A primeira já está! O Benfica ultrapassou o Fenerbahçe na
primeira das duas eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões
da UEFA que tinha pela frente. Passou a eliminatória com inteira justiça. Não
só porque era melhor, mas e sobretudo porque mostrou ser melhor. Quase o dobro
dos remates (28 para 15) e dos cantos (10 para 6) nas duas mãos são exemplos
dessa superioridade.
Principais notas que retiro desta eliminatória:
·
Maior segurança na posição de guarda-redes.
·
Defesa sem alterações face à época passada e,
portanto, curta para fazer face às necessidades da fase de grupos da Liga dos
Campeões. Suficiente, contudo, para estes adversários. Continuam a faltar
alternativas nas laterais e aumenta a dependência do Ruben Dias.
·
Gedson afirma-se como o principal reforço da
época. Quando se está disposto a pagar umas dezenas de milhões de euros (entre
salários, prémios de assinatura e valor do passe) na contratação de atletas que
são incógnitas, parece ser muito mais sensato canalizar essas verbas para o
esforço de retenção deste atleta e de outros que sejam importantes para a
equipa.
·
Parece não haver ainda uma solução para a
posição de ponta de lança, em resultado de lesões, de faltas de confiança e
adaptações tardias, de confusões com renovações e, em última instância, do aparente
desnorte da liderança na preparação do plantel para esta época.
·
Rui Vitória parece ter consciência da
importância do acesso à fase de grupos da competição, atendendo à forma efusiva
como celebrou no final do jogo de Istambul. É um sinal positivo.
O próximo adversário é o PAOK. O valor de mercado do plantel
do PAOK, de acordo com o site Transfermarkt, ascende a 54,5 milhões de euros
(quase cinco vezes inferior ao valor de mercado do plantel do Benfica). Foi
campeão grego duas vezes (a última das quais há 33 anos) e conquistou a taça da
Grécia por seis vezes. Em termos de historial é o equivalente a um Boavista ou
a um Guimarães no contexto competitivo do futebol grego. O PAOK ocupava a 49ª
posição no ranking da UEFA no final de maio de 2018. Trata-se de um clube que
está muito distante dos colossos do futebol mundial. Consequentemente,
espera-se que o Benfica ultrapasse também este adversário e, dessa forma, tenha
acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA.
Atendendo ao histórico de resultados na UEFA entre clubes
com caraterísticas semelhantes, estimo a seguinte distribuição de resultados
para os jogos entre o Benfica e o PAOK:
Se o desfecho da próxima eliminatória for o que se espera, o
Benfica terá um aumento direto (e sem custos associados) nas suas receitas na
ordem dos 31 milhões de euros. Não se antecipam aumentos significativos nos
custos face aos valores atuais, pelo que este incremento nas receitas irá
traduzir-se diretamente num excedente de tesouraria de montante equivalente.
São 31 milhões de euros a mais!
Não espero outra coisa que não seja o investimento deste
montante no reforço da capacidade competitiva do plantel. Já era inaceitável a
alienação do passe de algum atleta fundamental para a equipa (por exemplo,
Ruben Dias). Neste contexto será um ato de gestão danosa.
Alcançar o sucesso desportivo com honra e glória é o
principal objetivo do Benfica. Fazer tudo para atingir este objetivo é o dever
da liderança do Benfica.
Os montantes adicionais que, conforme se espera, o
Benfica irá receber pela participação na fase de grupos da Liga dos Campeões
terão de ser prioritariamente canalizados para o esforço de concretização deste
objetivo. Não para a redução obstinada de passivo, estratégia que, no curto
prazo, inviabilizará o crescimento do clube.
Também não deverão ser canalizados
para projetos megalómanos de construção de infraestruturas cujo contributo para
a concretização do referido objetivo é nulo ou bastante reduzido (embora possam
ser muito interessantes para as entidades às quais tais projetos sejam
adjudicados).
Espero sinceramente que esta oportunidade seja aproveitada
para o Benfica dar um passo rumo ao seu desígnio de se tornar O MAIOR E O MELHOR
CLUBE DO MUNDO.