O Benfica by GB considerou no seu post que os benfiquistas, ou pelo menos todos os que assobiaram no estádio e que criticaram ontem a equipa(nos quais me incluo), foram injustos e tiveram memória curta.
Compreendo o que escreveu e concordo em certa medida com o facto de que não se pode dizer que a equipa não joga nada. Pelo menos, eu não o digo. A reacção ao golo foi estupenda e notou-se o enfoque em conseguir dar a volta ao resultado negativo.
Mas o que também é indesmentível é que depois do segundo golo…acabou. O Benfica nunca foi capaz de matar o jogo com o terceiro golo. E portanto, é natural que todos estivessem insatisfeitos e preocupados com um possível golo do Setúbal num lance fortuito.
A questão do Eliseu e do Pizzi é fácil de analisar.
O Pizzi é um jogador limitado. Bom para o nível do campeonato português mas curto para as exigências de um clube como o Benfica. Ontem o Pizzi deu um festival de passes falhados. Foi mais um. Já com o Bayern tinha sido substituído aos 58 minutos pois estava a ser claramente o pior em campo. Por isso até dizer que ele estava cansado, sendo que foram muitos os jogos na primeira fase da temporada que não foi utilizado com frequência, é inventar desculpas.
A boa vontade e empenho de um jogador de Pizzi ou Eliseu só não chegam. Para vestir a camisola do Benfica e ser um jogador titular, há que estar preparado para a exigência e para estar à altura dos momentos de pressão, que são muitos. Para serem titulares têm que cumprir com o seu papel sem erros comprometedores.
O Eliseu tem a sorte de ter um Fejsa ou um Samaris que inúmeras vezes têm limpo as suas faltas de concentração ou posicionamento deficiente. Até mesmo Jardel, que não é um jogador de topo, tem tido a consciência das suas limitações e tem procurado evitar cair em situações que as possam aproveitar. Também Jardel tem sido um pai para Eliseu.
Isto não quer dizer que Pizzi, Eliseu ou quaisquer outros jogadores são os “cristos” de todos os erros da equipa. A equipa ganha toda e perde toda. Com equipa técnica incluída. Mas há erros que se pagam caros.
Ontem o erro final de Pizzi poderia ter custado…O CAMPEONATO. Têm essa consciência? Ou preferem colocar paninhos quentes até ao próximo erro?
Já agora, é extraordinário ler desculpas e mais desculpas para jogadores já com carreira, experiência e maturidade e que até em Espanha já jogaram como Pizzi e Eliseu, mas depois serem implacáveis para exibições menos conseguidas de Renato Sanches,Nelson Semedo ou André Almeida.
Já que se fala de memória, então lembrar-se-ão que quando tudo falhava e parecia que a equipa e a temporada seriam um desastre, foram os miúdos que aguentaram a equipa juntamente com os avançados que já valem quase 50 golos juntos.
Foi Nelson Semedo até à lesão e depois André Almeida que fizeram esquecer por completo o mercenário que rumou ao norte.
Foi Lindelof que mostrou que os líderes serão sempre líderes não importa a idade. Ele é o claro líder da defesa.
Foi Renato Sanches que deu alma ao meio campo e ao grupo e conseguiu levar a equipa às costas da sua força e crença.
Foi Ederson que barrou a baliza do Benfica ontem naquele momento final.
E depois ainda temos outros jovens com futuro que erram e vão errar mas que ainda estão a crescer eprecisam de tempo e espaço. Quem dizia que não era possível vencer com jogadores da formação hoje anda também pelas ruas da amargura.
Os jogadores do Benfica são pagos a peso de ouro. Vestem a camisola de um dos maiores clubes do mundo.
A exigência é constante e não é um sistema de compensação. Acertar ontem não dá o direito ao jogador de falhar hoje. Sabemos que não vai acertar sempre, mas queremos que quando tiver que falhar o faça nos pormenores menos importantes e não nos momentos chave que definem o trabalho de uma temporada.
Hoje podíamos estar a fazer contas de cabeça e a cair no ridículo de ter que torcer pelo Braga ou pelo FC Porto para os jogos com o Sporting.
De “minutos 92” já tivemos a nossa dose.
Os adeptos não têm falhado no apoio à equipa em qualquer parte do mundo. Esperamos que jogadores tenham essa consciência. Não são nossos amigos nem sequer têm que ser adeptos do Benfica. A esmagadora maioria dos jogadores sorri para o adepto mas a pensar no cheque. Como sorrirá amanhã para o rival se for para lá jogar.
Têm é que cumprir aquilo para que foram contratados e para que são pagos. Vencer.