado em dedicação "full time", ao qual juntou um investimento superior a 3.000€ em relva para compensar algumas falhas do relvado... mas relva que vem... idêntica à do Estádio do Dragão.

Vamos lá ver se nos entendemos... o próximo adversário do FCPorto, que os vai receber no seu próprio estádio e que jogou no passado dia 15 com o Gil Vicente em casa sem quaisquer preocupações... vai agora investir mais de 3.000€ numa semana (o equivalente se calhar ao ordenado de dois jogadores) apenas para... receber o FCPorto?

E como se não bastasse... o arranjo da relva é precisamente de acordo com a relva utilizada no... Estádio do Dragão?

Querem aqui aplicar a "Teoria do Copo do Água"? Simples...
Se quisermos ver isto pelo lado do copo meio cheio, teremos uma Oliveirense altamente desafogada financeiramente, ao ponto de investir em equipas de técnicos de relva dedicados e relva plantada de acordo com os melhores standards, porque tem interesse em que o jogo decorra num relvado muito bem preparado e que permita aos jogadores tecnicistas da Oliveirense explanarem todo o seu futebol perante o FCPorto.

Se quisermos olhar isto pelo lado do copo meio vazio, como percebem é sempre a minha abordagem, fica absolutamente evidente que o FCPorto em defesa dos seus interesses em perpetuar a sua presença em prova, financiou a Oliveirense no tratamento do seu relvado, de modo a conseguir que estes não sejam sujeitos às dificuldades da relva, que poderiam causar desgaste físico e dificuldades em levar a modesta equipa da Oliveirense de vencida.
Por seu lado a Oliveirense, em tributo por esta atitude benemérita do FCPorto, irá como se espera "abrir as perninhas" e permitir ao esse clube regional assumidamente corrupto (aka CRAC) manter-se em prova sem grande risco ou esforço.

Que merda de futebolzinho corrupto!!!!
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3 comentários

  1. EXCELENTE,EXCELENTE COMO SEMPRE.
    A QUE CONTINUAR A ACREDITAR EM NOS.



    OBTRIGADO

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  2. Excelente prosa.

    É claro como água que até o dinheirinho para os remendos do relvado da Oliveirense, virão de uma tal gaveta, já famosa!!!

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