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sexta-feira, 30 de junho de 2017

"A Baliza de Preud´Homme" - por Karadas.

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Texto da autoria do nosso novo colega de blogue Karadas:

"Após o meu último (e primeiro) post, verifiquei que a preocupação da maior parte dos benfiquistas que comentaram não se prendia com a posição de central, mas sim com a baliza e as laterais. 

Quanto à baliza tenho a convicção que estamos bem-servidos a curto prazo, pessoalmente considero Júlio César o 3º melhor guarda-redes do Benfica nos últimos 20 anos, apenas superado por Oblak e Ederson respetivamente. 

Por outro lado, a contestação à iminente compra de André Moreira, que é para mim um verdadeiro tiro no escuro, é mais do que justificada ainda mais quando há a solução Bruno Varela que veio de uma boa época, com excelentes exibições contra os Grandes. 

Aliás este Verão está a ser marcado por vermos jogadores com ligação ao Benfica que saíram do país (F.Cardoso e Bruno Gaspar), quando podiam ter sido elementos úteis na composição do plantel.

No mercado internacional Kritsyuk, ex-Braga, aos 26 anos é um guarda-redes que me agrada de sobremaneira e a época que protagonizou em Portugal mostrou a mais-valia que JÁ É! 

Ao passo que André Moreira, vindo de onde vem, deverá representar um custo semelhante pelo que poderá vir a ser..

PS.1: O meu último post queria mostrar que tínhamos um setor central com debilidades, o que ficou patente na última Champions (e ainda tínhamos Lindelof), o Quadro Atual de Centrais do Benfica tem qualidade suficiente para a exigência interna, quando apanha-mos um Nápoles é que a “porca torce o rabo”.

PS.2: Visto que nos comentários o nome Karadas foi bem acolhido irei assinar os textos com esse nome. 

Quanto ao Coentrão, como se diz no teatro: Muita merda!/ Brake a leg !"

Temporada 2017/2018 arranca! O que espera do SL Benfica?

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Imagem: Jornal Record

O que será para si uma boa temporada?

Peço que comentem esquecendo a parte das intrigas e tricas fora de campo.

Vamos focar-nos na parte desportiva.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Fora de campo: o tempo da falta de vergonha.

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João Soares em Abril de 2016 prometeu “salutares bofetadas” aos cronistas do “Público” Augusto M.Seabra e Vasco Pulido Valente na página do Facebook.

Logo no mesmo dia o primeiro ministro veio pedir desculpas e disse que os ministros, "nem à mesa do café podem deixar de se lembrar que são membros do Governo".

O PSD requereu a audição parlamentar de João Soares por considerar que as declarações colocavam em causa o princípio da Liberdade de Expressão. Consideraram as palavras de João Soares inqualificáveis.

Foram um sem número de declarações indignadas a pedir a sua “cabeça”.

João Soares no dia a seguir foi forçado a demitir-se.

Em julho de 2009 o ministro Manuel Pinho fez um gesto a imitar cornos na direcção da oposição a imitar cornos e foi forçado a demitir-se.

Dois episódios de mau gosto(mas apenas isso!) que resultaram em muita indignação e demissões dos próprios forçadas pelos primeiro ministros.

No entanto, parece que em Portugal só há razões para alguém se demitir quando não envolve nada de grave ou quando ainda havia alguma vergonha na cara por parte dos vários políticos.

Morreram em condições trágicas 64 pessoas em Pedrogão Grande com inúmeras falhas de coordenação e que foram decisivas em enviar para a morte a maior parte delas. Mas não há razão para ninguém das várias Autoridades até à Ministra da Administração ou ao Ministro da Agricultura se demitir.

Dois paióis militares são assaltados em que são roubadas granadas de mão e munições. O ministro da Defesa declara: “Evidentemente é um facto grave, não vale a pena estar a desvalorizar esse facto. É sempre grave quando instalações militares são objeto de ação criminosa tendente ao furto justamente de material militar”, para mais quando “não foi roubada uma pistola, não foram roubadas duas, foram roubadas granadas”, disse Azeredo Lopes.” Mas não chega para se demitir.

Dois carregadores e 18 munições de 9 milímetros por cada pistola também desapareceram do arsenal existente na direção nacional da PSP. A ministra da Administração Interna declara: “O que aconteceu, naturalmente que é grave, não vou escamotear isso. Agora temos é que deixar correr esta inspeção, porque ela vai trazer seguramente mais resultados, poderemos aprender com as lições e tomar medidas que eu não excluo que tenham de ser estendidas não só à PSP mas a todas as forças de segurança", referiu Constança Urbano de Sousa.” Mas também não chegou para se demitir.

Aliás, Azeredo Lopes e Constança Urbano de Sousa até partilham o mesmo tipo de argumento(alguns chamariam isso de cartilha):

- “Evidentemente é um facto grave, não vale a pena estar a desvalorizar esse facto.”, diz um.

- “O que aconteceu, naturalmente que é grave, não vou escamotear isso.”, diz o outro.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Rocha Andrade viajou para o Europeu de França à conta da GALP, empresa que mantinha com o Estado um diferendo fiscal no valor de 150 Milhões de euros e cuja resolução envolvia o próprio Rocha Andrade. 

O gabinete do ministro das Finanças comentou, a propósito de Rocha Andrade: “O secretário de Estado encara com naturalidade, e dentro da adequação social, a aceitação deste tipo de convite – no caso, um convite de um patrocinador da selecção para assistir a um jogo da selecção nacional de futebol”. Durante meses a imprensa foi dizendo que Rocha Andrade se demitiria em Janeiro de 2017 mas…não demitiu.

Em 2001 morrem 59 pessoas na queda de uma ponte em Entre-os-Rios. Jorge Coelho, então ministro das Obras Públicas, assumiu as suas responsabilidades e demitiu-se.

Em 1993 morrem 25 pessoas intoxicadas com alumínio por avaria no sistema de tratamento de águas na unidade de hemodiálise do Hospital de Évora.

Carlos Borrego, então ministro do Ambiente, foi forçado a demitir-se pouco tempo depois por contar a seguinte anedota: "Sabem o que é que no Alentejo - em Évora melhor dizendo - fazem aos cadáveres das pessoas que morreram ultimamente? Levaram-nos para reciclar, para aproveitar o alumínio".

Estamos a viver um tempo em que a principal prioridade dos políticos nos dias a seguir ao que se passou em Pedrogão foi mandar fazer inquéritos públicos sobre o impacto do que aconteceu na imagem do Governo e dos partidos da oposição.

Inventam-se suicídios, inventam-se em poucas horas trovoadas secas como verdades absolutas, e deixam-se passar os dias. 

Responsabilidades? Bem, tem que se exigir é responsabilidades ao Salvador Sobral pela piada do peido. Isso é que é grave…

Nota: Quem não quiser comentar ou sequer gostar do assunto do post é livre de não comentar ou não gostar. Escusa é de vir comentar que o NGB só serve para falar de desporto...

"COMO DEVEMOS SAIR ONDE PREFEREM TER COMENTADORES DO PORTO E DO SPORTING A INSULTAR OS BENFIQUISTAS DO QUE PESSOAS DO BENFICA A … DEFENDER O BENFICA." - Por Rui Gomes da Silva

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Artigo final de Rui Gomes da Silva como colunista de opinião no jornal "A Bola":

"N – 1

(OU COMO DEVEMOS SAIR ONDE PREFEREM TER COMENTADORES DO PORTO E DO SPORTING A INSULTAR OS BENFIQUISTAS DO QUE PESSOAS DO BENFICA A … DEFENDER O BENFICA)

N – 1
No princípio de 1995, Aníbal Cavaco Silva, então Primeiro Ministro de Portugal, quase a completar 10 anos nessas funções (ele que … “nunca foi politico” e que passou os 10 anos seguintes a condicionar tudo e todos para poder ser Presidente da República, onde esteve mais 10 anos … embora – repita-se – … “nunca tenha sido político”), anunciou a sua saída de Presidente do PSD, não se recandidatando a essas funções, no Congresso que estava já convocado para o mês seguinte.

E, deixando o PSD como deixou, nos dias seguintes à sua decisão explicou, “urbi et orbe” as motivações da sua saída.

De entre todas as explicações, houve uma que me tocou – a mim, Deputado da então maioria, desde 1987, cargo esse que … apoiando o Governo, sendo Ministro de um deles ou na oposição … haveria de exercer até 2009 – de forma especial.

Poucos se lembrarão, até porque essa parte de uma entrevista a Cavaco Silva é pouco (ou muito pouco) recordada, mas ele explicou que a razão principal da sua saída foi ter percebido que, se nas eleições que se realizariam em outubro, ainda tinha condições para ganhar, … já não as teria no ato eleitoral seguinte.

E, assim, teria decidido sair no momento anterior àquele em que seria obrigado a fazê-lo.

Era o que designou da teoria N – 1.

Ouvi e – para além de muitas coisas em que me identifiquei com Cavaco … e com algumas em que me sentia nos antípodas do que ele pensava e fazia – não deixei de concordar com esse princípio de vida em democracia.

Devemos sempre deixar os sítios (ou os cargos) de onde seremos obrigados a sair (não interessam agora as causas nem as razões, porque isso é … outra conversa) no momento anterior em que obrigatoriamente o teríamos de fazer.

Claro que as razões dessas saída poderão ir desde acharmos que não ganhamos as eleições a seguir às próximas (como seria este o caso), de sermos obrigados a sair porque no mandato seguinte deixaremos de ter condições para, em consciência, desempenharmos o cargo para que seriamos eleitos sem violentarmos os nossos valores e os nossos princípios, até à avaliação que fizermos de, se lá continuarmos, a vida se poder encarregar de não deixar que se lembrem de nós como vencedores mas, antes, como vencidos!

Ou seja, N – 1.

Confesso que devo muito – como todos os portugueses – a Cavaco Silva.

Mesmo os que, depois, se desiludiram com ele (e, por maioria de razão, os que nunca se entusiasmaram com a sua liderança).

Mas devo-lhe a teorização deste princípio universal que sempre tive como certo: sair dos sítios antes de nos fazerem sentir a mais!

N – 1 … NA BOLA

Este é – se for publicado – o meu artigo 99 em “A Bola”.

Como – anteriormente, nos anos 90 – já havia escrito em “O Jogo” e no “Record”.

O 99º, desde o dia 13 de agosto de 2015.

Fazendo, dessa forma, o pleno dos jornais desportivos (embora, com toda a franqueza, não sei se daqui a 20 anos … os jornais serão tão relevantes … ou existam, mesmo, como há … 20 anos).

Mas isso são previsões para outros momentos, que não os de despedida.

Em 13 de agosto, era o Benfica bicampeão nacional!

Em 28 de junho – hoje, portanto – o Benfica é tetracampeão nacional.

Com todas as condições para ser … penta!

Por mim, chegou o momento N – 1, em “A Bola”.

Com um agradecimento público, sincero e muito sentido, a 4 pessoas que gostaria de nomear.

Ao Vitor Serpa, pela responsabilidade formal do convite e pela simpatia com que sempre me tratou, a mim, simples “opinador”, ele, um velho monstro sagrado do jornalismo desportivo, … apesar de não ser … do Benfica!

Ao Paulo Cardoso, administrador da empresa proprietária do jornal, velho novo (ou novo velho??) amigo, com quem me cruzo … muitas vezes, nos almoços, no … “Sinal Vermelho”!

O mesmo “Sinal Vermelho” onde me cruzo com o Dr. Arga e Lima, proprietário de “A Bola” e legítimo portador das bandeiras de quem fundou e imaginou o jornal como grande referência da imprensa desportiva nacional, “herdeiro” não só da propriedade, mas, também da superioridade moral e intelectual de quem sabe que há coisas que … se têm ou nunca se terão (e ele tem)!

E, por último, ao José Manuel Delgado, grande amigo dos tempos da Faculdade, em que discutíamos tanto futebol que … passamos a ser amigos para a vida.

Para a vida, independentemente de tudo.

E o tudo significa nunca termos deixado de perceber o papel que cada um desempenhava, o que cada um podia contar, ou, mesmo, o que cada um poderia contar … depois de ter ouvido … muito mais do que que poderia ser contado.

É assim a vida!

Como em tudo, … também na Bola, … N – 1.

E se há “lugares” de onde saímos, por causa do N- 1, para voltarmos, … há outros de onde saimos porque já não queremos lá estar!

Com a perceção certa do eu, no tempo e no espaço, … onde deveremos estar!

É isso a vida!

Conhecendo o nosso mundo (onde somos atores e guionistas) e … as nossas convicções.

Porque, mais do que nós e as nossas circunstâncias, … devemos ser nós e os nosos valores!

Para que, com isso, o tempo volte a ser (todo) nosso!

N – 1 … ANTES DO 100

N – 1 … antes do 100, antes do penta, antes de …

Obrigado aos meus (em termos deste jornal, obviamente) … 4 cavaleiros do Apocalipse (no bom sentido, claro)!

Obrigado a todos os que me … criticaram e – também – a todos os que me … ajudaram!

Mas o maior obrigado, claro, para todos os que … leram!

Obrigado a “A Bola”!

Até … sempre!"

Caso dos Emails: As perguntas a que importa responder

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1. Alguém acredita que o futebol português é limpo e isento?
Claro que não, obviamente, mas não é de agora, num país em que a corrupção e os jogos de poder imperam em tantos setores da sociedade. É o futebol diferente? A resposta é óbvia, só não manda quem não consegue mandar mas, todos lutam pelo poder! E quem quer jogar em industrias marcadas por jogadas menos claras desde sempre, tem seguramente a consciência de que o lema é matar ou morrer.


2. “Mais importante do que contratar bons jogadores é garantir os lugares na Liga”, frase proferida por LFV em 2003 teve a conotação usada por Portistas e Sportinguistas ao longo dos últimos anos?
Na minha opinião não. É preciso lembrar o que era o futebol português em 2003 e contextualizar essa frase. LFV disse numa frase infeliz o óbvio e o que se sabia há anos: “Não adiantava contratar bons jogadores para o Benfica porque o campeão decidia-se nos bastidores.” Mas quem mandava na altura não era o Benfica, isso que fique claro.


3. Deve um Benfiquista condenar o teor de alguns emails que vieram a público?
Deve, evidentemente. E se não condenar está a agir agora exatamente da mesma forma que agiram adeptos de outros clubes, acusados em outros tempos de coisas diferentes. O Porto recebeu árbitros em casa? Sim recebeu, segundo os portistas para conselhos matrimoniais! Desculpas há sempre, e independentemente da concretização no terreno dos indícios que emails ou árbitros em casas de presidentes sugerem, há coisas que simplesmente não deveriam acontecer, e o teor de alguns emails é um desses casos.


4. Deve o Benfica discutir em praça pública o teor de alguns emails tornados públicos?
Na minha opinião deve, mais tarde, SE E SÓ SE os casos forem analisados pelo ministério público mas não houver condenação devido aos emails não poderem ser considerados como prova. Isto levaria o caso para contornos semelhantes ao apito dourado, deixando sempre a sombra de que o Porto se salvou, não devido a não ter cometido os atos que as escutas sugerem, mas ao facto de essas escutas não poderem ser utilizadas como prova. Nesse caso, o Benfica deveria tomar a iniciativa de se explicar, mostrar e contextualizar para que não fiquem dúvidas quanto à sua inocência.


5. Luís Filipe Vieira já deveria ter falado?
LFV está de mãos atadas quando a revelação dos emails é feita aos bocadinhos de cada vez a cada semana. LFV não pode estar a falar todas as semanas, e LFV não sabe que revelações surgirão na semana seguinte. LFV tem estado na expetativa, o que se compreende.


6. O Benfica deve estar preocupado?
Se cometeu atos ilícitos, claro que deve. Se não cometeu, não deve evidentemente. Ainda assim, uma nota: Neste mar de desinformação descansa-me de certa maneira saber que alguém teve acesso a milhares de emails do Benfica e que o mais grave que apareceu até agora foi aquilo que foi tornado público. Se “aquilo é tudo”, então quem acusa está muito mal, especialmente quando nada “daquilo” que os emails sugerem se concretizou na prática, podendo levar-nos a uma de três conclusões:

6.1 O que veio a público está descontextualizado;
6.2 O que veio a público é falso;
6.3 O Benfica de fato quer mandar, mas prova-se que o Benfica não manda nada;


7. O caso do Bruxo é para levar a sério?
O caso do bruxo é sintomático de como as pessoas do futebol em Portugal tratam a indústria futebol tão mal. No máximo, o caso do Bruxo dá para rir um bocadinho, mas nada mais que isso.

O caso do Bruxo é apenas a devassa da vida privada das pessoas, não mais grave nem nada diferente de quem leva a Nossa Senhora do Caravágio para o balneário da Seleção Nacional, de quem acende velinhas em casa, de quem entra em campo sempre com o pé direito, de quem vai visitar o Papa antes de uma final europeia ou simplesmente reza a Deus, ato sem sentido nenhum para qualquer ateu. Mas mais caricato é a acusação vir de quem já teve um Zandinga.


8. Há clubes inocentes no meio disto tudo?
Essa é a questão! Não há inocentes! E o Benfica também não é inocente, e os Benfiquistas têm de estar conscientes disso mas...
Os Portistas, esses, não são seguramente inocentes, e os Sportinguistas, os paladinos da verdade Desportiva, também têm coisas bem mais graves se calhar para explicar...

8.1. Quem coloca dinheiro na conta de um árbitro, pode, de facto, não estar a corromper o árbitro mas...

Tivesse o árbitro aceite o dinheiro, não estaria esse árbitro condicionado e propicio a ser chantageado daí em diante? Qual era o objetivo do depósito? Não era chantagear nos jogos seguintes, em virtude do dinheiro que recebera indevidamente na sua conta?

8.2. Tivesse surgido um email de Luís Filipe Vieira a dizer que desde África e sozinho, conseguiu eleger um dirigente e destituir outro (Vitor Pereira), como disse Bruno de Carvalho na conversa com os jornalistas, não estaríamos a falar do email mais grave que se tinha apanhado proveniente do Benfica?


9. Este caso dos emails deve servir para alguma coisa?
Deve. Deve servir para se perceber que tem de se tornar o futebol mais claro, e para se perceber que o poder em Portugal e os órgãos de decisão devem estar o mais longe possível dos clubes. Há MUITA coisa que tem de mudar. E as pessoas devem perceber que o futebol em Portugal joga-se nos bastidores porque os órgãos de decisão são fracos e manipuláveis e permanentemente devedores de favores aos clubes que os apoiam.

Costumo dar um exemplo: Os portugueses em Portugal subornam os polícias quando são apanhados bêbados porquê? Resposta: Porque podem e porque muitas vezes resulta.

Em Inglaterra pagam a multinha sem ai nem ui, garanto, e sabem porquê? Porque se tentarem oferecer a notinha, apanham a dobrar!

E o mesmo se pode dizer de um Presidente que é condenado em Portugal e continua a falar todos os dias... garantido seria que se fosse condenado pela UEFA cumpriria o seu castigo obediente e sem pestanejar!



A estatística a favor de LFV: Vender assim que cheira a dinheiro grosso

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Numa altura em que surgem rumores de que Gonçalo Guedes estará de saída do PSG para um possível empréstimo, rumor que se junta a um outro de que Renato Sanches estará de saída do Bayern, possivelmente até de forma definitiva, duas leituras são possíveis:

1. A primeira é a de acreditarmos que nem Gonçalo nem Renato serão alguma vez esses jogadores extraordinários que um dia se imaginou que pudessem vir a ser, e nesse caso o Benfica foi inteligente, vendendo-os possivelmente no pico do seu valor comercial.

2. A segunda vai um pouco ao encontro daquilo que sempre defendi, de que jogadores jovens como o Renato e o Guedes precisavam de mais tempo de Benfica para saírem da Luz mais jogadores e com mais maturidade, beneficiando com isso o Benfica (tendo-os mais tempo) mas também os jogadores ao saírem mais preparados para enfrentar exigências maiores.

O caso do Guedes é um caso flagrante, que a mim só surpreenderia era se ele tivesse chegado a Paris e se tivesse imposto imediatamente.

O Guedes da época 2015/2016 foi um Guedes que começou com alguma moral e algum espaço na equipa, mas a quem raramente as coisas saíram bem, e rapidamente se percebeu que jogava sem confiança e muitas vezes com os olhos permanentemente no chão.

O Guedes de 2016/2017 começou também sem espaço nenhum na equipa mas, beneficiando das lesões dos “três titulares” da frente, foi chamado ao onze, continuando a ser um jogador irregular mas revelando aqui e ali fogachos do grande jogador que poderia vir a ser.

Mas quando Guedes estava em período ascendente e até como grande figura do Benfica do momento, foi novamente relegado para o banco de suplentes em detrimento de Jonas, Mitroglou e Jimenez, entretanto recuperados...

Ora, a lógica diz que quem no Benfica ainda está longe de ser um jogador maduro, e que quando está bem no Benfica perde o seu lugar para Mitroglou, Jonas e Jimenez, não vai certamente chegar a Paris e a um clube milionário como o PSG e impor-se a Cavanis, Di Marias, Draxlers e outros, para mais quando se percebe que psicologicamente o Guedes não era ainda um jogador forte.

E de Renato, pois, dá pena ver como um jogador tão promissor há um ano atrás, até agora nos SUB-21 foi um jogador em sub-rendimento. Está sem confiança, o que não surpreende diga-se, tal como é importante não esquecer que continua a ter apenas 19 anos e lidar com estas coisas da pressão da bola e do valor que se pagou por ele não deve ser fácil, juntando ao facto de ter saído da Luz com apenas 24 jogos de equipa A, muito pouco na minha opinião para um jogador que quer chegar a um colosso como o Bayern e impor-se.

A minha dúvida aqui persiste:

Fez o Benfica dois excelentes negócios porque os jogadores nunca mais valerão o que o Benfica recebeu por eles, ou fez o Benfica o negócio possível movido pela necessidade de encaixe financeiro imediato, prejudicando ainda assim a equipa que perdeu dois jogadores que poderiam ter ficado mais um ano ou dois colhendo com isso o Benfica benefícios desportivos e mais tarde os financeiros, e prejudicando também os jogadores que, percebe-se hoje, no plano de carreira saíram do Benfica cedo demais?

Fica a dúvida para discussão, tal como fica a minha dúvida sobre o que pensarão os jogadores nesta altura: Preferiam ter ficado mais um ano na Luz e saído com outra bagagem para enfrentar o resto da carreira, ou estão felizes ainda assim por terem saído quando saíram, porque os benefícios financeiros que colheram se sobrepõe a qualquer oscilação na carreira que possam ter?

E a este tópico gostaria de juntar um outro, a título de curiosidade:

Das vendas milionárias do Benfica dos últimos anos, e já excluindo Renato e Guedes, quer Rodrigo, quer Enzo Peres, quer Gaitan, quer Markovic foram de certa forma “flops” para os clubes que os contrataram.

Salvaram-se Oblak, embora este tenha saído “apenas” por 16 milhões de euros e na situação em que foi, e André Gomes que também “só” saiu por 15 milhões, que conseguiu dar um salto milionário para o Barcelona, e ainda assim deixar muita gente a questionar-se como é que um “cepo” daqueles (para alguns) consegue chegar ao Barcelona e ser titular da seleção nacional.

A última grande venda do Benfica que chegou ao clube destino e se impôs como grande jogador que era foi... Matic, e já lá vão uns anos...

Há ainda, claro, Bernardo e Cancelo, mas estes são casos diferentes, o Bernardo por exemplo foi para o local perfeito e para o treinador perfeito para poder crescer, mas é engraçado constatar que se calhar os jogadores mais promissores a sair do Benfica nos últimos anos, nunca tiveram espaço no Benfica A.


Bem, mas pode-se continuar:
As duas vendas milionárias do Sporting, João Mário e Slimani, também estão bem longe de se terem afirmado como jogadores de topo tendo em conta o que se pagou por eles.

E se falarmos do Porto e de Jackson Martinez, Danilo, Magala e Fernando, estamos a falar de outros “flops”, tendo do Porto afirmado-se a um nível mais alto Alex Sandro e Ottamendi.


Em suma, em Portugal vende-se de facto muito bem, quase sempre por muito dinheiro, e são muito poucos os jogadores a sair de Portugal por verbas astronómicas e que voltem a valer mais tarde aquilo que em Portugal se recebeu por eles...


Eventualmente, a estatística joga de facto a favor daquilo que Luís Filipe Vieira tem feito quase sempre: Vender assim que cheira a dinheiro grosso... 

A não venda de Nélson Oliveira quando tanto prometia foi uma lição.



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